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Inverno atípico pode atrapalhar agricultura

Com o início da primavera, agrônomos torcem para uma floração estável, especialmente na fruticultura

Com o início da primavera – a nova estação chegou na segunda-feira, dia 23 – a agricultura, especialmente a fruticultura, entra no seu período de floração, quando as flores e os frutos começam a desabrochar devido ao aquecimento da temperatura. Por isso, é uma das estações mais importantes para a agricultura. Porém, após um inverno atípico, que teve oscilações nas horas de frio necessárias para as plantas, a agricultura pode sofrer alguns vieses. Os agrônomos florenses torcem para que a floração seja estável e sem percalços. “A primavera, pelo fato de ser uma estação com um clima mais equilibrado, se torna um período ‘amigo’ da agricultura e do cultivo no campo. Mas, num primeiro momento, as previsões do tempo não estão muito favoráveis”, destaca a secretária de Agricultura, Stella Pradella. 
As previsões apontam uma possibilidade da volta do frio e não está descartada a formação de geada nas primeiras semanas da nova estação, o que pode atrapalhar ainda mais o andamento da brotação. Há previsão ainda de incidências de chuvas acima da média e temperaturas mais baixas que o normal para essa época do ano. Conforme a secretária, se a estação for um período chuvoso, mais doenças aparecerão e a safra poderá ser reduzida. “Não temos noção de quantidade para a próxima safra, mas vai ser de normal para menos, principalmente nas culturas de pêssego, ameixa e caqui, que já sofreram com geadas e granizo ao longo do ano”, afirma. 

O calor no inverno
De acordo com Stella, num geral, o inverno deste ano teve frio suficiente para a fruticultura, porém não foi constante, o que acabou prejudicando. “O grande problema em relação ao inverno foi que tivemos um período de frio, daí fez calor, e depois o frio voltou. E, nesse período de calor, muitas plantas começaram a brotar, tendo sequelas”, analisa. O engenheiro agrônomo da Emater-RS, Raul Dalfolo, informa que as frutas de caroço foram as mais prejudicadas, o que preocupa os agricultores. “Em um pé de pêssego são encontradas várias situações: tem a fruta já formada, aquela que tá nascendo e pontos que nem começaram ainda. Por causa das geadas, após os dias de calor, há agricultores que querem cortar as plantas e desistir”, salienta. 
Conforme o engenheiro, neste período, três agricultores acionaram o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para o cultivo do pêssego. O programa garante o pagamento das operações de crédito rural de custeio quando há ocorrência de fenômenos naturais, pragas ou doenças sem controle conhecido. Um dos agricultores que acionou o programa foi Fernando João Casagranda, que há sete anos produz a fruta na localidade de Nova Brasília. “Se você olhar para os pés, eles estão bonitos, com bastante frutos, mas a perda nós vamos notar daqui uns dias, quando o pêssego começar a crescer e cair. Dentro, ele já está danificado”, comenta o agricultor. Para o próximo ano, ele pretende substituir a cultura por outra. 
Na viticultura, maior produção do município com mais de 4,9 mil hectares de área plantada, as oscilações entre dias frios e quentes fez com que os cachos não brotassem de forma uniforme. “Ainda não sabemos o que vai acontecer de agora em diante. Acho difícil emparelhar a brotação e como viemos de um granizo muito forte no ano passado, as parreiras já estavam enfraquecidas e já tinham um pouco de perda para essa safra”, pontua a secretária. A brotação desuniforme também está relacionada com o estado nutricional e sanitário das parreiras, além do tipo de poda.

A secretária de Agricultura, Stella Pradella, e o engenheiro agrônomo da Emater, Raul Dalfolo.  - Gabriela Fiorio
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