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Falta conscientização diante do perigo

Durante os últimos dias, reportagem percorreu algumas obras e flagrou operários sem as mínimas condições de segurança

A morte, há menos de um mês, do pintor Gilio Carlos Antunes de Souza, 36 anos, em decorrência da queda de um prédio, no Centro da cidade, parece não ter sensibilizado muitos trabalhadores da construção civil de Flores da Cunha. Durante vários dias a reportagem do O Florense percorreu diversas construções e flagrou as condições de segurança nas obras e o uso de equipamentos de proteção por parte dos operários. Na maioria dos casos foi constatada a falta de equipamentos, más condições de trabalho, como conservação de andaimes e elevadores, colocação de tela de proteção ao redor dos prédios, entre outras irregularidades. Num dos flagrantes, um operário trabalhava na cobertura do prédio sem cinto de segurança, sem capacete, segurando-se com as pernas cruzadas numa viga de madeira. Em outros casos, era possível encontrar trabalhadores em cima de andaimes estruturados de forma duvidosa. O Florense fez contato, na tarde de ontem, com alguns construtores, que disseram estar conscientes da importância dos equipamentos, mas que nem sempre os funcionários utilizam o que é necessário para a preservação da própria vida.

Segundo o auditor fiscal do trabalho e integrante do Setor de Segurança e Saúde do Ministério do Trabalho, Rhuan Marcus Pereira, todas as empresas ligadas a construção civil devem fornecer e exigir de seus funcionários o uso de equipamentos de segurança, como capacete, cinto e botas. “Quem não cumprir as normas legais poderá ser multado e até mesmo a obra pode ser interditada”, destaca. “É preciso conscientização por parte dos construtores”, salienta. O Ministério do Trabalho - Regional de Caxias do Sul é responsável por fiscalizar as obras. No entanto, as visitas à cidade não são frequentes. “Temos um planejamento e para irmos até a cidade temos de ter uma motivação”, diz Pereira. Por isso, ele destaca a importância do trabalho do sindicato responsável pelo setor na cidade.

O sindicato

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Mobiliário de Flores da Cunha, Adauto Souza de Lima, ontem mesmo ele foi convocado para uma reunião no Ministério do Trabalho em Caxias do Sul, onde o assunto falta de segurança na construção civil foi o tema do encontro. Conforme o sindicalista, embora a entidade florense não tenha poder de fiscalizar as obras, se comprometeu em fazer visitas e orientar as construtoras e operários para que atuem de acordo com as normas e determinações do Ministério do Trabalho, que marcou uma nova reunião para 22 de outubro, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Em seguida, conforme o presidente, será marcado um encontro em Flores da Cunha.

Setorial da Construção Civil A Câmara Setorial da Construção Civil de Flores da Cunha, integrante do Centro Empresarial, realiza um trabalho, segundo seu presidente, Maciel Bertolini, de conscientização dos operários que trabalham na área. Para isso, há algumas semanas, foi organizada uma palestra sobre segurança, onde na qual também foram apresentados dados sobre os perigos de se trabalhar sem os equipamentos mínimos de segurança. Também foi distribuída uma cartilha explicativa. Conforme dados de 2006 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Brasil, a cada três horas uma pessoa morre devido a acidentes na construção civil. Grande parte das ocorrências fatais acontecem devido a quedas.
Reportagem captou flagrantes de irresponsabilidade na jornada de trabalho. - Na Hora / Antonio Coloda
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