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Governo propõe R$ 0,52 para o mínimo da uva

Valor foi apresentado nesta semana pelo diretor da Conab. Proposta, agora, será enviada ao Conselho Monetário Nacional para análise e votação

O governo federal está propondo, como preço mínimo pela uva, a vigorar na próxima safra, R$ 0,52 ao kg da uva americana ou híbrida com 15 graus glucométricos. O valor foi apresentado terça-feira, 31 de agosto, na sede da Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho), em Farroupilha, pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto. A intenção foi informada em reunião com cerca de 30 pessoas, entre representantes das cooperativas e empresas vinícolas e viticultores. Na ocasião, esses últimos encaminharam o seu estudo de custo de produção, pelo qual a categoria reivindica o estabelecimento de R$ 0,59 ao kg como mínimo.

Porto, no encontro, comunicou sobre o propósito da Conab de encaminhar ainda neste mês a proposta de preço mínimo ao Conselho Monetário Nacional (CMN), que a analisa e vota a respeito – favoravelmente ou não. Depois do parecer do CMN, a oficialização do mínimo se dá com a edição de portaria ministerial ou presidencial.

A posição manifesta pelo representante da Conab é vista com bons olhos pelos produtores de uva. “A gente considera a proposta um avanço, mas entendemos que o mínimo deva ser superior”, diz o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. Em tal sentido, ele lista uma série de argumentos, sendo o primeiro o fato de o estudo do custo de produção apresentado pela Comissão apontar o valor de R$ 0,59 como mínimo. Outras razões, segue ele, são o fato de a safra passada ter sido a quarta de vigência do preço atual (R$ 0,46 ao kg) e as perdas em remuneração, produtividade e qualidade (estas especialmente na colheita 2009/2010, por conta do clima adverso) acumuladas ao longo das últimas vindimas. O ‘aquecimento’ do mercado vinícola – inclusive como decorrência de um mecanismo operado pela Conab, o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), para diminuição dos estoques de vinho –, redundando em maior demanda pela matéria-prima, é mais um item destacado pelo coordenador. “Já está havendo procura pela uva; enfim, há todo um quadro em favor do aumento de rentabilidade para o produtor”, declara.

A indústria, de outra parte, afirma não ter tido espaço para apresentar um custo de produção da uva por ela estimado. “Fomos convidados para uma reunião em que os viticultores apresentaram seu levantamento de custo, de R$ 0,59 ao kg, e a Conab, o dela, de R$ 0,52, enquanto nós, da Agavi, não calculamos custo de produção”, diz o presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Benito Panizzon, em relação ao encontro na terça-feira. “Não se teve a oportunidade de negociar qualquer valor, igual, maior ou menor”, afirma.
Se vier a vigorar, o valor proposto inicialmente pela Companhia de Abastecimento implicará um reajuste de 13,04% no preço da uva.



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