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Falta efetivo para o Corpo de Bombeiros

Incêndio que destruiu duas residências e queimou parcialmente outras duas no loteamento Pérola expôs novamente a fragilidade da corporação florense

O incêndio que destruiu duas residências e queimou parcialmente outras duas no loteamento Pérola no final da tarde de segunda-feira, dia 19, revelou mais uma vez a fragilidade do Corpo de Bombeiros (CB) de Flores da Cunha. Com um caminhão cedido pela corporação de Caxias do Sul e outro do quartel local com quase 40 anos de uso, os únicos dois bombeiros de serviço tiveram dificuldades em atender a ocorrência. Enquanto um dos bombeiros se deslocava para o local do sinistro, o outro fechava o quartel, e em seguida seguia com o veículo mais velho para auxiliar o colega. Um dos principais motivos está no número reduzido do efetivo, em face da sua área de abrangência, que é de quatro municípios. Conforme recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), o ideal seria que existisse, no mínimo, um bombeiro para cada mil habitantes.

No entanto, no Corpo de Bombeiros de Flores atuam apenas 12 servidores para atender a uma população de 48 mil habitantes, dividida entre os municípios de Antônio Prado (12.833), Ipê (6.016), Nova Pádua (2.450), além de Flores da Cunha, que possui 27.126 habitantes, segundo o Censo de 2010. De acordo com o comandante da corporação florense, tenente Vanderlei da Silva, o mínimo necessário para atender a esses municípios seria de 25 a 30 servidores. Conforme Silva, do efetivo atual, apenas oito ou nove bombeiros se revezam na escala de trabalho a cada 96 horas. Os demais, um está em curso, outro está se recuperando de lesões sofridas num acidente de carro, e pelo menos um por mês entra em férias. "Está fora de qualquer parâmetro", frisa o tenente. A demanda deve ser suprida em parte no segundo semestre de 2013, quando se forma uma turma de 60 novos bombeiros. Segundo o comandante, o número reduzido de servidores dificulta o remanejamento, como aconteceu na ocorrência de segunda-feira, na qual apenas dois bombeiros estavam de serviço, no entanto, segundo ele, o ideal seriam seis. "Em algumas situações, tem que fechar o quartel", explica o comandante. A distância para atendimento de ocorrências nas cidades mais afastadas de Flores (Ipê fica a 40 km) também dificulta o trabalho.

Viaturas
Além da defasagem no efetivo, o número de viaturas existentes na corporação também está aquém do ideal. Depois do acidente que destruiu o Ford Cargo em março de 2010, restou para o Corpo de Bombeiros de Flores um Ford ano 1973, com capacidade para três mil litros de água, enquanto a recomendação é de uma viatura para cada grupo de 10 mil habitantes. Isso significa que existe apenas um caminhão de combate a incêndio, ainda em situação precária, para atender a população dos quatro municípios. Como medida emergencial, a corporação de Caxias do Sul emprestou uma viatura, enquanto aguarda o enviou por parte do governo do estado de um caminhão novo, conquistado através de Consulta Popular há mais de dois anos. Também para o início do próximo ano deve ficar à disposição do Corpo de Bombeiros da cidade, um caminhão Volvo, apreendido pela Receita Federal em 2009, e destinado a corporação florense.

O veículo terá tanque, com capacidade para 8 mil litros de água. A reforma deverá custar cerca de R$ 50 mil, recursos estes do Fundo Municipal de Reequipamento dos Bombeiros (Furebom). Além de combate a incêndios, os bombeiros atuam nas mais diversas circunstâncias, sendo responsáveis por resgates, buscas e salvamentos, bem como atendimentos de acidentes de trânsito.

O incêndio
As causas do sinistro no loteamento Pérola ainda não são conhecidas. As moradias ficam próximas ao numeral 600, fundos da Rua das Tangerinas, sendo que três delas pertencem a uma mesma família. Os bombeiros tiveram dificuldade de conter as chamas, e contaram com ajuda de moradores para evitar que o fogo se alastrasse para outras residências. Dois bombeiros que estavam de folga e um sargento aposentado, também auxiliaram no combate ao fogo.

Fogo assustou os moradores dos arredores. - Teresinha Teodoro/Divulgação
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