Especial Dia do Motorista: Sob direção dela
Conheça a história de Graciela Muterle, que venceu preconceitos para realizar seu sonho
Cheia de orgulho ela afirma: “Sou motorista de ônibus e amo minha profissão”. Graciela Muterle, 35 anos, é motorista profissional há cinco anos e enfrenta a estrada todos os dias, quebrando preconceitos e acima de tudo realizando um sonho de criança.
Graciela é filha de Itacir Leonor Muterle (falecido há 21 anos), conhecido pelo seu ofício de caminhoneiro e com quem ela aprendeu a dirigir, e de Jurema Negrini Muterle. Enquanto via o pai e os irmãos pegarem a estrada, sempre desejou o mesmo destino, porém a vida tomou outros rumos, e durante muitos anos ela trabalhou na agricultura. “Minha vida mudou quando apareceram oportunidades de trabalhar no que eu sempre quis. Inicialmente foi com a Nitur e agora com a Tchikita Transportes e a Caxiense”, frisa. Hoje, Graciela faz transporte de funcionários de empresas locais durante o dia, e o trajeto até Caxias do Sul à noite.
Junto com as oportunidades também vieram as dificuldades e o preconceito. Graciela afirma que são poucos casos, mas existem pessoas fazem comentários machistas quando a encontram no comando do ônibus. “Percebo mais resistência por parte dos homens, mas sigo com o meu trabalho. Preconceito existe, mas eu provo no braço como se dirige”, brinca a motorista, demonstrando que bom humor é uma das suas principais qualidades. “O ambiente já é frio, as pessoas estão apressadas, cansadas, voltando ou indo para o trabalho. Eu tento sempre descontrair, receber com um sorriso e criar uma amizade com os passageiros, isso faz a diferença”, enfatiza.
A responsabilidade em conduzir a vida de dezenas de pessoas pesa nos ombros de Graciela, que já presenciou um assalto enquanto dirigia. “Eu me arrisco junto com os passageiros, mas tenho que manter a calma e o controle. O risco sempre existe, assim como em outras profissões” afirma. No dia do seu aniversário, no mês de junho, Graciela foi surpreendida pelos passageiros com felicitações e palmas no ônibus, o que a deixou sensibilizada e com a certeza que seu esforço diário é recompensado. “Quando estou no volante, me realizo como pessoa, e isso só me prova que estou no caminho certo”, afirma, contando que sua pretensão futura é pegar a estrada como uma legítima caminhoneira.
Mãe de duas filhas, Luma, de 14 anos, e Luiza, de 13, Graciela é daquelas mulheres guerreiras, que desempenha todas as funções de mãe e motorista em duas empresas diferentes, conciliando as responsabilidades sem perder o brilho e a alegria de quem ama o que faz.
Leia também:
Especial Dia do Colono: Produzir em casa gera lucros
0 Comentários