Geral

História do Alfredo Chaves eternizada em livro

Obra escrita por Gissely Lovatto Vailatti conta os 125 anos de colonização da comunidade do interior de Flores da Cunha

“Aqui perpetuamos a história dos colonizadores de Nova Veneza e moradores das capelas São João Batista e São Judas Tadeu – quatro gerações que fizeram a história do Travessão Alfredo Chaves. Esperamos que o minucioso registro entre os anos de 1884 e 2009 permita ampliar os horizontes culturais e compreender a importância da participação de cada um daqueles que interagem com o meio e nos fazem perceber que conquistas são alcançadas com o suor de muitos rostos – reconhecidos ou anônimos.” Esses são os dizeres que abrem o livro 1884 – 2009: 125 anos de colonização do Travessão Alfredo Chaves, lançado no dia 23, durante a festa de Nossa Senhora de Fátima, no Travessão Alfredo Chaves. A solenidade de lançamento da obra – que encerrou também os festejos dos 125 anos de colonização da comunidade do interior de Flores da Cunha – contou com a presença de autoridades municipais e estaduais, secretários, vereadores e a comunidade.
Durante o lançamento, o prefeito Ernani Heberle (PDT) ressaltou a importância de preservar a cultura e a história das comunidades por meio do projeto ‘Resgate Histórico das Comunidades’ e da qual o livro do Travessão Alfredo Chaves é o primeiro a ser editado. “É uma forma de preservar a nossa história, ressaltando os acontecimentos que fazem parte de Flores da Cunha. Ao lançarmos esta obra também projetamos a pesquisa que está sendo feita atualmente no distrito de Mato Perso”, destacou a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Claudete Gaio Conte.

A autora da obra, a professora de História e pesquisadora Gissely Lovatto Vailatti – que fez seu discurso em talian, em homenagem “a língua que ouviu durante os vários meses de pesquisa”–, apresentou cada uma das partes do livro e agradeceu a comunidade pela dedicação. “Questo libro, che intreguemo incoi col cuore in man, el giuta salvar gran parte da storia de quatro geracione de gente che ze vinhesto, passato e anca tanti que i ze ndati via. Ma gracie a i afari de cada un, questa località gà progredio e se gà tornà digna de ricever um monumento e um livro par registrare la so storia. Credemo che gavemo fato qual cosa, ma que tuti i gà da far tanto incora, parche 500 foie no e dize tuto, le dize quelo que dá”, destacou Gissely, que contou com a parceria de uma equipe de pesquisadores – Alfeu Scortegagna, Antonio Alvise Mioranza, Benedetto Ferrarini, Gilson Tiago Deboni, Helena Reginato, Jayme Viapiana e Plínio Mioranza.
Na ocasião, a comunidade do Travessão Alfredo Chaves inaugurou um monumento comemorativo aos 125 anos de colonização italiana na localidade.

A obra

Com 500 páginas, o livro 1884 – 2009: 125 anos de colonização do Travessão Alfredo Chaves resgata a história, as crenças e o dia a dia dos colonizadores de Nova Veneza. Registra ainda os saberes e os fazeres da comunidade e os marcos mais importantes ocorridos nesses mais de 100 anos de colonização. A obra está dividida em sete partes: a primeira descreve como tudo começou; a segunda retrata a chegada e a estadia em Nova Veneza; a terceira mostra os costumes dos imigrantes; a quarta apresenta o progresso econômico; a quinta parte dedica-se a atualidade; a sexta parte versa sobre o centenário da imigração italiana e o movimento emancipatório; e a última resgata uma breve genealogia das famílias da localidade.

Os capítulos são ilustrados por inúmeras fotografias e por crônicas escritas por Plinio Mioranza, as quais remetem aos acontecimentos de parte da história e atiçam o imaginário. “Foram feitos levantamentos de informações contidas em documentos, fotografias e publicações impressas, além da coleta de dezenas de depoimentos de idosos residentes ou natos do Travessão e até algumas que não mais residem no município. A intenção foi fomentar a pesquisa e registrar para a posteridade relatos daqueles que fizeram a história e o progresso local, para mostrar que o Travessão Alfredo Chaves tem uma rica história, que é muito mais expressiva do que aparentemente se tem conhecimento dentro do contexto municipal, especialmente nos primórdios da colonização”, afirma a autora e pesquisadora Gissely.

A obra, vencedora do concurso ‘Memória Histórica e Cultural’ deste ano, foi editada pela Editora Novo Ciclo. Cada família moradora da comunidade recebeu um exemplar do livro, que também estará disponível para empréstimo nas bibliotecas escolares e nas bibliotecas públicas de Flores da Cunha e Caxias do Sul e na da Universidade de Caxias do Sul (UCS). As pessoas que ainda não retiraram seus exemplares deverão pegá-los no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi entre novembro e dezembro, gratuitamente. Interessados em adquirir o livro (R$ 20) poderão fazê-lo junto ao Museu florense.


Professora Gissely Vailatti autografou a obra com a equipe de pesquisa.  - Valter Bebber / Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário