Florenses deixam de usar telefone fixo
Nos últimos seis anos, número de linhas ativas caiu 14,9% no município
Na era dos smartphones e do WhatsApp, o uso de telefones fixos virou coisa do passado. Quase a metade dos domicílios de Flores da Cunha não conta com um aparelho fixo. De acordo com os números da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o município tem atualmente 6.402 linhas de telefones fixos, um decréscimo de - 14,9% se comparado há 2013. Somente nos últimos 12 meses a redução foi de - 3,17%, índice maior do que o registrado nacionalmente. Segundo a Anatel, o país contava com 40.487.778 linhas fixas em abril deste ano, uma diminuição de - 2,52% no último ano. No interior, o cenário não é diferente. Localidades como São Gotardo, Nova Roma, Otávio Rocha e Alfredo Chaves também apresentaram redução na linha de fixos.
A explicação para a queda é simples: o telefone celular e a internet substituíram as linhas fixas e os orelhões, que praticamente não existem mais.
No mês de abril, as empresas autorizadas contavam com 5 linhas fixas no município, enquanto que as concessionárias possuíam 6.397. Nos últimos seis anos, as autorizadas perderam 98,6% do mercado florense, enquanto que as concessionárias também apresentaram queda, mas em torno de 10,7% de linhas.
As concessionárias são aquelas que atuam em regime público em suas áreas de concessão, têm as tarifas regulamentas pela Anatel e devem seguir as obrigações de continuidade e de universalização – basicamente são Oi e Telefônica. Já as autorizadas atuam sob regime privado, com liberdade de preços.
Nacionalmente, entre as autorizadas, a Claro lidera o mercado com 62,8% de participação; seguida pela Telefônica com 27,9%; e pela TIM com 4,35%. A divisão de mercado entre as empresas concessionárias é de 55,7% para Oi e 40,3% para a Telefônica.
Com as pessoas abrindo mão das linhas tradicionais de telefone fixo, o uso de celulares aumentou, bem como o de acesso a internet. Flores da Cunha tem hoje, 7.806 pontos de conexão com internet fixa, ou seja, um aumento de 60% em relação a abril de 2018. Em seis anos, a população com conexão à internet cresceu 167% no município. No Brasil, a principal forma de conexão é a internet banda larga fixa. Ao todo, são 29,3 milhões de contratos de banda larga fixa ativa em abril de 2018, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Propostas para evitar cancelamentos
Mesmo com as reduções na telefonia fixa a burocracia em cancelar o serviço ainda gera dor de cabeça para muitas pessoas. Dificuldades de atendimento e novas propostas para manter a conta ativa, como a redução do pagamento, são oferecidas pelas empresas de telefonia. Esse é o caso do soldador Valdomiro Soares, 45 anos, que há cerca de um ano tentou cancelar o serviço de telefonia fixa, entretanto não conseguiu. O principal motivo é que toda a família se comunica via celular e o aparelho fixo se tornou obsoleto na casa no bairro Parque dos Pinheiros. “Liguei dizendo que queria cancelar a conta, passaram uns dias me ligaram de volta fazendo uma proposta de redução de 25% no valor, só que quando chegou à fatura estava mais alta que a anterior e liguei novamente para cancelar e acabaram me mandando um conta com valor mais baixo”, explica Soares, que, com a diminuição do valor optou por manter o telefone ativo. “Utilizamos muito pouco o fixo, caso continue nesse valor de R$ 20 vamos manter, mas se aumentar vou tentar cancelar novamente”, pontua o soldador.
De acordo com a Anatel, em 2017, houve uma queda geral nos preços cobrados pela telefonia fixa no Brasil. Os valores no setor caíram, em média, 3,9% no último ano, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) aumentou 6,1%.
Reclamações
Em 2017, segundo a Anatel foram registradas 506,1 mil reclamações a menos se comparado ao ano de 2016. A Superintendência de Relações com os Consumidores (SRC) recebeu, no total, cerca de 3.405.697 reclamações de consumidores de serviços de telecomunicações, representando queda de 12,9% no volume de demandas em relação a 2016.
A queda das reclamações é referente aos serviços de banda larga fixa, de telefonia fixa, de telefonia móvel nas modalidades pré-paga e pós-paga, e de TV por Assinatura que, juntos, são responsáveis por cerca de 327 milhões de contratos vigentes entre prestadoras e consumidores. A maior redução foi nas reclamações ligadas a problemas no funcionamento dos serviços fixos.
Como proceder para cancelar um serviço
- Fale com sua operadora e exponha o que você deseja. Anote e guarde o protocolo de atendimento que ela lhe fornecer;
- Se a operadora não responder ou se a resposta não for adequada, entre em contato com a Anatel (1331 ou 1332 para deficientes auditivos ou pelo site anatel.gov.br) e guarde o número que lhe será fornecido;
- Aguarde e acompanhe o prazo de cinco dias úteis para a resposta. A Anatel irá encaminhar a reclamação para sua operadora que terá um prazo para entrar em contato e solucionar o problema;
- Caso a operadora não respondeu ou a resposta foi inadequada é necessário entrar em contato com a Anatel novamente para reiterar sua reclamação. A agência irá auxiliar a interação com as operadoras de serviço e monitorar a quantidade o motivo da reclamação. Lembre-se de sempre anotar os protocolos de atendimento.
Fonte: Anatel
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