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Escolas de portas abertas

Alunos da rede municipal de ensino retornaram às atividades presenciais no dia 11 de novembro e ainda se adaptam à nova realidade

Colocar o uniforme, a mochila nas costas e rever professores e colegas. Desde o dia 11 de novembro, os alunos da rede municipal de Flores da Cunha voltaram a frequentar as salas de aula. Mas a rotina escolar que encontraram no retorno é bem diferente da antiga, interrompida em março por conta da pandemia.
Oito meses depois, a máscara virou item obrigatório do uniforme e o álcool gel tão importante quanto papel e caneta. Para manter o distanciamento, os intervalos foram suspensos e até a refeição vem embalada, se tornando mais individual. Os testes também passaram a ser diários: logo na entrada, cada aluno tem sua temperatura medida.
“Claro que eles estranharam. No primeiro dia, teve um aluno que me perguntou: que lugar é esse? Mas mesmo encontrando uma escola diferente, voltar é muito significativo para eles. A gente via a felicidade no rosto de cada um, eles sorriam com os olhos”, diz a diretora da Escola São José, Melissa Vanelli Conz, que recebeu cerca de 110 estudantes desde o retorno.
A volta também é um desafio para as professoras, que têm de ministrar a aula presencial e a remota, transmitida simultaneamente para aqueles que optaram por não ir a escola. “É legal porque elas projetam no Datashow a imagem dos alunos que estão em casa. Eles conseguem se enxergar e acaba tendo uma interação entre toda a turma, mesmo longe”, afirma Melissa.
A diretora da Escola Leonel de Moura Brizola, Dorilda Viali Schiavo, também destaca a felicidade dos alunos com o retorno. “Tem de ser desse jeito afetuoso, para despertar neles de novo a vontade pela aprendizagem, pelo ensino, porque muitos acabam se desanimando. A escola tem esse propósito de resgatar o entusiasmo com a volta”.

O entusiasmo é tanto que há cada vez mais adesão dos pais ao modelo presencial. O número de alunos recebidos pode dobrar na próxima semana: cerca de 35 alunos irão se somar aos 44 que já voltaram à escola. Assim, em algumas turmas, será necessário adotar um modelo de revezamento, ou seja, metade da turma comparece à sala de aula e a outra metade assiste de casa, em dias intercalados, até o fim do ano letivo, no dia 17 de dezembro.
Uma logística nova, mas que tem funcionado de maneira tranquila segundo a diretora. “Esse ano atípico nos trouxe um desafio muito grande, além daqueles que nós já tínhamos normalmente. Mas a escola está bem empenhada. A gente tem uma equipe muito boa, que trabalha bastante para que tudo saia da forma mais correta possível”, diz Dorilda.
Conforme a secretária de Educação, Ana Paula Zamboni Weber, o interesse maior dos pais em permitir os filhos de frequentarem as aulas mostra que o retorno tem sido positivo. Os alunos até o 5º ano voltaram na quarta-feira, dia 11, enquanto os do 6º ao 9º ano retomaram as atividades presenciais no dia seguinte, mas com um nível de adesão baixo.
“Estamos nos adaptando, implantamos as aulas simultâneas, foi realizada toda uma estrutura para se ajustar às necessidades. No primeiro momento, tinha poucos alunos, mas agora já temos de fazer revezamento, o que está acontecendo em todas as escolas”, avalia Ana Paula.

Enquanto alguns alunos voltam às salas, outros aparecem virtualmente no quadro branco. - Pedro Henrique dos Santos
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