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Haitianos reconstroem a vida em Flores da Cunha

Atitude pioneira de empresa do município pode ser alternativa para falta de mão de obra. Vinhedos Papéis contratou 17 pessoas

A falta de mão de obra e a rotatividade de funcionários é um problema frequente para a maioria das empresas de todo o Brasil. Em Flores da Cunha a situação não é diferente. Como apresentamos na última edição, o escritório do Sistema Nacional de Emprego (Sine) do município tem uma ampla lista de vagas que leva meses para ser preenchida. A empresa Vinhedos Papéis, localizada no Travessão Gaviolli, há meses vinha enfrentando problemas com a falta de pessoas interessadas em trabalhar na linha de produção. Na busca por uma solução, a diretoria da empresa contratou 17 haitianos para compor o quadro de funcionários, a exemplo de outras empresas da região.

Conforme a coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Rosimeri Scortegagna, a ideia era discutida há algum tempo, mas somente foi concretizada no mês de abril. “Acreditávamos que a contratação seria muito burocrática. Também tínhamos medo de que eles estivessem ilegais no país e a comunicação com eles seria outro empecilho, conta. Ela e uma colega visitaram um frigorífico de Ana Rech, em Caxias, que já havia feito uma contratação semelhante, para conhecer os haitianos e conversar com os empregadores para esclarecer dúvidas. Nesta conversa, elas perceberam que não era tão difícil quanto imaginavam. “Nós ficamos impressionadas, pois eles (os haitianos) são muito simpáticos e têm muita vontade de trabalhar. Então, decidi que se a direção aprovasse eu iria para Manaus (AM) para ampliar nosso quadro funcional”, complementa Rosimere.

E foi o que ela fez. Seguiu rumo à capital do Estado amazonense em busca da mão de obra. O plano inicial era contratar 14 homens, que foram selecionados com a ajuda de um padre da Paróquia São Geraldo, onde cerca de 2 mil haitianos estão alojados em um ginásio de esportes e em um salão da igreja. “Três desses homens estavam com suas esposas e queriam muito que elas também viessem para Flores. Concluímos que eles trabalhariam muito melhor e decidimos trazê-las e empregá-las também”, conta Rosimeri. Ela diz que contou, inclusive, com o apoio de uma companhia aérea, que concedeu desconto nas passagens e viabilizou a viagem do grupo de um dia para o outro. Os haitianos chegaram a Flores da Cunha no dia 18 de abril.

 - Divulgação
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