Famílias passam por avaliação social
Assistentes atualizam dados e conversam com os interessados em uma das 144 unidades habitacionais pelo Minha Casa Minha Vida que estão em construção no bairro União
O sonho de deixar o aluguel e conquistar a casa própria faz parte da vida de Marie Josette Bonny Thelisma, 29 anos. Ela é um dos nomes que integram o cadastro habitacional da Secretaria de Desenvolvimento Social de Flores da Cunha. Natural do Haiti, Marie está no município há sete anos e, nesta semana, juntou toda a documentação necessária e foi até a prefeitura atualizar seu cadastro e realizar a avaliação social para, quem sabe, ser uma das contempladas com um apartamento do programa Minha Casa Minha Vida. A rotina de avaliações é constante na pasta social, uma vez que todas as 592 pessoas que integram o cadastro poderão ser beneficiadas pela nova obra no bairro União.
O secretário da pasta, Ricardo Espíndola Silva, explica que a partir de agora os cadastros estão sendo incluídos em um sistema digital, onde é possível cruzar dados com outras áreas. As famílias precisam responder a alguns quesitos como situação de emprego, número de filhos, renda familiar, tempo de serviço, condição de trabalho da família no município, presença de deficientes ou idosos no núcleo familiar, tempo de residência no município, estado civil, entre outros itens, que geram uma pontuação prevista em lei, que soma-se à avaliação social da assistente.
Em um primeiro momento, as assistentes iniciaram as avaliações na casa dos cadastrados, contudo, perante a dificuldade de localizar grande parte deles, as famílias passaram a ser chamadas até a secretaria. “Muitos mudaram de endereço e tivemos dificuldades em encontrá-los. Por isso estamos fazendo contatos telefônicos e agendando as avaliações aqui na secretaria. Inclusive, quem sabe que integra o cadastro e ainda não foi contatado, pode nos procurar para agendar a avaliação”, complementa Espíndola. As avaliações são feitas por duas assistentes sociais da prefeitura e a expectativa é que sejam concluídas até o início de março.
Número de cadastros cai
No último ano, a Secretaria de Desenvolvimento Social tinha cerca de 850 nomes que faziam parte do cadastro habitacional do município. Com o início das avaliações sociais e revisão dos dados, o número caiu 30% – 592 cadastros. A explicação é que muitas famílias já foram contempladas, outras foram embora ou não precisam mais do serviço. Dessas 592 famílias, 144 serão beneficiários das unidades habitacionais de interesse social no Residencial João XXII, no bairro União.
Depois da avaliação social feita pela prefeitura, as famílias também passarão por outra avaliação, esta cadastral e financeira, realizada pela Caixa Econômica Federal. “Nosso objetivo é mandar para a Caixa o maior número de cadastros possível. O órgão, então, chamará as famílias, por ordem da pontuação conforme os critérios citados anteriormente, e fará essa avaliação financeira”, explica o secretário Espíndola.
Caso a família tenha alguma restrição no SPC ou Serasa, por exemplo, terá um prazo para buscar a regularização ou acabará perdendo a oportunidade neste momento. A renda fixa também é um dos critérios para ter o financiamento aprovado.
O retrato das famílias
Há sete anos Marie Josette Bonny Thelisma, 29 anos, deixou o Haiti em busca de uma vida melhor. Em Flores da Cunha ela teve sua filha, hoje com sete anos, e firmou-se no mercado de trabalho. Seu próximo objetivo é conquistar a casa própria o que ela foi em busca nessa semana atualizando seu cadastro habitacional. “Moro com meu marido, nossa filha e meu irmão. E queremos uma casa para nós. Gostamos muito de Flores e queremos ficar aqui. Gostamos de tudo, menos do inverno”, brinca Marie, que trabalha no setor moveleiro. Ela integra o cadastro desde 2017 e, nos próximos meses, pretende deixar o atual endereço, no bairro Pérola, para a casa própria no União.
Marie é um retrato da maioria das famílias que integra o cadastro habitacional. “A grande parte vive de aluguel, um reflexo do histórico problema de habitação que o município tem. Hoje, o tempo médio de espera é de três a quatro anos, mas temos nomes que há mais de 10 anos estão cadastrados”, revela o secretário Ricardo Espíndola. Desconsiderando os apartamentos do União, e o loteamento popular em Nova Roma, o último investimento no que diz respeito à habitação popular foi o Pérola 3, com 78 lotes populares, há mais de 25 anos. “Ficou um déficit bem grande. Quem vem de fora tem dificuldades em buscar imóveis para alugar, um pouco pela falta de referências, e também pelo elevado custo”, opina Espíndola.
Uma das recomendações é que, além de estar com o ‘nome limpo’, o cadastrado faça um planejamento financeiro, uma vez que, se contemplado, terá que pagar registros e taxas na assinatura do contrato com a construtora e também com a Caixa. A média de investimento é de R$ 4 mil, lembrando que o governo federal financia até 80% do empreendimento e os beneficiários ainda terão subsídios municipal e federal, além da utilização do FGTS. Cada caso será analisado individualmente, conforme renda e histórico de empregabilidade.
Como integrar o cadastro
Para somar-se à lista do cadastro habitacional, a pessoa precisa atender a dois requisitos básicos: ter cinco anos de moradia no município (pode ser comprovada das mais diversas formas); além de ter uma renda familiar que não ultrapasse três salários mínimos.
Mais informações junto à Secretaria de Desenvolvimento Social, ou pelo telefone 3279.3600, ramal 268.
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