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Fluxo de veículos na praça de pedágio cai 48% em cinco anos

Maio foi o período de menor movimento desde a instalação da praça de pedágio em Flores da Cunha há 20 anos

Vinte anos após a instalação dos pedágios no RS e depois cinco anos da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumir a praça de pedágio de Flores da Cunha, o movimento no trecho de 47 km entre Caxias e Antônio Prado caiu cerca de 48% no primeiro semestre desse ano se comparado com os seis primeiros meses da instituição da cobrança pela EGR, no segundo semestre de 2013. Antes disso, o trecho era administrado pelo consórcio Univias.

Conforme levantamento feito pela reportagem do Jornal O Florense, à época, o movimento mensal na praça de pedágio instalada no km 100 da ERS-122 era, em média, de 108 mil veículos, a maior parte deles (63%), carros de passeio e utilitários. O movimento com média mensal acima de dois dígitos se manteve por dois anos e meio – de junho de 2013 a dezembro de 2015, quando a Estrada das Indústria, também conhecida por desvio do pedágio, passou a ser alternativa quase que obrigatória para quem pretende economizar com os deslocamentos. Além do movimento, que em média nos primeiros 30 meses foi de 111 mil veículos por mês, contra 82 mil nos dois últimos anos e meio, a arrecadação caiu em cerca de 20%, apesar do aumento na tarifa de 34,6% concedido em outubro de 2017. Nesse período a concessionária deixou de faturar R$ 4,2 milhões.

A freada no fluxo de veículos pelas cancelas da praça de pedágio na localidade de São Roque teve início em 2016, com a conclusão da via que liga a cidade com o bairro Lagoa Bela e as localidades do Travessão Rondelli, caindo de 113 mil veículos por mês em 2015, para 94 mil no ano seguinte. Depois disso, a queda foi de 12 mil veículos por mês, fechando o primeiro semestre de 2018 com pouco mais de 70 mil veículos. Desse total, 39% são de veículos de carga, enquanto 58% são de carros de passeio. O menor fluxo em duas  décadas de existência do pedágio em solo florense, ocorreu maio desse ano, quando houve a paralisação dos caminhoneiros por 10 dias. Nesse período, o movimento foi de 59.642 veículos, número bem abaixo do registrado de junho de 2013, com 65.659 veículos. 

Nos cinco anos sob a administração da EGR passaram mais de 6 milhões de veículos, incluindo carros de passeio, caminhões, ônibus e utilitários, resultando uma arrecadação de R$ 48,2 milhões. No mesmo sentido do movimento de veículos, segue também a arrecadação, cuja parte do valor é aplicada na manutenção da rodovia. O fluxo de veículos reduziu em mais de 1,1 mil por dia, caindo de 3.480 em 2013 para 2.340 de janeiro a junho desse ano. Já a receita bruta, se comparada aos valores cobrados pela antiga empresa até 31 de maio de 2013, também diminuiu significativamente. A época, a concessionária recolhia mensalmente cerca de R$ 1,2 milhão. Já sob a administração da EGR esses valores caíram para R$ 803,4 mil por mês.

Cobrança começou há 20 anos
1998 - Os contratos de administração com as concessionárias começaram a ser assinados em fevereiro de 1998, durante o governo de Antônio Britto (PMDB). Na época, a controvérsia em torno dos pedágios já havia dominado a campanha eleitoral para o Palácio Piratini. Com o slogan “Britto é o pedágio, Olívio é o caminho”, Olívio Dutra (PT) venceu a eleição para governador.

2000 - Em 2000 foi instituída cobrança bidirecional (nos dois sentidos da via). Em contrapartida, as concessionárias ficaram responsáveis por novas obras e por manter trechos urbanos até dezembro de 2004. Depois disso, seria preciso revisar os encargos, o que nunca foi feito. 

2012 - Em junho de 2012, o governador Tarso Genro (PT) criou a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e, no mês seguinte, formalizou a decisão de não prorrogar os contratos de pedágio, definindo as datas de encerramento das sete concessões para o primeiro semestre de 2013. No dia 31 de maio de 2013, sob controvérsia, a EGR passou ocupar o vácuo deixado pelas empresas privadas, com a promessa de ser enxuta e ágil, sem objetivar lucro, e ter tarifas reduzidas. A EGR iniciou a cobrança dia 12 de junho de 2013. 

2015 - A Empresa Gaúcha de Rodovias administra, além de Flores da Cunha, outras 13 praças de pedágio, e tem 75 funcionários efetivos (todos concursados) e 3 diretores. A folha bruta mensal custa R$ 837 mil e, em 2017, a empresa fechou com lucro líquido de R$ 1,5 milhão. Em cinco anos de operação, investiu R$ 485,6 milhões nas estradas (57,4% da arrecadação líquida) e restaurou, em média, 417 quilômetros por ano, em uma malha de 908 quilômetros. Somente no trecho entre Caxias do Sul a Antônio Prado a empresa investiu R$ 20,1 milhões no recapeamento e manutenção da estrada estadual em 2015.

Praça fica na ERS-122, em Flores da Cunha. - Antonio Coloda
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