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Espaço reinventado com criatividade

Exposições de fotografias e telas compõem a programação da 8ª Primavera de Museus em Flores da Cunha

A nova estação que abre alas às flores e dias ensolarados muda também de estação em 761 instituições museológicas em todo o país: é a 8ª Primavera de Museus, comemorada de 22 a 28 de setembro. Com a temática da criatividade, o período comemorativo propõe a reinvenção do espaço dos museus de forma criativa, por meio do intercâmbio de experiências e conhecimentos. O Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi de Flores da Cunha integra a programação com exposições de fotografias e telas.

Jean Carlo Dal’Alba, 27 anos, levou ao Museu a mostra Andróginos, uma série de retratos em múltipla exposição misturando rostos de casais. Dal’Alba é fotógrafo há mais de 10 anos e a série autoral foi produzia em 2013 para integrar o trabalho de conclusão de curso em Fotografia. O trabalho é baseado no Mito do Andrógino, de Platão, onde um ser formado por duas cabeças, quatro braços e pernas tinha força semelhante aos deuses. Zeus se preocupou com tamanha prepotência e mandou Apolo cortá-lo pela metade. “O mito faz alusão à questão de encontrar a nossa metade em outra pessoa, a alma gêmea, alguém que nos complemente, e retratar essas metades é o objetivo do trabalho”, conta Dal’Alba.

Treze casais com suas metades fundidas mostram suas semelhanças e diferenças em Andróginos. “As aberrações estavam previstas, a questão não é retratar a simetria, mas sim as características verdadeiras”, frisa o fotógrafo. Conforme diz, o trabalho foi experimental e ganhou forma a cada novo casal retratado. “Temos fotos de casais recentes, até aqueles com mais de 60 anos juntos. Sem dúvida as fotografias indicam esse ponto de afinidade e a questão de como os relacionamentos se moldam aos que acreditamos ser nossa metade”, argumenta.

Paralelo às fotografias, a mostra Renascer para novos artistas florenses, do artista plástico Albano Rossetto, 64 anos, também pode ser visitada no Museu. O trabalho reúne pinturas com tema livre, como música, casarios e natureza. Rosseto iniciou nas artes na década de 1980, na Escola Prevê Pinturas e cursou um ano no Núcleo de Artes Visuais (Navi) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Influências de artistas como o chileno Sobreira também o fizeram crescer como pintor. “É uma satisfação expor obras do meu acervo junto a um jovem artista, esta é a denominação da minha mostra, o renascer dos novos artistas florenses”, enaltece. Rossetto está aposentado e, antes, trabalhou com madeira e no comércio, sem deixar de lado o gosto pela arte. “Em alguns períodos pintei muito e, em outros, pouco. Tudo é uma questão de inspiração e disposição”, conta.

Ele trabalha com a técnica de óleo sobre tela e destaca nas suas influências pintores que marcaram épocas e as viagens e pessoas que conheceu. “O trabalho do artista é criar e observar. Grandes pintores não se destacaram na sua época, mas o passar do tempo lhes valorizou.” A maioria das obras expostas foi pintada na década de 1990.


Jean Carlo Dal’Alba apresenta ‘Andróginos’. - Larissa Verdi
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