Geral

Mais do que a infecção contraída, a mãe de uma recém-nascida reclama do atendimento recebido pelo Hospital Nossa Senhora de Fátima. Taline Rosa afirma que está em conversas com direção do hospital florense e que irá denunciar a conduta do médico para o Conselho Regional (Cremers). Sua filha segue internada na UTI do Hospital Geral, onde se recupera da chamada Síndrome da Pele Escaldada.

Taline relata que o parto aconteceu no dia 13 de julho e não teve problemas. Mãe e filha tiveram alta médica no dia seguinte e foram para casa. Uma semana depois, no dia 21, precisaram voltar ao hospital florense. Foi quando aconteceu os problemas de atendimento.

— Tinha aparecido uma primeira manchinha e fomos consultar. O médico que atendeu simplesmente examinou, disse que não tinha nada e mandou para casa. Ele usou as seguintes palavras: "a gente não sabe dizer o que ela tem, vou te receitar uma pomada e se piorar você volta” — relata a mãe.

Os sintomas pioraram no dia seguinte e Taline decidiu pedir ajudar por telefone. Ela afirma que é moradora de Nova Roma e não queria perder tempo para o atendimento diante do sofrimento da filha.

— A minha filha começou a perder a pele da boca. Aí eu entrei em desespero. Ela sentia muita dor, chorava muito, afinal ela estava perdendo toda a pele. Entrei em contato com o hospital (por telefone) e pedi se eles conseguiam uma consulta de emergência para mim, porque eu não tinha como esperar. Só ia levar se atendessem de imediato. Eu pedi por favor, mas eles me negaram. Então, eu peguei a minha filha, botei no carro e fui direto para o Geral (hospital de Caxias do Sul).

A menina recém-nascida foi internada na UTI Neonatal no dia 22. O diagnóstico é que foi infectada pela bactéria Staphylococcus, o que gerou a síndrome. A bebê segue em tratamento com antibiótico e já entrou em processo de cicatrização das feridas. A expectativa é receber alta médica na próxima semana.

O hospital de Caxias do Sul também recebeu outro recém-nascido infectado pela mesma bactéria. O menino também nasceu no hospital florense e apresentou os mesmos sintomas na última sexta-feira (25). Diante de um segundo caso, a direção do Hospital Nossa Senhora de Fátima optou por fechar a maternidade e realizar protocolos de assepsia. O setor só foi reaberto na terça-feira (30), após as análises descartarem o risco.

Além dos dois bebês internados no Hospital Geral, Taline afirma que existe um terceiro caso: um menino que nasceu no mesmo dia de sua filha. Ela afirma que esse recém-nascido apresentou sintomas e foi consultado por um pediatra, mas não precisou ser internado. Esse paciente não chegou ao conhecimento do Hospital Fátima, que confirmou apenas dois casos de infecção.

Procurada pela reportagem, a direção do Hospital Nossa Senhora de Fátima não quis se manifestar sobre as reclamações sobre o atendimento prestado neste caso. Sobre a infecção na maternidade, a médica infectologista Viviane Buffon já havia se manifestado na terça-feira (30) e explicado os procedimentos adotados.