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Escritor de Antônio Prado ganha destaque na Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Henrique Scopel, autor da trilogia fantástica 'Crônicas de Arauver', representará a Serra Gaúcha no maior evento literário da América Latina até domingo (15)

— Viver é muito importante para o escritor, porque nosso mundo não está só nos nossos livros e mapas.

É parafraseando J. R. R. Tolkien, criador de O Senhor dos Anéis, que o escritor Henrique Scopel, 25 anos, explica o seu processo criativo que começou no balcão de uma pequena cafeteria em Antônio Prado e, nesta semana, alcançou a Bienal Internacional do Livro, o maior evento literário da América Latina, em São Paulo. O pradense viajou para representar a editora Flyve e fazer o lançamento de "Destino e Retribuição", terceiro capítulo da série "Crônicas de Arauver". 

A trilogia fantástica conta a história de Roub, um jovem príncipe do reino de Arauver, que vive isolado em seu castelo e nunca conheceu o mundo além de suas paredes. A obra mistura fantasia e magia com elementos típicos de RPG, como as classes de magia. 

Claro, a Serra gaúcha está presente em caractéricas da gastronomia, natureza, trejeitos e histórias dos personagens. Tudo influenciado pelas vivências e aprendizagens do próprio autor.

Scopel define que a narrativa apresenta uma luta entre o bem e o mal mais complexa do que o convencional. Em vez de um simples confronto, a história mergulha em uma 'dark fantasy', explorando os motivos do antagonista, nomeado Esquecido, para agir de maneira maléfica. A trama é marcada por descobertas e reviravoltas, oferecendo uma visão mais profunda dos conflitos e personagens.

A inspiração de Scopel são os Role-Playing Game (RPG), jogos de interpretação de papéis e desenvolvimento de personagens, que o atraíram e inspiraram para viver rodeado de livros e, por fim, criar seus próprios universos.

— Sempre gostei muito de RPG. Basicamente, é um jogo onde o mestre atua como narrador e guia a história, onde os demais jogadores criam seus personagens com classes e poderes para viver aventuras. Sempre gostei de ser o mestre, então construía as histórias para meus amigos viverem essas jornadas. Sempre fui o narrador, o que alimentou minha paixão pela escrita e pelos livros — relembra.

Scopel relata que teve desde a infância o incentivo da família para ler e comprar livros. Ainda jovem começou a trabalhar e gastava seus primeiros pagamentos em romances de alta fantasia.

— Fui crescendo ao redor dos livros e, quando comecei a jogar RPG e a me envolver com esse formato de jogo, me interessei cada vez mais pela escrita. Percebi que poderia criar meus próprios universos, e não apenas viver nos mundos dos outros — reforça.

Feira do Livro

As ideias fantasiosas foram o estímulo, mas o que realmente motivou Scopel a transformar suas ideias em seus próprios livros foi a palestra da escritora caxiense Greice Martinelli na Feira do Livro de Antônio Prado.

— Ela escrevia fantasia, e eu tinha 14 anos na época. Pensei: “Cara, acho que vou tentar transformar essas histórias de RPG em livros”. Foi assim que comecei devagarzinho com as ideias que tinha. Trabalhava meio turno em um bar, onde meu patrão me deixava escrever e ler. Quando fiz 18 anos, publiquei meu primeiro livro — aponta.

Sobre seu processo criativo, o escritor adota a frase marcante de O Hobbit, outra obra de J. R. R. Tolkien: “O mundo não está em seus livros e mapas. Ele está lá fora! ”

— Minha primeira etapa para que o processo criativo flua é viver, e não só ler. Interagir com as pessoas, ver paisagens e conhecer as histórias dos outros. Sempre que vou começar um novo livro, tiro um período para viver bastante, sair com pessoas e visitar o interior. Só vamos conseguir escrever se tivermos experiências de vida. Quando comecei a escrever, trabalhava em uma lancheria, e muitos trajeitos dos meus personagens e até algumas histórias são adaptações de coisas que ouvi, especialmente dos mais velhos que vinham tomar café ou comer um pastel.

Sobre a participação na Bienal, o autor destaca a experiência positiva de estar no maior evento literário do hemisfério sul, onde representará a Serra gaúcha até o dia 15 de setembro.

— A experiência tem sido incrível, estamos recebendo muitos leitores e a demanda está gigantesca. Estou sentindo todo o carinho dos leitores, conhecendo muita gente nova. Com certeza, vai aumentar o alcance das minhas obras — comemora.

Ficha técnica:

Destino e Retribuição - Crônicas de Arauver Volume 3

Editora Flyve, 200 Páginas

Preço: R$ 40

Onde comprar? No site da editora Flyve ou pelo linktr.ee do Instagram @henrique_scopel

 

 

 

 

 

 - Natália Susin Barison, divulgação
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