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Focos da dengue colocam comunidade em alerta

No início do mês, quatro focos foram encontrados no município e Secretaria da Saúde orienta sobre cuidados

Os quatro focos de larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus encontrados em Flores na última semana colocaram a comunidade em alerta. No início do mês, foram localizados focos na área central (três) e no bairro Vindima (um) – o último caso registrado no município, em abril de 2019, também foi na área central, nas proximidades da Escola Frei Caneca. Com os resultados positivos, o Estado do Rio Grande do Sul colocou o município na condição de ‘infestado pelo Aedes aegypti’.

Conforme o servidor da Secretaria da Saúde, Márcio Campos da Rosa, os focos foram encontrados nas Ruas Raimundo Montanari e São José, no Centro, através de uma varredura. “As armadilhas resultaram positivas para a larva do mosquito. Então, conforme a orientação da 5ª Coordenadoria da Saúde é preciso fazer uma varredura de 300 metros. Neste perímetro, não encontramos nada, mas expandimos as buscas. Com essa preocupação, achamos os três focos do Centro num raio de 500 metros das armadilhas”, explica Rosa.

Com o comunicado de ‘infestado’ e de acordo com as diretrizes do Programa Nacional de Controle do Aedes aegypti, o município, desde a última semana, está atuando com 17 pessoas – agentes de saúde e agentes da dengue – as quais realizam um levantamento de infestação do mosquito. Eles estão percorrendo todas as residências, terrenos baldios e comércio na área central e no bairro Vindima. “Neste período, todas as 21 armadilhas que o município tem contra a dengue estão desativadas, porque precisamos quebrar a sequência da proliferação do mosquito. Então, não podemos ter nenhum foco de água parada, nenhum atrativo para o mosquito”, declara o servidor.

Varredura

Nesta semana, uma equipe da Secretaria da Saúde realizou o processo de varredura. As agentes Cassiane da Silva Cé, Luciana Bernardi da Silveira, Sandra Camargo e Susete Dal Molin, passaram pelas ruas da cidade dando informações e vistoriando as residências e pátios. “A maioria das pessoas nos recebem bem, deixam entrar nas casas e nos estabelecimentos. Mas tem muitas residências que não encontramos ninguém. Então é importante as pessoas ficarem atentas a qualquer lugar que tenha água parada”, enfatiza Cassiane. Nos casos em que não há ninguém na residência folders informativo são deixados nas caixinhas de correio.

A aposentada Beatriz Dileta Debortoli Conz, 69 anos, teve a sua residência vistoriada pelas agentes. “Sempre cuido. Tenho certeza que aqui não vão encontrar nada. Mas todos deveriam fazer este trabalho e sabemos que isto não acontece”, comenta. As agentes vistoriam quintal, hortas, calhas, ralos de banheiros e também solicitam informações sobre a caixa d’água.

No pátio da aposentada Lourdes Giachelin Pagno, 75 anos, foram encontrados alguns pontos de água parada nos vasos de plantas. As agentes ensinaram como fazer a limpeza. “É importante termos estas visitas. Às vezes, esquecemos de dar importância a estas pequenas ações, por isso sempre deixo elas entrarem”, diz Lourdes. “Plantas que ficam no gramado, como as de Lourdes, podem ficar sem os pratinhos dos vasos, assim não acumulam água”, ensinam as agentes. 

Neste ano, 16 casos de dengue já foram contraídos dentro do Rio Grande do Sul e 377 cidades são consideradas infestadas pelo mosquito, conforme a Secretaria de Saúde do Estado, incluindo Flores. Em 2019, o Rio Grande do Sul teve 1.187 casos de dengue contraídos dentro do Estado. “Ainda não tivemos nenhum caso de dengue. Encontramos as larvas. São duas coisas diferentes e que precisam ficar esclarecidas. Mas agora sabemos que o mosquito pode ser encontrado no município”, esclarece Márcio.

Tire suas dúvidas

Como identificar o mosquito?

O Aedes aegypti  é muito parecido com o pernilongo, no entanto possui algumas características que ajudam a ser diferenciado dos outros mosquitos. Além das suas listras brancas e pretas, o mosquito tem alguns hábitos que ajudam a identificá-lo: é silencioso; pica durante o dia, especialmente nas primeiras horas da manhã ou fim da tarde; pica, principalmente, nas pernas, tornozelos ou pés e a sua picada, geralmente, não dói nem coça; tem voo rasteiro, com no máximo um metro de distância do solo.

O que é a dengue?

É uma doença febril grave causada por um arbovírus – vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

Quais são os sintomas da dengue?

Febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave.

Dengue tem cura?

A dengue, na maioria dos casos, tem cura espontânea depois de 10 dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, que é quando se perde cerca de um litro de sangue, o que faz com que o coração perca capacidade de bombear o sangue necessário para todo o corpo, levando a problemas graves em vários órgãos e colocando a vida da pessoa em risco.

Como a dengue é transmitida?

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas.

Como é feito o tratamento da dengue?

Não existe tratamento específico para a dengue. Em caso de suspeita é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico.

Como prevenir a dengue?

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros.

 

 - Gabriela Fiorio
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