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José Serra ataca governo e não fala de candidatura

Tucano fugiu de perguntas sobre ser presidenciável na eleição de 2014

O ex-governador de São Paulo e economista José Serra (PSDB) foi o convidado que palestrou na última reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul do ano, no dia 16. No encontro, que também marcou a posse festiva da nova diretoria da entidade, o também ex-ministro da Saúde e do Planejamento discursou sobre o tema O Desenvolvimento Econômico Brasileiro e seus Principais Problemas.

Apesar do tema e de fugir de todas as perguntas referentes à eleição presidencial, o discurso do tucano – que disputa internamente a indicação à candidatura com Aécio Neves – pareceu mais um ato político. Entre comentários de exaltação ao potencial econômico do Rio Grande do Sul e de Caxias do Sul, Serra atacou deficiências de gestão pública, quase sempre mencionando situações vividas durante o governo do PT na Capital Federal.

Segundo ele, o Brasil está encerrando o ciclo ‘Lulismo’, que ele reconhece que gerou crescimento ao país, porém, “em bases frágeis, porque foi puxado pelo consumo e não pelo investimento”. Ele ainda atacou o Mercosul, dizendo que foi uma “iniciativa subdesenvolvida”, já que o “Brasil não faz acordo de livre comércio bilateral porque tem que levar o Mercosul”, lembrando que o país assinou acordo com apenas três países: Israel, Palestina e Egito, sendo, de acordo com ele, apenas o Egito uma economia forte.

Para 2014, ano de Copa do Mundo e de eleições, ele prevê um cenário difícil. “Acho que vai aumentar a tensão inflacionária, vai haver pressão sobre o câmbio por causa do elevado déficit em conta corrente e pela falta de expectativas de crescimento, e também porque o governo não tem sabido levar bem esta questão de expectativa. Toda a vez que fala gera expectativa negativa”, opinou o tucano.

Na análise do Estado, sua principal crítica não foi novidade, sobretudo para a classe empresarial: a precariedade das estradas, que impacta no escoamento da produção. Ele ainda diz que é “um fenômeno” um Estado que elegeu 1/3 dos presidentes desde 1930 estar esquecido pela União. “O Rio Grande do Sul é vítima do que ocorre no Brasil; é um Estado que tem sido marginalizado nos investimentos federais. É incrível isso”, disse.

Ele destacou as três já conhecidas áreas que carecem de investimento no país. Na educação, Serra criticou ações como bolsas de estudo enquanto não há qualidade na educação; na saúde, atacou a falta de participação da União e, consequentemente, a sobrecarga às menores esferas do Executivo, além do excesso de publicidade; e na segurança, afirmou que é uma área em que “o efeito é muito grande com pouco dinheiro” e que “no Brasil se gasta mais tempo discutindo a liberação da droga do que fazendo campanha contra as drogas”, por exemplo.

Um de seus principais ataques foi a falta de investimento em infraestrutura, já que é um setor que movimenta a economia em duas frentes: gerando emprego e permitindo a logística da produção. Ao término da palestra, Serra disse que apesar do tom pessimista, acredita que há soluções desde que sejam organizadas as prioridades de investimentos. “Quando tudo é prioritário nada é prioritário, que é o que acontece hoje no país”, sentenciou.

Político Serra fugiu de todas as perguntas referentes à eleição presidencial, porém, fez discurso político. - Julio Soares/Objetiva/Divulgação
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