Geral

Kiko e os primeiros seis meses de mandato: "Transparência"

Em entrevista na manhã de 3 de julho o prefeito paduense Itamar Bernardi (PMDB) avaliou os seis primeiros meses do segundo mandato

Ampliar a visão de que a administração municipal pode – e deve ser – o mais transparente possível por meio de ações continuadas e previstas após a reeleição. Com estas palavras o prefeito de Nova Pádua Itamar Bernardi (PMDB), o Kiko, iniciou a explanação que contemplou a avaliação dos primeiros seis meses à frente da prefeitura em seu segundo mandato. No novo gabinete do Centro Administrativo Padre Antônio Galioto Kiko recebeu a reportagem do O Florense na fria manhã do dia 3 de julho. Na ocasião, adiantou alguns dos planos previstos para serem executados até o final do ano. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

O Florense: Qual é a sua avaliação desses primeiros seis meses do segundo mandato?
Itamar Bernardi
: Como viemos para um prédio novo muitas coisas ficaram diferentes. A funcionalidade da área administrativa foi totalmente alterada de uma situação limitada, que na verdade era individualizada, onde cada um tinha sua sala, o seu telefone, seu computador, cada um atendia as pessoas de uma forma diferente, e agora não: todo mundo se ouve, todo mundo se vê. Houve certa resistência quanto a isso, é natural quando acontece uma mudança brusca, mas agora estamos adequados ao novo sistema. Quando construímos o prédio eu tinha essa visão, esse sentimento de que a administração pública tem de ser muito transparente. Essa transparência começa com o funcionário, do que é feito no dia a dia, até o atendimento ao público. Acho que essa é uma marca desde nossa primeira gestão, quando pregávamos a transparência das contas, dos trabalhos e dos atendimentos. Que não se tenha uma divisão, e aqui em Nova Pádua nós temos ainda esse conceito de que nós temos 50% de gremistas e 50% de colorados, entre aspas, se é que me entende. Querendo ou não nós temos isso, mas a proposta era a de que os funcionários atendessem de forma igualitária, independente de ser ‘gremista’ ou ‘colorado’. Essa condição da transparência do primeiro mandato vai se estender até o final do segundo.

O Florense: Nova Pádua estava preparada para esta visão mais ‘ampla’ que foi dada à gestão pública?
Bernardi
: Acho que nós antecipamos algumas etapas, mas essa é a ideia. Nesses seis primeiros meses também seguimos um roteiro após a vitória na eleição. Nossa primeira ação foi preparar a colônia, focar na agricultura, pois nosso município é essencialmente agrícola. Demos as condições para o agricultor colher a safra 2013 e já preparar a nova terra para 2014. Tanto que os trabalhos no interior estão todos praticamente realizados, e isso que estamos na metade do ano. Serviços de máquinas, a brita para as estradas estão todas em dia. Acho que nesses seis meses foi exatamente isso, acertar algumas coisas que vimos na campanha, porque quando visitamos as pessoas na campanha, o corpo a corpo é diferente, e por meio dele você vê o que existe de bom e o que não está bom. É aí que podemos melhorar.

O Florense: Neste período teve também um problema econômico, a crise no setor avícola, na qual o município tem bastante participação econômica. Estão sendo feitas tratativas por meio do poder público para auxiliar a situação dos produtores? Teve algum impacto na economia do município?
Bernardi
: Olha, impacto não de momento, mas provavelmente terá. Sabemos que a questão dos aviários é muito significativa, principalmente na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O que a gente ouviu desde o mês de março, abril principalmente, e se concretizou em maio, sobre a quebra na criação, em virtude de tudo que sabemos, o término dos contratos por parte de uma empresa. Fizemos uma análise com a Secretaria da Agricultura de quantas aves criamos, qual a capacidade do município. Daquela empresa que saiu da nossa região, se não entrar nenhuma outra, deixaremos de criar 395 mil aves a cada 45 dias. É um número considerável e isso com certeza atacará nossa economia, não agora, mas no próximo ano. Porém, desses criadores, alguns já locaram com outra empresa. Acredito que aos poucos as coisas vão se ajeitar.

O Florense: É que no começo tem o impacto da perda...
Bernardi
: Sim, tem o susto. Investimos muito nos aviários do município nos últimos três anos, tanto que criamos a lei para incentivar a construção de aviários. Tivemos o cuidado de prever isso na lei, a falta de aves, de uma empresa. Tu imaginas que além do criador não ter a ave ele ainda tenha uma sanção da prefeitura, de cobrar uma multa, por exemplo, ou outra coisa... Eles estavam preocupados com isso. Acredito que aos poucos as coisas vão se ajeitar, claro que de repente o avicultor vai perder alguma coisa em relação a preço, terá de se adequar à realidade de outra empresa, mas também ele não pode ficar com um investimento de R$ 200 mil a R$ 300 mil parado. Na próxima segunda-feira, dia 8, temos um encontro com representantes da Frinal de Garibaldi, estamos conversando com as empresas do setor para achar maneiras de não deixar os produtores parados.

O Florense: Ainda na questão econômica, a proposta que o senhor apresentou no final do ano passado sobre uma área que se tornaria um distrito industrial, como está essa situação?
Bernardi
: Essa era uma situação que a gente tinha até abril deste ano, não tínhamos o que fazer devido a um contrato com a União de Vinhos. Com o término dele, e a não permanência da empresa, estamos viabilizando a instalação de outras empresas de porte menor. A área de 8 hectares pode não ser de uma empresa, mas de duas, três ou quatro. Só que isso depende muito mais da vontade e logística das empresas do que do poder público.

O Florense: Até o final do ano, o que a população paduense pode esperar da administração?
Bernardi
: Desde o final do ano passado deixamos como prioridade uma necessidade. Começamos 2013 com os licenciamentos ambientais, contratamos uma empresa e nós precisamos nos adequar. E até o final do ano devemos criar um projeto sobre uma creche municipal. A equipe responsável tem prazo até o final do ano para apresentar a proposta. E também a conscientização da comunidade com relação à municipalização da educação, que não depende só de nós, mas de outros órgãos também. Os problemas enfrentados na escola estadual não mudam, e não vejo que serão solucionados, isso pelas condições do Estado – infraestrutura e falta de professores. Nós não podemos contratar professor, pois é estadual. O transporte escolar é todo municipal. Seria importante municipalizar o ensino fundamental, é a nossa vontade, mas não depende só de mim. Mas é uma via alternativa interessante, deverá ser formatado para ver o que vai acontecer. Seria viável e uma ação benéfica para o município. Na área da saúde também temos ações a serem implementadas e alguns investimentos. Vamos atuar na medicina preventiva, apresentar maneiras de evitar o consumo de medicamentos, para melhorar a saúde das pessoas. Hoje só trabalhamos a saúde curativa, mas precisamos de prevenção. Nas obras, estamos finalizando alguns trechos. Temos uma emenda para finalizar até o limite com Flores da Cunha, e mais 1km em direção à balsa. E estamos terminando a abertura da estrada do Travessão Leonel, quase 3km. E depois vamos para o Travessão Bonito em direção ao Cerro Grande.

O Florense: Há bastante trabalho, prefeito...
Bernardi
: Sim. Temos mais três anos e meio longos pela frente, mas muito bem direcionados, sabendo aonde queremos chegar. Nova Pádua está bem. Recebemos uma retroescavadeira do governo federal, pelo PAC 2. Em breve chega um caminhão com capacidade para 12 toneladas de carga. Com isso, acredito que o parque de máquinas está muito melhorado. Essa estrutura é fundamental para realizar trabalhos no interior. Só temos a crescer, sempre dando condições para o agricultor permanecer na área rural.

Prefeito Itamar Bernardi. - Fabiano Provin

" data-pe-fitvids="true">

Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário