Geral

Intercâmbio para estudos e voluntariado

A florense Francine Veadrigo viajou para a Irlanda e a Índia e conheceu realidades culturais e de saúde distintas

Estamos encerrando mais um ano e muitos jovens traçam planos para o próximo período de estudos. Entre as ideias mais presentes está o intercâmbio. A florense Francine Veadrigo, 26 anos, planeja concluir o curso de Medicina em junho de 2017. Antes disso, a estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, resolveu ter uma experiência que, muito mais do que vivenciar culturas e estudar outro idioma, possibilitou conhecer sistemas e paradigmas da saúde. A estudante passou 10 meses em estudos por meio do programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal. Ela viveu na Irlanda, onde estudou inglês e também disciplinas da área da saúde. Além da experiência na Europa, passou um mês na Índia, onde se dedicou ao voluntariado na The Blue Bird Foundation (Fundação Pássaro Azul), na cidade asiática de Vadodara.

O primeiro objetivo de Francine com o intercâmbio era aprimorar os conhecimento na língua inglesa, o que foi determinante para a escolha do país. Durante os dois primeiros meses na Irlanda a florense se dedicou ao idioma para depois iniciar disciplinas específicas visando a área que pretende seguir, a Psiquiatria. As aulas foram na Universidade Nacional da Irlanda, na cidade de Galway. “Estudantes estrangeiros não podem fazer disciplinas clínicas da Medicina na Irlanda, por isso optei por Psicologia, que me ajuda no futuro com a Psiquiatria”, explica. Para concluir os estudos, tendo também realizado a disciplina de Prática Baseada em Evidências, em março deste ano a estudante se apresentou no 23º Congresso Europeu de Psiquiatria, em Viena, na Áustria. Seu tema foi Revisão Sistemática sobre Diferença de Gênero no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

Francine retornou para o Rio Grande do Sul em maio deste ano e, além da bagagem, trouxe um currículo incrementado, assim como suas vivências pessoais. “Cresci absurdamente tendo que resolver os problemas sozinha. Além disso, pude fazer amizades muito verdadeiras. Depois de ter passado esse tempo na Europa, posso dizer que estou muito tentada a voltar para lá depois de formada para dar continuidade aos estudos, quem sabe um doutorado”, planeja ela, que mantém as raízes em Flores da Cunha por meio dos pais Fernandes e Gabriela Veadrigo, moradores do Travessão Rondelli, e das irmãs Fernanda e Fabiane.

Ajudar o próximo
Durante o mês em que esteve na Índia, Francine morou com uma família e trabalhou para a Fundação Pássaro Azul, ONG que atua em Vadodara. Neste período, a brasileira participou de projetos de Natal, na confecção e doação de protetores de orelha para o inverno, na conscientização da higiene de mãos, a arrecadação e doação de sapatos para moradores de rua, entre outras ações. “Segundo o princípio do diretor da entidade, é mais fácil fazer para poucos muitas vezes do que tentar atingir muitas pessoas e fazer uma única vez. Percebi durante esse mês que podemos ajudar ao outro sem sequer sair do nosso bairro ou da nossa cidade. Todos podem fazer um pouquinho para o próximo. Saí de lá com a vontade de ajudar ainda mais as pessoas”, valoriza Francine.

A experiência deu para a estudante um olhar diferenciado sobre a medicina no Brasil. Para ela, o ensino da área tem diversos pontos que precisam melhorar, como, por exemplo, dar ao aluno a oportunidade de pensar no paciente como um todo. “Nos últimos tempos o futuro do médico brasileiro está mais incerto do que nunca. Acredito que o Brasil precisa melhorar o acesso à saúde, mas isso não se faz apenas aumentando o número de médicos; isso se faz dando condições para que o profissional possa exercer sua profissão de forma digna”, acredita Francine.


Na Índia Francine ensinou crianças carentes as noções básicas da higiene das mãos. - Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário