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Fones de ouvido: uma maneira saudável e segura de usá-los

Aumento do uso na pandemia pode ter impacto devastador no futuro. OMS estima que 2,5 bilhões de pessoas terão perda auditiva até 2050

Autoridades médicas têm chamado a atenção sobre as consequências do uso excessivo de fones de ouvido. O manuseio prolongado desse tipo de aparelho durante a pandemia de Covid – por causa do home office e do ensino remoto – ampliou a probabilidade de problemas de saúde no futuro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas viverá com algum grau de perda auditiva até 2050. A estimativa é de que esse risco atinja 50% da população entre 12 e 35 anos de idade, com perda de audição cumulativa provocada pelos novos hábitos.
O problema é que, dependendo do tempo de exposição e intensidade, o fone de ouvido pode causar danos irreversíveis à audição. Isso acontece porque o som alto mata as células ciliadas, que não são regeneradas pelo organismo. Segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, a constante exposição a ruídos com frequência superior a 85 decibéis (dB) pode gerar prejuízos.
Conforme o fonoaudiólogo Juliano Luís Guerra, perante a situação atual, um dos fatores mais importantes a se discutir é a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). “Durante muito tempo essa perda auditiva estaria relacionada à saúde ocupacional, isto é, a avaliação da saúde auditiva para avaliar o risco de perda auditiva nos trabalhadores de indústrias que ficam expostos durante sua jornada de trabalho sob sons intensos das máquinas, agora estamos nos voltando a estudar este fator em relação aos fones de ouvido”, ressalta Guerra.

Recomendações e sintomas
A recomendação de especialistas é que o volume do fone de ouvido não ultrapasse 80% da capacidade máxima do aparelho. Outra orientação é que o volume não deve ser tão alto ao ponto de o usuário não conseguir escutar os sons à sua volta. Além disso, é indicado uma pausa no fone de ouvido após o uso prolongado. O modelo do acessório também influencia nos danos. A sugestão são os fones externos, que são menos invasivos.
Conforme Guerra, os primeiros sintomas podem ser o zumbido no ouvido, sensação de dor ou pressão nos ouvidos, hiperacusia (hipersensibilidade a sons), distorção sonora e percepção alterada de alguns tons. Ao notar esses sintomas, a recomendação é buscar um especialista. E, se necessário, iniciar a reabilitação auditiva o mais rápido possível.
 “Alguns estudos mostram que até 69% das pessoas tem sintomas auditivos após exposição à música, sendo o zumbido percebido de 8 a 69%. De 6 a 58% das pessoas tem sintomas relacionados ao uso de fones de ouvido”, informa o especialista.
Se a perda for significativa, o uso do aparelho auditivo é o tratamento mais indicado na maioria dos casos. Desenvolvidos com tecnologia de ponta, os aparelhos auditivos não restauram a audição, mas devolve ao usuário a capacidade de ouvir os sons com clareza. Os dispositivos atuais são pequenos, discretos e praticamente imperceptíveis. Alguns modelos contam com uma série de funcionalidades, como conexão direta ao celular e dispositivos de áudio.

Dicas para usar fones
- Dar preferência aos modelos supra aurais, que tendem a ser menos nocivos que os fones de inserção auricular.
- Guardar o fone em local limpo e seco, como embalagem plástica, e, ainda, evitar deixá-lo em locais empoeirados ou soltos nos bolsos ou bolsas.
- Manusear este acessório com as mãos limpas, inclusive limpá-los, no mínimo, uma vez por semana com pano embebido em álcool 70% se for de borracha ou silicone. Para os fones de esponja, trocá-las sempre que necessário.
- Usar os fones por, no máximo, duas horas diárias com o volume até a capacidade média do equipamento.
- Ao utilizar o fone em apenas um dos ouvidos, alterar para não sobrecarregar um lado.
- Respeitar intervalos de repouso sonoro, de preferência de uma a duas horas por dia.   
- Nunca dormir com fones de ouvido.
- Deve estar atento enquanto utiliza os fones durante outra atividade, inclusive ao fazer atividades físicas. No trabalho, isso pode causar acidentes.
- Tenha cuidado caso sinta abafamento, zumbido, chiado, apito ou qualquer outra sensação sonora ou dor ao tirar os fones, são sinais de superestimulação. Portanto, reduza o uso e procure um profissional para diagnóstico adequado.
- Para ter uma ideia da intensidade do volume do som que escuta a dica é perguntar às pessoas que estão próximas. Se elas conseguirem ouvir o som vazando do fone é porque o aparelho ultrapassou os 85 Db. O indicado é reduzir o volume.
- Para diminuir a intensidade do som, mesmo estando viciado no volume alto, a dica é reduzir a intensidade desse volume gradativamente.

 - Divulgação
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