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Estacionamento tem bagunça com falta de regulamentação

Transitar pelo Centro de Flores da Cunha carece de regras e, principalmente, respeito dos motoristas

Com uma frota de quase 23 mil veículos circulando pelas ruas de Flores da Cunha, sendo 13 mil carros de passeio, as vagas de estacionamento na área central da cidade estão cada vez mais escassas. Cerca de 900 automóveis, o que representa 7% do total da frota de carros, ocupam os espaços em ruas de 24 quadras centrais, incluindo a área ao lado da igreja matriz e o estacionamento pago na Rua Dr. Montaury, ao lado do Banco do Brasil. Conforme levantamento feito pelo Jornal O Florense, os números representam quase o total do crescimento anual da frota no município, que na última década foi em média de 945 veículos por ano. Isso significa dizer que se esses veículos fossem adquiridos por moradores da cidade, a cada 12 meses a área de estacionamento necessitaria ser ampliada em 28 quarteirões, ou ainda numa extensão de 2,8km de forma linear.

Embora o sistema de estacionamento oblíquo possibilite duplicar o número de vagas em relação ao tradicional, a modalidade implantada em diversos pontos no município em vias de mão dupla, especialmente nas centrais, tem aumentado o risco de acidentes, além de congestionar o trânsito, principalmente no horário de pico. Nas seis principais vias transversais que cortam a cidade no sentido Leste-Oeste (ruas Júlio de Castilhos, Ernesto Alves, John Kennedy, Dr. Montaury, Professora Maria Dal Conte e Severo Ravizzoni) há diversos pontos permitindo estacionamento oblíquo, duplicando o número de vagas, porém, reduzindo o fluxo. Por outro lado, na Avenida 25 de Julho e nas ruas Borges de Medeiros e Frei Eugênio, onde existe somente a modalidade de estacionamento paralelo ao meio-fio, o trânsito flui com maior rapidez.

Entre as áreas mais críticas em que há pontos de estacionamento oblíquo e o trânsito fica mais lento, estão duas quadras na Rua Dr. Montaury (uma do lado esquerdo e outra do lado direito, entre as ruas Frei Eugênio e Borges de Medeiros), na Rua John Kennedy (entre a Avenida e a Garibaldi), na Rua Júlio de Castilhos (entre a Borges e a Raimundo Montanari), na Rua Professora Maria Dal Conte (entre a Frei Eugênio e a Avenida 25 de Julho) e na Rua Severo Ravizzoni, entre a Avenida e a Raimundo Montanari, além da Rua Ernesto Alves, entre a Frei Eugênio e a Raimundo Montanari, também em pontos alternados.

Maus exemplos

Não bastasse a concorrida busca por um local para deixar o carro no Centro de Flores da Cunha, para piorar, há ainda os maus exemplos de motoristas que estacionam caminhões de forma paralela ao meio-fio em local de vagas oblíquas; caminhonetes, vans e até mesmo veículos de carga posicionados em locais destinados somente para automóveis, além dos que estacionam caminhões em vagas especiais para deficientes físicos e idosos, transformando as ruas centrais numa verdadeira terra sem lei. Isso sem contar os que criam a sua própria forma de estacionar, como, por exemplo, a modalidade atravessada (veja foto).

Segundo a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, como não há lei municipal específica que regulamente o estacionamento, o município tem buscado orientação na Resolução 302/2008, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), para determinar os pontos e as modalidades a serem implantadas. De acordo ela, isso não significa que nos pontos disponíveis é possível estacionar todo o tipo de veículo. “É uma questão de educação da população de respeitar as leis do trânsito”, frisa a secretária. No entanto, ela reconhece que em determinados locais onde a forma oblíqua foi implantada há mais tempo, não será mais possível mantê-la dessa forma. Conforme o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), é de responsabilidade do órgão competente com circunscrição sobre a via, no caso a prefeitura, a regulamentação, definindo, entre outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.

Ainda segundo Ana Paula, está em estudo, seguindo o Plano de Mobilidade Urbana florense, a elaboração de projeto para melhorar as condições de trafegabilidade na cidade, que prevê implantação de mão única nas ruas Borges de Medeiros (sentido Norte-Sul) e na Frei Eugênio (sentido Sul-Norte); alargamento e revitalização de toda a Avenida 25 de Julho, do pórtico Sul até o acesso Norte, no entroncamento da ERS-122; além da abertura de um trecho da Rua Borges de Medeiros, no lado Norte da cidade, onde está prevista a implantação de um novo loteamento residencial.

De acordo com secretária, também está sendo discutida a criação de uma Guarda Municipal de Trânsito para aumentar a fiscalização e orientar os motoristas. Enquanto as novas medidas não chegam, os motoristas que trafegam pelo Centro de Flores da Cunha se veem obrigados a fazer um verdadeiro malabarismo para desviar dos veículos de condutores imprudentes que avançam sobre o meio da rua, dificultando o tráfego.

Na Rua Tiradentes, nova modalidade, ‘atravessada’, na vaga especial para deficientes. - Antonio Coloda/O Florense Na Rua Dr. Montaury, veículos excedem o limite permitido. - Antonio Coloda/O Florense Na Rua Dr. Montaury, veículo estacionado em local proibido para caminhões, além de ocupar vagas destinadas para idosos e deficientes físicos. - Antonio Coloda/O Florense Num dos pontos na Rua Severo Ravizzoni há cinco placas e duas modalidades de estacionamento: 2 vagas especiais no paralelo e um espaço destinado para carga e descarga; estacionamento oblíquo para automóveis e um exclusivo para motos. Isso tudo numa extensão de 80 metros. - Antonio Coloda/O Florense Sem passeio público, pedestres são obrigados a andar pelo meio da via na Rua Júlio de Castilhos. - Antonio Coloda/O Florense
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2 Comentários

  1. Image

    Sério que estão cogitando fazer isso pra 'resolver' o problema do estacionamento? A cidade realmente precisa disso? Não existem soluções melhores? "prevê implantação de mão única nas ruas Borges de Medeiros (sentido Norte-Sul) e na Frei Eugênio (sentido Sul-Norte); alargamento e revitalização de toda a Avenida 25 de Julho, do pórtico Sul até o acesso Norte, no entroncamento da ERS-122"

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    António Marcos Xavier02 de Março de 2017 às 11:50

    A falta de consciência coletiva no trânsito é absurda. já me atrasei inúmeras vezes para buscar as crianças na escola pois estacionam na caragem do meu Consultorio e não consigo sair.

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