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Idosos representam mais de 13% da população florense

Associação que representará os interesses dos aposentados do município será aberta oficialmente na próxima quarta-feira

O perfil demográfico da população brasileira vem modificando ao longo das últimas décadas em decorrência de fatores como o aumento da longevidade e a redução das taxas de mortalidade. De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de pessoas com idade acima de 60 anos no Brasil é de mais de 20 milhões (10,8% da população). Já o pagamento de aposentadorias e benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) responde por quase 13% do PIB brasileiro.

O aposentado Leoterio Slaviero, 67 anos, ajuda a compor o quadro de beneficiados da Previdência Social em Flores da Cunha. Conforme dados da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, em 2012, o número de pessoas com 60 anos ou mais no município era de 3.716, sendo 1.694 homens e 2.022 mulheres, o que representa 13,6% da população florense, que no mesmo ano era de 27.322. Já o valor pago com aposentadorias e benefícios foi de R$ 68.324,593. Em 2013, a quantia foi ainda maior, R$ 76.840,780. Não estão contabilizados nesses números os funcionários públicos inativos do município que, hoje, segundo a Secretaria da Fazenda, são 66 pessoas que recebem a soma de R$ 294.835.

Como observa a Federação dos Trabalhadores Aposentados do Rio Grande do Sul, hoje os idosos contribuem para o crescimento econômico de seus municípios, uma vez que esse valor acaba sendo injetado na economia por meio do consumo e da geração de impostos. No caso de Leoterio e da esposa, Gema Craco Slaviero, 69 anos, que juntos recebem pouco mais de quatro salários mínimos, mais de um terço do valor das aposentadorias é aplicado na compra de medicamentos e no pagamento dos planos de saúde. O restante é utilizado para a compra de mantimentos e, quando sobra, eles guardam para alguma necessidade.

Embora consiga se manter com o que recebe, seu Leoterio não parou de trabalhar quando a aposentadoria chegou. Foram mais 12 anos na empresa na qual atuou por meio século. Hoje, ele decidiu que não quer mais bater cartão, o que não significa que está parado. Ele e a esposa fazem serviços de jardinagem para conhecidos e cuidam de uma horta em um terreno cedido a eles. "Hoje fazemos porque gostamos e recebemos um dinheirinho por isso. Podemos dizer que vivemos bem", afirma o aposentado, que reclama da falta de atividades para a terceira idade no município. "Acho que a prefeitura tem que pensar mais nos idosos. Hoje temos apenas o Conviver", completa ele, sugerindo a criação de políticas públicas voltadas aos idosos.


Entidade florense irá lutar pelos direitos dos idosos

Dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que em 2025 o Brasil terá 64 milhões de idosos e que a sociedade e o governo devem estar preparados para essa nova realidade. Considerando a representatividade dessa parcela da população, um grupo de aposentados florenses se reuniu com o objetivo de criar uma entidade que os representasse e que lutasse pelos seus direitos. Assim nasceu a Associação dos Idosos de Flores da Cunha (Adiflores). A abertura oficial da entidade, que tem sede na sala 20 da galeria da paróquia, ocorrerá na próxima quarta-feira, dia 6 de agosto, com a presença de convidados e do vigário, que dará uma benção ao local.

Conforme o presidente da Associação, José Pelizzer, entre os planos imediatos de trabalho estão a visitação de empresas do município para a captação de recursos; a contratação de uma secretária para fazer o atendimento na sala; a realização de convênios com farmácias, postos de gasolina e demais estabelecimentos comerciais, visando obter descontos para os associados; além da implantação de um Coral da Terceira Idade.

Também existe a ideia de implantar uma Sala de Mutua Ajuda, que contará com a presença de uma psicóloga para conversar com os associados e encaminhá-los para um especialista, caso seja necessário. A associação pretende, ainda, buscar apoio jurídico para tentar rever os altos preços dos planos de saúde dos aposentados. "Entendemos que hoje os valores são absurdos. Então, queremos batalhar para tentar reduzir isso, beneficiando os aposentados", pondera. A implantação do Baile da Terceira Idade é outra questão que está na pauta da associação.

Entre os planos mais substanciais da Adiflores está a construção do Centro Dia de Flores da Cunha. Trata-se de um espaço próprio para os idosos, onde eles passam passar o dia, com a realização de diversas atividades. "Batalharemos pela construção desse local. Vamos buscar apoio da prefeitura para que esse projeto seja levado adiante, em breve", projeta Pelizzer. O presidente frisa que todas as ações serão desenvolvidas mediante a capacidade financeira da entidade e que buscarão sempre o apoio público. O atendimento na sala será realizado conforme a demanda. Informações pelo telefone (54) 9116.5884, com o presidente.


Leoterio Slaviero continua trabalhando para incrementar a renda da aposentadoria e para passar o tempo. - Mirian Spuldaro
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