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O surgimento de um fungo causado, principalmente, pelo excesso de chuvas e por longos períodos de umidade, e que ataca as videiras, preocupa os produtores de uva da região. Chamado de míldio, e conhecido popularmente pelos agricultores como ‘mufa’, a doença pode ser altamente destrutiva e comprometer a produtividade e a qualidade da uva.

Em uma propriedade de oito hectares no interior de Nova Pádua, o fungo já atinge mais de 35% da área. A variedade que apresenta maior incidência é a Isabel. No entanto, as uvas Bordô e Niágara também são propensas a desenvolver a doença. Com a presença do fungo, as folhas formam manchas amareladas, enfraquecem e acabam caindo. Na propriedade rural da família Gizeria, no Travessão Divisa, interior de Nova Pádua, dos oito hectares de videiras cultivados, pelo menos três estão contaminados. Não bastasse o alto preço dos insumos utilizados numa produção com clima regular, o surgimento da doença faz com que os gastos para o controle da mufa praticamente dobrem. De acordo com o produtor Luiz Gizeria, 62 anos, dependendo do produto que for aplicado, são gastos a mais cerca de R$ 1 mil por aplicação. “Ao todo, são realizadas de 15 a 16 aplicações por safra”, explica filho Maurício Gizeria, 21 anos.

Conforme o secretário de Agricultura de Nova Pádua, Samoel Smiderle, o produtor que não fez aplicação antecipada certamente tem problemas com a doença, uma vez que a incidência de chuvas deverá se prolongar pelo menos por mais um mês. De acordo com o secretário, as aplicações devem ser feitas a cada sete dias, porém, quando houver incidência de chuva acima de 15mm, o produtor deve refazer a aplicação, além de usar produtos alternados. Segundo Smiderle, mesmo que haja um controle da doença, haverá perda de produtividade. “Com certeza, no final a produção vai ter perda”.

Além dos parreirais, Luiz Gizeria e o filho Maurício mantêm uma lavoura de dois hectares de plantação de cebola, com expectativa de colher 60 toneladas. Em Nova Pádua, segundo o Censo Agropecuário divulgado recentemente pelo IBGE, a cebola é o segundo produto mais cultivado no município, com 6,7 milhões de quilos por ano, perdendo apenas para a uva, que tem produção anual de 40 milhões de quilos.