Geral

Flagrante: 160 km/h na estrada para Nova Roma

Velocidade foi registrada na via que possui lombadas eletrônicas que ainda não estão em funcionamento. Levantamento aponta que se os equipamentos instalados na via estivessem ligados, em apenas cinco dias mais de 4 mil motoristas teriam sido multados

Levantamento solicitado pela prefeitura de Flores da Cunha junto à empresa Kopp, que aluga as lombadas eletrônicas em operação no município, aponta que, se os equipamentos instalados em Nova Roma estivessem ligados, em apenas cinco dias 4.334 motoristas teriam sido multados – alguns deles, mais de uma vez. As medições foram realizadas entre os dias 30 de maio e 3 de junho. No total, 6.634 veículos passaram na Rua Antônio Soldatelli em ambos os sentidos, sendo que 65,3% deles estavam acima de 57 km/h (até essa velocidade o equipamento fotográfico não é acionado).

A via que serve de acesso para a localidade de Nova Roma, entre outras, recebeu os equipamentos no dia 20 de janeiro. Desde então, algumas lideranças comunitárias se manifestaram contra a medida, alegando, entre outros argumentos, que o ponto escolhido não seria o melhor. Entretanto, os relatórios da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito mostram que mais de dois mil veículos transitaram no trecho com velocidades superiores a 80 km/h. “Há um registro de 160 km/h às 19h19min do dia 2 de junho”, cita o secretário Paulo Ribeiro.

As lombadas funcionaram sem o conhecimento público por cinco dias com a intenção de reunirem dados que comprovem a necessidade de permanecerem onde estão, argumenta ainda o representante do poder público. Os números mostram também que as velocidades aumentam à medida que a noite chega: a grande maioria dos condutores excedeu o limite de velocidade entre as 17h e às 20h. Das 5h às 7h e das 11h ao meio-dia foram registrados 753 acionamentos do equipamento fotográfico. “O levantamento comprova como os motoristas se comportam caso as lombadas não existissem. O ideal seria apenas a sinalização horizontal e vertical, além de um trabalho preventivo”, observa Ribeiro.

Contrapontos
Um dos líderes comunitários de Nova Roma, Moacir Pólo, lamenta que a prefeitura não tenha ouvido a comunidade antes. “Não posso falar em nome da comunidade, mas na minha opinião ali onde as lombadas foram instaladas não é o melhor local. A prefeitura prometeu a construção de refúgios para os ônibus, mas até hoje nada foi feito”, diz Pólo. Ele salienta que chegou a conversar pessoalmente com o prefeito Ernani Heberle (PDT), porém acredita que as considerações não serão levadas em conta. “Para quem tem caminhão, como é meu caso, fica complicado. Acho que não tem mais o que fazer, ou seja, as lombadas ficarão onde estão”, questiona o líder comunitário.

Uma moradora de Nova Roma reclama da maneira pela qual os equipamentos foram instalados na rua. “No trecho há uma parada de ônibus. Nos horários de pico os ônibus param na pista pela falta de acostamento, chegam a formar fila. Isso se chama segurança?”, pergunta ela, que prefere o anonimato. “Apenas gostaríamos que o local fosse reavaliado”, pede outra moradora.

Na quarta-feira, dia 8, a prefeitura autorizou o acionamento dos visores das duas lombadas eletrônicas. Não há previsão para os equipamentos começarem a autuar quem passar no trecho com velocidades acima da permitida, de 50 km/h. Isso ocorrerá apenas depois que técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) verificarem o funcionamento das lombadas.



Abaixo, no dia 2 de junho, motorista passou pelas lombadas a 160 km/h.
 

Teste foi feito com os visores desligados. - Fabiano Provin
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário