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Fluxo de veículos na praça de pedágio aumenta 29,7%

Primeiros seis meses do ano mostram ascensão em relação ao ano passado, mas diminuição é constante

Desde que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumiu a praça de pedágios de Flores da Cunha, instalada no km 100 da ERS-122, na localidade de São Roque, em 12 de julho de 2013, o fluxo de veículos têm diminuído a cada ano. Conforme levantamento feito pela reportagem do Jornal O Florense, a partir de 2016, a queda foi mais brusca, quando a Estrada das Indústrias, conhecida também como desvio do pedágio, passou a ser alternativa para a maioria dos veículos. 
Porém, os primeiros seis meses deste ano mostram um crescimento de 29,7% em relação ao ano passado. De acordo com os dados da EGR, de janeiro a junho passaram pelas cancelas 546.387 mil veículos. O mês de fevereiro teve um acréscimo significativo que fez com que a média mensal aumentasse – foram 175,5 mil veículos apenas naquele mês. Devido a isso, a média do primeiro semestre ficou em 91 mil, um aumento de 20,9 mil passagens pelas cancelas em relação ao primeiro semestre de 2018, quando passaram pelo pedágio uma média de 70,1 mil veículos por mês. Conforme os dados, os carros de passeios são os que mais passam pelo pedágio, seguindo por veículos comerciais de 2, 3 e 6 eixos. Na questão arrecadação, até maio deste ano, a EGR somou R$ 6,2 milhões.
Se os números ascenderam em 2019, nem sempre foi assim. Conforme a EGR, nos anos de 2014 e 2015, a praça de pedágio tinha um movimento mensal de 114 mil veículos – e uma arrecadação superior a R$ 12 milhões. Em 2016, a média mensal passou para 94 mil veículos, uma queda de 17,5%, e consequentemente uma diminuição na arrecadação, passando para R$ 8,5 milhões. O ano de 2017, foi o primeiro onde menos de 1 milhão de veículos passaram pelo pedágio: foram 985.328, uma média de 82 mil veículos mensais – ano também em que a tarifa aumentou. Em 2 de outubro de 2017 a EGR elevou em 34,6% o valor do pedágio (tarifa que se mantém até hoje). Por isso, mesmo com a queda de veículos, a arrecadação aumentou, tendo uma visível percepção no ano de 2018, onde passaram 72,4 mil veículos/mês e a arrecadação foi de R$ 11,5 milhões. 
Se compararmos o ano de 2014 com o de 2018, a praça teve uma queda de 511.907 mil veículos, o que representa um fluxo 37% menor, o que não corresponde com a queda do valor da arrecadação, pois houve o aumento da tarifa. 

Mudanças são necessárias

A praça de pedágio na comunidade de São Roque não agrada nem moradores e nem o poder público. Conforme o morador e integrante do conselho da EGR, Bertinho Piccoli, algumas questões precisam ser revistas. Em 2014, a empresa responsável recapeou os 48 km que abrangem a área pedagiada, entretanto depois disso nada mais foi feito no trecho.  “Lembro que na época foi gasto em torno de R$ 21 milhões. Daquele ano pra cá, não foi feito mais nada. Só algumas roçadas e pinturas”, declara. Conforme a EGR, de janeiro a maio de 2019, foram desembolsados R$ 7,2 milhões para investimentos – gasto maior que o arrecadado no mesmo período, que foi de R$ 6,2 milhões. Porém, a população discorda do investimento. Em nota, a Assessoria de Imprensa da EGR diz que “os recursos são direcionados para a conservação da rodovia e prestação de serviços de guincho e ambulância aos usuários”. 
Para os moradores da área, o pedágio desvaloriza iniciativas da comunidade, especialmente as ligadas ao desenvolvimento turístico.  “Temos em torno de 40 indústrias, o roteiro Compassos da Mérica Mérica, que dão um retorno significativo para o município, mas que acabam tendo alguns impedimentos por causa da praça. Geograficamente o pedágio está mal situado e tem a única função de arrecadar”, explica Piccoli.
O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, concorda com os moradores e a localização geográfica do pedágio. “Desde o primeiro momento, só veio para atrapalhar o desenvolvimento e o progresso do município. Ele já causou muita discórdia e dividiu a cidade. Na questão de obras, primeiramente a EGR informou que não tínhamos nenhum projeto. Agora que temos projetos, eles não têm dinheiro. Então são só desculpas. O pedágio nunca fez nada para Flores da Cunha. Nunca houve um acesso, uma melhoria na via, apenas o recapeamento que é de praxe. E isso em 20 anos, não estou falando só agora no tempo da EGR”, afirma Lídio, que também integra o conselho da EGR. Segundo eles, há anos não existem mais reuniões entre a empresa e os conselheiros.
Outro ponto que também gera descontentamentos são os cartões de passagens liberadas para os moradores do entorno. Mesmo tendo os passes desde 1999, os moradores ainda têm dificuldades em adquiri-los. “Percebo que hoje não se tem mais nenhum critério para adquirir a isenção da tarifa. Têm moradores de Caxias do Sul, que possuem chácara na localidade, que possuem o cartão, enquanto que moradores ao lado do pedágio não têm”, revela. 
Conforme Piccoli, muitos moradores não trocam de veículo para não perder o benefício. “Se analisarmos minuciosamente as quatro capelas do Travessão Rondelli, a EGR deveria disponibilizar em torno de 250 cartões de passe livre para atender a nossa demanda. Hoje são quase 700, incluindo muitas pessoas que não precisam. O pedágio é bem-vindo, mas aqui não está funcionando bem”, pontua. Para ele, alguns critérios precisam ser mudados. “Nosso intuito sempre foi montar uma comissão com representantes das capelas e poder público para administrar os cartões. Por exemplo, a EGR disponibilizaria 300 cartões e nós, através de critérios mais justos, distribuiríamos para quem realmente precisa”, finaliza. 

Troca de local não está prevista

Um dos assuntos que tem se comentado nos últimos anos – inclusive foi levantado na Câmara de Vereadores – é a troca de localização da praça de pedágio para o bairro Pedancino, em Caxias do Sul. De acordo com a EGR, não existe nenhum projeto atualmente que aborde a mudança, inclusive essa troca nunca chegou a ser solicitada. “Perguntamos ao ex-presidente, Nelson Lídio Nunes, ele nos afirmou que nunca houve essa possibilidade. Isso estaria descartado. Não sei qual será a política adotada do novo diretor-presidente, Urbano Schmitt, mas espero que nunca venha a acontecer essa mudança”, diz o prefeito Lídio Scortetgagna.

Obra

A construção de uma obra de acesso a Flores da Cunha, na ERS-122 com a RSC-453, está sendo licitada e iniciará em breve. Atualmente, os condutores que trafegam no sentido Flores da Cunha – Farroupilha precisam passar embaixo do viaduto e realizar o contorno da rotatória dentro do perímetro urbano de Caxias do Sul. Depois, o motorista ainda precisa cruzar a RSC-453 para seguir em direção a Farroupilha. A nova alça possibilitará que os condutores saiam da ERS-122 e acessem diretamente o trecho urbano da Rota do Sol.

 

Fluxo na praça de pedágios vem diminuindo anualmente, mesmo com o crescimento deste semestre. - Gabriela Fiorio
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1 Comentários

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    Muita conversa e pouca atitude, disto advindo que a EGR não está nem aí para os transtornos que esta famigerada PRAÇA DE PEDÁGIO URBANO está causando às comunidades do Entorno. Maldito PMDB de Brito e Sartori que com a ajuda do prefeito de Flores da Cunha da época (PDT)atabalhoadamente implantaram equivocadamente a praça neste local.



    Comentário editado pela redação.

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