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Lídio e os primeiros seis meses de mandato: "Ser diferente"

Em entrevista em seu gabinete na manhã de 2 de julho o prefeito florense Lídio Scortegagna (PMDB) avaliou os primeiros seis meses de mandato

O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), pretende quitar hoje, dia 5 de julho, o empréstimo junto ao Badesul feito na administração passada para a compra de novas máquinas devido ao incêndio ocorrido na garagem da prefeitura. No dia 1º de julho a Câmara aprovou o projeto que autoriza o uso do dinheiro do Fundo Municipal da Indústria (mediante acordo prévio com Centro Empresarial e CDL) para a quitação. O valor estimado é de R$ 1,61 milhão. “Nem iremos a Porto Alegre. Faremos o depósito bancário e encerraremos o contrato. Nossa economia será de R$ 500 mil”, avisa Lídio. Este foi um dos assuntos citados na entrevista concedida em seu gabinete na manhã de 2 de julho, a pedido do jornal O Florense, para avaliar os primeiros seis meses à frente da prefeitura. Na ocasião ele ressaltou o anúncio estratégico do transporte gratuito para os universitários e lembrou que a porta do gabinete está aberta à população. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

O Florense: Como o senhor avalia os primeiros seis meses de mandato?
Lídio Scortegagna
: Os seis primeiros meses foram ótimos. Estamos acertando, alinhando os nossos projetos de governo, aquilo que queremos fazer nos próximos quatro anos, por meio do Plano Plurianual. Algumas atividades nós conseguimos modificar, outras construímos nesses meses. Num diagnóstico rápido, posso dizer que esta gestão tenha de começar a pensar um pouquinho mais na prefeitura como uma empresa, porque ela não deixa de ser uma empresa. No setor de planejamento, por exemplo, nós temos cinco técnicos hoje e dois deles com previsão de aposentadoria no meu mandato. Alguns setores ficam muito para trás. Com a tecnologia que temos hoje algumas áreas aqui estão praticamente paradas, não evoluíram.

O Florense: Isso vem de encontro também com o que o ex-prefeito Ernani Heberle falava. Administrativamente ele tentou fazer algumas mudanças, outras não. Nesse sentido, vocês pensam na reforma administrativa, projeto encaminhado pelo Ernani que está parado na Câmara?
Lídio
: A reforma administrativa, do jeito que esta lá, não será encaminhada. A primeira medida que vamos tomar está pronta, em fase final de conclusão: uma revisão do Estatuto do Servidor. Observamos a evolução dos gastos nos últimos seis anos, porém, a receita não aumentou no mesmo índice. No ano passado a média dos primeiros seis meses foi 43,5% de comprometimento do orçamento com pagamento de pessoal. Neste ano está em 44,5%. Está certo que pegamos um passivo e pagamos tudo, e isso conta.

O Florense: As licenças-prêmio vencidas?
Lídio
: Isso. As pessoas pediram, mas não receberam. Quitamos tudo, hoje não tem mais. O valor girou em torno de R$ 800 mil; tinha funcionário com quatro licenças vencidas. Nunca tinha recebido, mas também nunca tinha pedido. Então, primeiro vamos mexer no Estatuto do Servidor. Depois, vamos retirar a reforma administrativa da Câmara e vamos melhorá-la. Aquela que esta lá tem uma deficiência grande, eu recebi um relatório da Câmara, tem umas 10 folhas. Vamos verificar.

O Florense: Esse Estatuto foi reformulado com o Sindicato dos Servidores ou é uma proposta do Executivo?
Lídio
: É uma proposta do Executivo.

O Florense: Nesse período, a sua primeira grande ação foi o anúncio das passagens gratuitas para os universitários?
Lídio
: As minhas duas primeiras ações de governo foram na área da educação: o transporte dos universitários e o turno integral na Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, no loteamento Pérola, que é um projeto-piloto que a gente começou e que tem de dar certo, não, vai dar certo, está dando certo.

O Florense: A decisão das passagens foi, digamos, estratégica? Para mostrar a cara da administração?
Lídio
: Foi, até porque se não fica aquela conversa vazia, entende? Cumprimos com uma importante promessa de campanha. Desde quando fomos lá conversar com os estudantes, quando praticamente nos convidamos para apresentar a nossa proposta, parecia que ela era exclusividade de alguém. Nós garantimos, chegamos lá e dissemos, nós vamos fazer, por que tem condições de dar esse incentivo. E hoje está aí para todo mundo.

O Florense: Neste ano, além da educação, além da câmeras (que estão prestes a entrar em funcionamento), o que a população pode esperar de ‘novidade’, o que pode ser adiantado, visto que o senhor está lidando ainda com o orçamento do ano passado, herdado da administração anterior?
Lídio
: Uma das preocupações que tivemos é de não parar nenhuma das obras que estavam iniciadas. Lá em São Vitor, por exemplo, ela estava pela metade, abrimos aquela via. Se algo fica parado é a comunidade que perde, o município, o cidadão. Nós tivemos uma experiência muito ruim no passado com a questão do asfaltamento de Santa Líbera, que ficou aquela falta de diálogo com a comunidade. O que é ruim? Uma das principais metas que eu estabeleci aqui talvez não é a execução ou fazer, seja obra física, mas sim estabelecer o diálogo com a comunidade com transparência e a franqueza, se dá, dá; se não dá, não dá. O que a comunidade pode esperar é um cronograma de trabalho. Por exemplo, o poliesportivo. Vamos abrir agora uma discussão com a população para definir o que fazer com o ginásio, não vai ser uma decisão aqui do gabinete do prefeito. Hoje existe um problema ali. Além disso, nós temos o Plano Diretor, que precisa ser discutido com a comunidade. Vamos abrir, discutir, mostrar o que está acontecendo, não é preciso esconder. Percebemos que foram instalados cofres aqui na prefeitura, tudo ‘a sete chaves’, tudo era escondido, tudo era ‘reuniãozinha’... Foi apresentado o Plano de Mobilidade Urbana e os técnicos da Secretaria do Planejamento não conhecem o Plano!

O Florense: Ele foi terceirizado, prefeito.
Lídio
: Tudo bem que ele foi terceirizado, mas é uma política, agora, quem é que vai operacionalizar? Não são os técnicos daqui? Então, não faz sentido você fechar, porque aqui as paredes têm ouvidos, não existe porque esconder. Teremos bastante transparência.

O Florense: O Plano Plurianual tem a cara da administração? Vi que existem obras estratégicas, algumas de rotina, como os asfaltamentos, mas o projeto contempla seu Plano de Governo?
Lídio
: Sim, tentamos contemplar tudo que pensamos, tudo o que acreditamos que dará para fazer. E uma das nossas metas é tentar buscar recursos federais. Nós próximos dias irei novamente a Brasília para ‘mendigar’ um pouquinho de dinheiro, porque está difícil, né!. Basicamente, o que a comunidade pode esperar? Transparência total, em todos os sentidos. Não adianta fechar e esconder porque não dá em nada.

O Florense: Isso também tem muito do seu estilo, o estilo Lídio de ser...
Lídio
: As pessoas vêm aqui para tentar resolver problemas. Às vezes é uma coisinha simples, que se resolve na hora. Tenho feito isso. Minha proposta de administração é mostrar, com essa dinâmica de trabalho, que dá pra fazer diferente. E isso eu tenho mostrado; não é à toa que chego à prefeitura às 7h, sete e pouquinho. Eu sou prefeito porque eu quis, por uma opção minha, e porque fui eleito. A imagem política está muito desgastada. Se nós observarmos, não é bem isso que acontece na grande maioria das vezes. É a ‘cereja do bolo’, sabe, às vezes o cara está ali, precisa resolver, mas não consegue. Facilita! Se não se resolve é criada toda uma imagem negativa do poder público. Estou na política há vinte e poucos anos. Há 21 anos a prefeitura tinha 420 funcionários ativos. Hoje nós temos 611. É pouco para o município de Flores da Cunha. Em resumo, a cara que nos queremos dar à administração é de trabalho, dedicação e transparência. Queremos ter um diferencial, mostrar para a comunidade que é possível ser diferente.

Prefeito Lídio Scortegagna. - Fabiano Provin

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