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Investidas contra residências amedrontam Nova Pádua

Sequência de furtos em moradias, enquanto moradores dormiam, foi registrada na área central do município. Investidas ganharam proporção na semana passada quando numa única noite teriam ocorrido 15 ataques. Apenas três vítimas registraram ocorrências

Já foi o tempo que morar em município pequeno, e distante dos grandes centros, representa vasinônimo de sossego e tranquilidade. É o que pensam alguns moradores de Nova Pádua, que tem 2.450 mil habitantes. A calmaria está dando lugar ao medo e a preocupação por conta do grande número de ocorrências de furtos em residências. E o que é pior: com os moradores dentro das casas. A sequência de crimes teve início no começo de fevereiro e ganhou proporção na semana passada, quando numa única noite teriam ocorrido 15 ataques, mas os ladrões obtiveram êxito em nove casas. No entanto, apenas três vítimas teriam registrado ocorrência.

Na maioria dos furtos os ladrões invadiram as residências com os moradores dormindo. Num dos casos, uma família de agricultores residente no Centro da cidade, a casa foi invadida e os ladrões levaram uma TV 42 polegadas, inclusive com o suporte que estava preso à parede. De acordo com a vítima, uma dona de casa de 30 anos, que prefere não ser identificada, a única preocupação dos criminosos foi retirar o telefone da tomada. Antes disso, eles tentaram arrombar a casa de um vizinho. O fato ocorreu por volta das 3h30min do dia 16.

Na mesma noite os ladrões teriam invadido pelo menos outras oito casas, deixando para trás um enorme prejuízo aos proprietários. Em um dos arrombamentos os ladrões levaram todas as ferramentas de trabalho de um pedreiro, causando um prejuízo de mais de R$ 10 mil. Na maioria das ações as portas não foram arrombadas, o que leva a crer que os criminosos utilizaram uma chave micha para abrir as portas.

Após esta onda de delitos, assustada, a população paduense começa a se precaver, e passou a investir em itens de proteção e instalar equipamentos como alarmes. “Pelo menos se dorme um pouco mais tranquilo”, garante uma das vítimas, que reclama da ausência de policiamento, especialmente à noite. Segundo a dona de casa, até pouco mais de um ano e meio atrás era possível ver uma viatura da Brigada Militar (BM) circulando pela cidade, mas atualmente ela não é mais vista.
Conforme alguns moradores da cidade, a motivação seria o não repasse de recursos por parte da prefeitura aos policiais, para o pagamento do auxílio aluguel. Porém, o prefeito em exercício, Ronaldo Boniatti (PSDB), destaca que a prefeitura repassou R$ 12 mil no ano passado ao Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro) para subsidiar aluguéis de PMs que residem no município, manutenção da viatura e de equipamentos. Além disso, R$ 3 mil foram gastos na aquisição de uma metralhadora no final de 2011.

Segundo Boniatti, para este ano já foi enviado à Câmara de Vereadores um projeto de lei prevendo o repasse de R$ 9 mil. O prefeito em exercício lembra que há uma lei municipal que prevê o auxílio para até três policiais, desde que atuem e residam em Nova Pádua. No entanto, conforme o presidente do Consepro paduense, Éder Salvador, atualmente apenas um recebe o benefício e os outros soldados que integram a BM município moram em Flores da Cunha. De acordo com Salvador, o repasse está sendo feito rigorosamente em dia, além de a entidade auxiliar em outras despesas, como compra de pneus, manutenção de viatura e aquisição de equipamentos. O Conselho também adquiriu móveis novos para a BM.

O que diz a BM
O comandante da Brigada, capitão Juliano André Amaral, diz que os servidores estariam desmotivados por falta de apoio e o último policial que residia em Nova Pádua mudou-se recentemente para Flores. De acordo com o oficial, “há vontade de melhorar, mas é preciso que haja um entendimento nesta questão do auxílio moradia”. Conforme o comandante, nos próximos dias deverá ocorrer uma audiência com o presidente da Câmara de Vereadores, Elói Marin (PMDB), para discutir o assunto. Com relação aos furtos da última semana, o capitão destaca que a maioria dos crimes não teve registro de ocorrência, o que dificulta a identificação dos bandidos. “A polícia não trabalha com bola de cristal”, pondera Amaral.



 - Na Hora / Antonio Coloda
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