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Jornada debate sustentabilidade na propriedade vitícola

Mais de 500 produtores participaram ontem, dia 20 de junho, em Fagundes Varela, do 14º evento voltado à cadeia vitivinícola

“A agricultura é um dos pilares para a sustentabilidade de muitos municípios.” A frase do prefeito de Fagundes Varela, Jean Fernando Sottili, definiu bem o objetivo da 14ª Jornada da Viticultura Gaúcha, que ocorreu ontem, dia 20, no município de Fagundes Varela. O evento reuniu mais de 500 pessoas com a proposta de levar ao agricultor a garantia da sustentabilidade na qualificação e na diferenciação da produção de uvas. “No mundo de hoje não basta apenas produzir, é preciso avaliar e planejar a propriedade para que ela se torne viável e sustentável economicamente”, afirmou o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, durante sua explanação sobre as atividades e ações da Comissão.

Segundo Schiavenin, a safra deste ano não foi “fácil”, já que ocorreram acordos para manutenção do preço mínimo, dificuldades na entrega de uva e no comprometimento do pagamento por parte das vinícolas. “Tivemos um dos piores anos em termos de preocupação, por isso temos que ver se vamos ampliar, permanecer ou redirecionar nossa cultura”, frisou.

Conforme dados explanados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a safra 2013 atingiu 610 milhões de quilos e confirmou, como já estava previsto, uma quebra de 15% do que a anterior. De acordo com o consultor do Ibravin Leocir Bottega, a comercialização de vinhos, entre janeiro e maio deste ano, teve um pequeno aumento em relação ao mesmo período do ano passado. “Deixamos de ter decréscimos nas vendas e voltamos a comercializar. Ainda não está bom, mas estamos melhorando”, disse.

O suco de uva foi o produto mais comercializado e também o responsável pela destinação de mais de 50% das uvas. Ainda segundo o consultor, houve uma redução de 87% para 62% no número de vinícolas que vinificaram e 80% da comercialização da bebida está nas mãos de 20 empresas. “O trabalho do Ibravin é para que se aumente o consumo de 1,9 litro para 3,1 litros per capita até 2025. Percebemos que o consumo vem crescendo. Se juntarmos vinho e suco, o consumo ultrapassa os 2 litros, entretanto, esse crescimento não vai ocorrer para todos, mas para quem tiver qualidade, estratégia, competitividade e sustentabilidade”, apontou.

Palestras
Além da apresentação dos setores, durante toda a manhã, os agricultores puderam assistir a palestras que tratavam sobre a sustentabilidade. O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Alexandre Hoffmann abordou que boas práticas garantem uma viticultura sustentável. “O mundo está mudando, por isso não podemos fazer sempre o mesmo. Está sobrando uva na região e o diferencial é que vai garantir a sustentabilidade. É preciso fazer a coisa certa, do jeito certo e na hora certa”, pontuou.

A pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho Patrícia Ritschel apresentou as novas cultivares de suco de uva desenvolvidas pela empresa. “Essas novas cultivares vêm para contribuir e não para competir com as demais”, explicou Patrícia, durante a apresentação. Os produtores de Veranópolis Elisabete Rocha e Eugênio Zanetti relataram suas experiências de como agregaram valor a sua produção. Zanetti investiu na produção de uvas protegidas e Elisabete na de orgânicos.

Participaram da Jornada o secretário em exercício da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Cláudio Fioreze, representando o governador Tarso Genro; o deputado estadual Adão Villaverde, representando a Assembleia; o deputado federal Jerônimo Goergen, prefeitos e secretários municipais e dirigentes de sindicatos e associações. A 14ª Jornada da Viticultura foi promovida pela Comissão Interestadual da Uva, Ibravin, sindicatos dos trabalhadores rurais de Flores da Cunha, Nova Pádua e Veranópolis, prefeitura de Fagundes Varela e Emater-RS.

Produtores de toda a região acompanharam o evento, realizado em Fagundes Varela. - Danúbia Otobelli
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