Geral

Colocar máscaras, passar álcool gel nas mãos, cumprimentos e conversas à distância: a pandemia criou diversos hábitos que passaram a ser conhecidos como o novo normal. Mas a rotina de isolamento social, com bastante tempo em casa e em silêncio, sempre foi uma realidade para escritores – e muitos deles aproveitaram o momento para despertarem toda a sua criatividade.
Abaixo, você confere três obras de brasileiros que usaram a quarentena como matéria-prima para suas produções literárias, mostrando que mesmo em dias conturbados a arte pode florescer. 
Seja em relatos reais ou fictícios, para adultos ou para crianças, todos tiveram em comum uma  única coisa: a vontade de estarem próximos dos outros mesmo em meio a esse período de isolamento – ainda que à distância, dentro das páginas de um livro.

Ana de Corona
Autora: Gisele Mirabai
Editora: Ciao Ciao Editorial
Páginas: 113

Escrito em nove dias pela escritora Gisele Mirabai, finalista do prêmio Jabuti em 2018, o livro conta a história da jovem ambientalista Ana, que tem sua bolsa de pesquisa cortada pelo governo. Sobrecarregada pelo trabalho, maternidade, casa e o casamento atribulado, ela perde a concentração nos estudos. Até ser contaminada por um vírus pandêmico, que a leva de carona em uma viagem poético-científica por um planeta já há tempos contaminado. Na trama, o vírus se espalha pelos personagens, criando uma ligação entre eles e a protagonista.

Colo, por favor!
Autor: Fabrício Carpinejar
Editora: Planeta
Páginas: 176

Reflexões sobre a pandemia escritas ainda no começo da crise pelo poeta e cronista Fabrício Carpinejar. Sob o impacto direto do isolamento social, o autor trata de temas como solidão e gentileza, medo e esperança, sentido de vida e falta de sentido também. Como em todos os livros de Carpinejar, o principal assunto são os relacionamentos: entre casais, pais e filhos, amigos e consigo mesmo. Colo, por favor! serve de apoio emocional, quase um remédio para a saúde mental nos tempos de pandemia e em qualquer dos tempos.

Dentro de casa
Autor: Bruna Lubambo
Editora: Aletria
Páginas: 28

Aventura de um menino que viu sua casa crescer de uma hora para a outra. O pequeno protagonista nos convida a passear pelos cômodos e, junto com ele, enxergamos lagoa no lugar do banheiro, montanha onde era quarto e um grande pomar na cozinha. A obra foi escrita e ilustrada por Bruna Lubambo durante o período de quarentena da Covid-19 e nos entrega toda a sensibilidade do olhar de criança para aquilo que chamamos de "pequenas coisas da vida" e a necessidade de preservarmos o encanto mesmo em tempos difíceis.