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Hora da pré-poda

Prática é meio para não deixar serviço acumulado para a ‘poda definitiva’, feita geralmente em agosto.

Há até alguns anos, fazia-se a poda seca da videira (em agosto, geralmente, na Serra Gaúcha) numa operação só. Mais recentemente, com o escasseamento da mão-de-obra, vinculado ao aumento do risco de se confrontar com problemas por conta da contratação de terceiros, passou a ser necessário utilizar uma determinada prática: pré-poda é o nome dela. Para quem, então, precisa evitar o acúmulo de trabalho em um mês só, junho já é época (que pode se estender até julho) de lançar mão de tal recurso.
O manejo, anota o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho na área de fitotecnia Samar, Velho da Silveira, consiste em duas operações. A primeira é a retirada dos ramos que produziram no ano. A outra é a seleção e amarração dos sarmentos que vão produzir na próxima safra – considerando a possibilidade de se efetuar, futuramente, poda curta, longa ou mista (ou seja, por esporão, vara ou ambas, o que depende de cada cultivar e do vigor da planta). Com a pré-poda, fica mais fácil para o próprio produtor fazer, em agosto, a poda definitiva, que requer experiência. Essa é a época ideal, na região, para evitar a antecipação da brotação, minorando os riscos de perdas por causa de eventuais geadas tardias, assinala Silveira.

O pesquisador observa que, no contexto, é importante que o produtor tenha um conceito em mente: o equilíbrio da planta. Para tanto, ao definir a carga produtiva (com a poda ‘em si’), ele deve buscar padrões medianos, não comprometendo o rendimento nos anos seguintes. É que se a produção na safra for em demasia, a videira fica ‘estressada’, resultando, na colheita subsequente, inapelavelmente, em queda da produtividade. Isso, explica Silveira, é o que se chama de alternância de produção. “Enfim, não se deve pensar apenas no resultado da próxima safra, privilegiando somente a alta produtividade, mas sim, uma carga de gemas produtivas proporcional ao vigor da cada planta para não ‘sacrificá-la’ para os anos seguintes”, resume ele.

A ‘moderação produtiva’, segue, também é importante pelo fato de que evita deixar a videira mais suscetível ao ataque de pragas e doenças. “Com uma planta é a mesma coisa que com uma pessoa: deve-se evitar situações de sobrecarga”.
Por fim, o pesquisador salienta a importância de observar-se, também, a distância de plantio entre plantas na definição do comprimento dos ramos, evitando, dessa forma, a futura sobreposição dos mesmos e consequente sombreamento excessivo da planta.
Detalhe de vinhedo com exemplos de amarração de ramos de uma planta. - Arquivo / Editora Novo Ciclo
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