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Fim da colheita, hora de investir na adubação do solo

Agrônomo Vagner Spadari fala da importância de investir na reposição de nutrientes para garantir uma produção futura satisfatória.

Em muitas propriedades de Flores da Cunha a colheita da uva já terminou. Porém, o trabalho no vinhedo continua. Agora, é chegada a hora de devolver ao solo, por meio da adubação, os nutrientes retirados pela videira durante o ciclo produtivo. Conforme o engenheiro agrônomo da Florença Agro, Vagner Spadari, a adubação de manutenção, que é a reposição de nutrientes exportados pela uva, é essencial nessa fase para manter a fertilidade do solo, pois logo após a colheita a planta começa a drenar os fotoassimilados para a formação da gema.

O principal objetivo da adubação é a reposição de macro e micronutrientes do solo. Realizando esse processo, o agricultor irá garantir a manutenção das folhas e o fortalecimento da gema para a produção seguinte. “A videira é uma planta que se adapta bem em vários tipos de solos, sendo que seu desempenho produtivo é melhor naqueles com boa capacidade de suprimento de nutrientes. Por isso a importância de nutri-lo”, aponta o especialista. Segundo ele, esse processo traz muitos benefícios à parreira, garantindo uma elevada produtividade e uvas com excelente qualidade.

Como proceder
O engenheiro agrícola explica que logo após a colheita, em média sete dias, repetindo a aplicação após 10 dias, deve ser feita a pulverização foliar, com o pulverizador ou com o trator. Além disso, em até 30 dias após o término da safra, o agricultor deve iniciar a adubação via solo. Segundo Spadari, o ideal é que um engenheiro agrônomo seja contatado para que este realize uma análise do solo, a qual avaliará quais são as necessidades apresentadas no local. Caso a análise do solo não seja feita, o especialista recomenda a utilização de 200 quilos de adubo (multinutrientes) por hectare.

Outro ponto muito importante é que a adubação via solo deve ser realizada em duas etapas, sendo que metade do produto será aplicada após a colheita e os outros 50% no início da brotação da videira. “A planta precisa de nutrientes durante todo o ciclo. Quando a aplicação é feita em uma única vez, a planta é prejudicada, pois as chuvas acabam levando os nutrientes do solo. Por isso a importância do parcelamento da adubação”, enaltece o engenheiro agrônomo.

Cobertura verde
Outro procedimento de suma importância para a saúde da videira é a utilização da chamada cobertura verde, que é o semeio de plantas nas entrelinhas das videiras. De acordo com Spadari, esse é um processo simples e barato que é recomendado por órgãos oficiais como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pois auxilia no controle de plantas daninhas, mantendo ou aumentando a matéria orgânica do solo e diminuindo problemas de estresse hídrico. A adubação verde tem grande importância por estruturar o solo e ser uma forma de reciclar nutrientes.

O manejo de cobertura verde deve ser feito logo após a adubação, permanecendo no solo até o mês de julho, quando começa a poda. “Depois, o agricultor pode roçar, secar ou, ainda, e o mais recomendado, derrubar a massa verde. Após esse processo, a cobertura entrará em processo de decomposição e haverá uma reciclagem de nutrientes, que novamente estarão disponíveis para a planta”, explica Spadari.

Em regra, qualquer espécie vegetal pode ser utilizada como adubo verde. Porém, considerando as características desejadas, algumas espécies devem ser prioritárias para integrar um sistema de produção que inclua a nutrição e adubação verde, como gramíneas e/ou leguminosas.

Um exemplo de acompanhamento que deu certo

O agricultor florense Elias Vicenti Golin, 39 anos, cultiva uva em cerca de 6,5 hectares na localidade de Santa Líbera. Após a safra de 2011, na qual obteve uma produção recorde de 200 toneladas, ele percebeu que uma grande parcela do solo de seus vinhedos estava comprometida. Foi então que procurou auxílio da Florença Agro, que por meio de seu engenheiro agrônomo, Vagner Spadari, realizou uma análise do solo. O resultado mostrou que o local tinha séria deficiência do micronutriente boro, além de apresentar matéria orgânica abaixo do normal.

Orientado sobre as vantagens da adubação parcelada, Golin decidiu realizar o procedimento pela primeira vez, logo após a safra daquele ano. “A melhora foi evidente. Percebi que a brotação foi muito mais vigorosa e uniforme. O resultado real foi verificado na safra 2012, que teve uva com uma qualidade excepcional. Claro que o clima também colaborou, mas a adubação contribui muito para esse resultado positivo”, considera o agricultor.

Na safra 2012, Golin colheu cerca de 160 toneladas de uva. Visto os resultados obtidos, a sanidade do solo e a uniformidade das folhas das videiras, ele diz que pretende iniciar em breve o processo de reposição de nutrientes. “Quem faz a ‘adubação de veia’, percebe os resultados na uva. Fiz o processo e recomendo que os outros agricultores também façam. No total, utilizei menos produto do que utilizava antes e tive um resultado muito melhor. Vale à pena investir na adubação parcelada”, afirma o agricultor de Santa Líbera.



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