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Florenses pelo Mundo – Vida na Hungria

O engenheiro Fabiano Maioli, natural de Flores da Cunha e residente na Hungria, abre a série de reportagens ‘Florenses pelo Mundo’ do Jornal O Florense

Herdeira do antigo império austro-húngaro, a Hungria faz fronteira com Áustria, Eslováquia, Ucrânia, Romênia, Sérvia, Croácia e Eslovênia. Sua capital, Budapeste, é considerada uma das mais belas do mundo. Sendo cortada pelo Rio Danúbio, é centro econômico, cultural e a maior cidade do país localizado na Europa Central. E é neste cenário de Budapeste que há mais de um ano vive o florense Fabiano Maioli, 33 anos, personagem que estreia a série de reportagens do Jornal O Florense intitulada Florenses pelo Mundo. Engenheiro eletricista, Maioli queria mais do que conhecer os países em viagens de férias, queria vivenciar a experiência de morar no Exterior. Hoje, com trabalho e família na Hungria, ele conta algumas das diferenças entre as duas nações.

Antes de encarar o desafio de morar fora do Brasil, Maioli formou-se em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para isso, morou em Porto Alegre e, por oito anos, atuou na área de desenvolvimento de softwares em uma empresa de telecomunicações. O jovem conta que morar na Hungria não foi uma escolha difícil, já conhecia o país e resolveu investir na experiência. Além disso, Budapeste é considerada uma das cidades com melhor qualidade de vida da Europa. “Quando viajamos para outros países a experiência é bem diferente de morar em algum deles. Eu vi uma nova fase na minha vida e pensei: ‘vou tentar e ver o que acontece’. Se abdica de algumas coisas como a família e amigos, mas você treina o âmbito pessoal e profissional em muitos sentidos”, garante Maioli. Na Hungria ele trabalha em uma das unidades da multinacional General Electric (GE), na pesquisa e desenvolvimento para equipamentos hospitalares, a chamada GE Healthcare, um dos diversos segmentos da companhia. Somente no país são cerca de 11 mil funcionários.

 

Arquivo Pessoal/Divulgação

Em Budapeste o florense Fabiano Maioli atua na multinacional General Electric.

Ele enfatiza que o primeiro grande impacto em se mudar para a Hungria é o idioma. O país é o único do mundo que fala húngaro, uma língua que não está relacionada com os idiomas dos países vizinhos, além de pertencer a uma família muito diferente: das línguas urálicas. “Dentro da GE a língua oficial é o inglês, então não foi um problema. Contudo, são 10 milhões de pessoas falando húngaro, um idioma que não tem similaridade com nenhuma outra língua do mundo. Faço alguns cursos, mas é bem difícil aprender”, afirma o engenheiro, que tem o apoio da namorada Kinga Recsetár, natural de Budapeste, para se ambientar no que ainda não aprendeu. Outra peculiaridade do país é o clima, onde as horas de sol por dia variam constantemente em função das estações do ano. “Por isso a diferença cultural é grande, parece que no inverno os húngaros hibernam, mas em compensação no verão eles não param”, brinca ele, que garante sentir falta do arroz com feijão e do churrasco do Brasil.

Outra diferença da vida no país de origem é o modo de se locomover diariamente. Se antes o carro era indispensável para o florense, atualmente o item não faz falta alguma. “Hoje vou ao trabalho de metrô. Preciso atravessar a cidade, mas é um deslocamento de apenas 20 minutos e muito prático. Utilizo muito os transportes públicos, além do metrô, Budapeste tem ônibus, trem e o tramways, uma espécie de bondinho”, conta. O povo húngaro também tem lá seus diferenciais frente aos brasileiros. “O brasileiro é muito mais aberto, mais extrovertido e o húngaro é mais fechado em alguns sentidos. Tem muita gente que vê os húngaros como pessimistas, mas não é verdade, eles têm, como todo o povo europeu, um senso crítico muito forte, querem melhorias e não aceitam algumas questões no mais ou menos, querem sempre o melhor. Isso se reflete também no trabalho, onde eles tendem a ser até perfeccionistas em alguns aspectos”, conta Maioli, que tem contato com equipes da GE da França, Estados Unidos e Índia.

Além de ser dona de patrimônios mundiais da humanidade, como o Castelo de Buda e a Praça dos Heróis, Budapeste é destaque ainda na segurança, sendo uma das cidades mais seguras da Europa. Sua localização, no centro do continente europeu, também privilegia aqueles que gostam de viajar para outros países. Maioli e a namorada Kinga estiveram no Brasil em dezembro de 2016. No Natal, os pais dele, Victor Hugo Maioli e Elza Maioli, conheceram a Hungria.

Onde Fabiano estará no futuro? Ele não sabe dizer. “Viver no Exterior é ter sempre o coração um pouco dividido. Tem a tua família e os teus amigos, mas ao mesmo tempo tem novas pessoas que tu também ama. Por enquanto meu futuro está em aberto, eu e a Kinga cogitamos até morar num outro país, mas por enquanto não pensamos muito, estamos deixando acontecer”, despista.

Florenses pelo Mundo

Uma vez por mês, até o final do ano, o Jornal O Florense vai contar a história de conterrâneos que estão desbravando alguma parte do mundo. Se você conhece alguém que nasceu em Flores da Cunha e hoje mora em outro país, mande sua dica para o email fabiano@jornaloflorense.com.br 

Em visita a Flores da Cunha no final de 2016, Fabiano diminuiu a saudade de casa e dos pais Victor Hugo Maioli e Elza Maioli, e até do mascote Sobis. - Camila Baggio/O Florense

'florenses Pelo Mundo' - Fabiano Maioli

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