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Flores em ritmo de produção literária

Diversas obras sobre a história e as memórias dos florenses estão em andamento

O escritor e dramaturgo irlandês Oscar Wilde proferiu certa vez que “Todos sabem fazer histórias, mas só os grandes sabem escrevê-las”. Pelo andar da carruagem, a comunidade florense está levando as palavras de Wilde a sério. Pelo menos nove obras literárias estão sendo produzidas em Flores da Cunha e devem ser lançadas nos próximos anos. São histórias de famílias, de empresas, de instituições, trajetórias de personalidades e contos de ficção.

O primeiro livro a sair da gaveta será 1884 – 2009: 125 anos de colonização do Travessão Alfredo Chaves, que resgata a história, as memórias e as famílias que residem na localidade. A obra, escrita pela professora e historiadora Gissely Lovatto Vailatti com a equipe de pesquisa formada por Alfeu Scortegagna, Antonio Alvise Mioranza, Benedetto Ferrarini, Gilson Deboni, Helena Reginato, Jayme Viapiana e Plínio Mioranza, será lançada em outubro, em paralelo à inauguração do monumento alusivo aos 125 anos de colonização do Travessão. “A intenção foi fomentar a pesquisa e registrar para a posteridade relatos daqueles que fizeram a história e o progresso local. Uma história que atravessa cinco gerações, por meio da conservação da arquitetura, das capelas, das imagens, das canções, da arte e das tradições”, pontua Gissely. O trabalho, que iniciou em agosto de 2009 e estendeu-se até fevereiro de 2011, integra o projeto de pesquisa Resgate Histórico das Comunidades, realizado pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto.

Também contemplada dentro deste projeto está uma pesquisa histórica sobre o distrito de Mato Perso. O estudo já foi iniciado e está em fase de coleta de informações. Conforme a pesquisadora Gissely, que está trabalhando com a equipe formada por Claudete Gaio Conte, Luiz José Arsego, Francisco Benedito Fabro e frei Aldir Crocoli, o projeto priorizará a colonização, a genealogia das famílias, a história das entidades e associações e os empreendimentos da localidade. “A nossa intenção é que essa pesquisa também vire livro e esteja finalizada no próximo ano”, diz Gissely.

Famílias
A trajetória familiar também se destaca. A família Mioranza lança em janeiro, com a assinatura do gemellaggio entre Sospirolo (província de Belluno) e Flores da Cunha, o livro De Val del Mis a Nova Veneza: História da Família Mioranza. A obra está concluída e recapitula a trajetória do sobrenome Mioranza desde 1300, até a partida de Val Del Mis à chegada à Nova Veneza (Travessão Alfredo Chaves). “Tudo isso numa tentativa de compreensão global do passado, já que a história de uma família não é uma história isolada. Ela faz parte do cotidiano dos grupos humanos”, escreveu a família Mioranza no prefácio da obra. Conforme um dos pesquisadores, Plínio Mioranza, o livro, de acordo com opiniões de profissionais, não é apenas a história de uma família, mas fonte de pesquisa para diversas áreas pela quantidade de informações contidas.

Mioranza também é autor de outras duas obras. A primeira, a ser lançada em maio de 2012, tem o título provisório de História de um Andarilho. É uma coletânea de crônicas escritas por Plínio veiculadas em diversos meios de comunicação sobre a vida de Marco Bortolai e suas andanças pela região. A outra, sem data de lançamento, denomina-se O Rio dos Cristais e é uma ficção baseada em fatos reais sobre a vida de um imigrante italiano estabelecido no município. “Do entusiasmo do projeto do Alfredo Chaves nasceram essas três publicações e uma quarta obra, que estamos trabalhando ainda”, destaca Plínio.

Outra família que está escrevendo sua história, mais precisamente de seu empreendimento, é a Panizzon. Sem previsão de lançamento, a obra marca o cinquentenário da Sociedade de Bebidas Panizzon, empresa iniciada pelo patriarca Ricardo Panizzon, em 1960. “O livro tem como objetivo resgatar a trajetória de homens e mulheres da família, descendentes de imigrantes italianos que há 50 anos, unidos a um ideal de união, fundaram a Sociedade de Bebidas Panizzon”, explica a diretora comercial da empresa, Ana Paula Panizzon.

Trajetórias
Para marcar seus 20 anos, o Centro Empresarial de Flores da Cunha também registra sua trajetória em um livro. A publicação apresentará as principais ações desenvolvidas pela entidade desde 1990. “A obra será um registro histórico, que servirá de pesquisa a toda a comunidade”, diz a atual presidente da entidade, Eroni Mazzochi Koppe. O livro, que está em fase inicial de pesquisa, será escrito pela historiadora Tânia Tonet e pelo jornalista Charles Tonet. “A ideia é mostrar um livro com fatos marcantes, fotografias e depoimentos que contribuíram para enriquecer a história do município”, projeta Tânia. O lançamento deve ocorrer em dezembro.

Outra obra a ser editada é a biografia do ex-prefeito Heleno José Oliboni. Sob a alcunha de Heleno Oliboni – Um Colecionador de Amigos, a publicação conta a trajetória pessoal e pública, os mandatos políticos, as obras realizadas durante a sua gestão e o empreendedorismo familiar. O livro, que foi escrito por Jeférson Dienstmann Fernandes, está pronto, porém, ainda não tem previsão de lançamento.



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