Levantamento aponta aumento gradual na demanda da indústria em agosto
Quarta rodada de consulta aos associados do Simecs consolida perspectiva de melhoria nos indicadores, mas cenário ainda exige cautela
Os indicadores do levantamento dos impactos da Covid-19 nas empresas dos setores metalmecânico, eletroeletrônico e automotivo revelam importante melhora no quadro geral das indústrias de Caxias do Sul e região. O percentual de empresas que informaram queda na demanda foi 18% menor em comparação com o levantamento anterior, ou seja, em agosto, 52% das companhias responderam que tiveram desaceleração nas demandas, e em julho, 70%. Esse é o menor indicador das quatro edições da consulta realizada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs). Em agosto, o índice de empresas que declararam estar com demanda estável subiu de 20% para 32%, enquanto 16% das empresas registraram aumento nesse indicador. Realizado entre os dias 3 e 14 deste mês, o levantamento contou com a participação de 202 respondentes, de diferentes cidades da base do Sindicato.
O principal impacto percebido pelas empresas consultadas desde o início da pandemia de Covid-19 é a queda no faturamento, consequência direta do cancelamento de pedidos. A maior parte das empresas segue trabalhando com 50% da capacidade, com parte significativa dos funcionários em regime de home office. Quase 40% das empresas não pararam em nenhum momento desde a última consulta, realizada em julho.
A maioria das empresas segue no esforço para manter seus funcionários, sendo que aproximadamente 39% está mantendo estável o quadro, enquanto o índice de novas contratações mais que dobrou, saltando de 9% do último levantamento para 20% na consulta atual. Outro indicador que também melhorou, de forma mais tímida, foi o de demissões: redução de 6% (47% em julho para 41% em agosto).
Quando questionados sobre as perspectivas de retorno aos patamares anteriores ao quadro de pandemia da Covid-19, as expectativas ficam divididas. Cerca de 46% das empresas esperam retornar aos níveis pré-crise até dezembro deste ano, enquanto pouco mais de 40% das empresas consultadas prevê a retomada apenas em 2021. “De uma forma geral, o retorno que recebemos dos nossos associados demonstra que estamos caminhando para a retomada em índices mais sustentáveis para o nosso setor. São sinais positivos, mas que ainda demonstram um cenário de cautela”, reforça o Presidente do Simecs, Paulo Spanholi.
Assim como no levantamento anterior, pouco mais da metade das empresas consultadas, cerca de 55%, informam ter percebido queda no faturamento. Assim como no levantamento de julho, 76% acumulam quedas de até 50% sobre o faturamento em relação ao período anterior à pandemia. Das 29 empresas que registraram aumento no faturamento, a maior parte (73%) alcançou o acréscimo no indicador de até 25%.
Mais de 60% das empresas consultadas no levantamento de dados pertencem ao setor metalmecânico, seguido por empresas dos segmentos automotivo, de ferramentaria e de eletroeletrônica. Mais de 80% dos respondentes são compostos por micro e pequenas empresas, que representam o maior volume empresarial da entidade.
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