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Entra em funcionamento associação de recicladores

Grupo, formado por 17 pessoas, já trabalha na triagem dos resíduos em pavilhão instalado na capela Medianeira. Nesta semana, um nova empresa assumiu o recolhimento de lixo na cidade

A prefeitura de Flores da Cunha contratou uma nova empresa para coletar o lixo no município. O principal argumento para a troca é o de melhorar o serviço. A Conesul Soluções Ambientais, de Santa Cruz do Sul, começou a atuar na quarta-feira, dia 6. O contrato, em caráter de urgência, foi firmado por seis meses, até que a prefeitura encaminhe uma nova licitação. A alteração foi motivada por não haver acerto na prorrogação do contrato com a então prestadora, a Biasotto, de Carlos Barbosa, responsável pelo serviço até o dia 5. Desde janeiro de 2009, o Executivo pagou R$ 118,7 mil mensais (R$ 1,42 milhão no ano) à Biasotto. O contrato com a Conesul é de R$ 103,5 mil por mês, até junho. Segundo o secretário de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Paulo Ribeiro, o novo processo se divide em duas partes. A primeira envolve a coleta e destinação final dos resíduos por parte da Conesul e a segunda corresponde à triagem dos detritos que será realizada pela recém-criada Associação dos Recicladores Amigos de Flores da Cunha (leia abaixo). Esta entidade receberá cerca de R$ 14 mil mensais do Executivo para iniciar o trabalho, o que totalizará um gasto mensal de R$ 117,5 mil à prefeitura. “Após um ano, negociamos o novo contrato por praticamente o mesmo valor, e ainda criamos uma função social com os recicladores”, pondera Ribeiro. A Conesul atua com três caminhões, sendo três garis em cada um, em três turnos. As rotas permanecem as mesmas, com alteração de horário de início da coleta nos bairros Granja União, Aparecida, União e Centro, que ocorrerá a partir das 19h. Nas demais áreas não haverá alteração. “Estamos estudando mudanças e readequação nas rotas, mas elas serão anunciadas em momento oportuno”, anuncia o secretário. Durante os seis meses de vigência do contrato emergencial, a administração pretende avaliar os roteiros e a quantidade de lixo produzida pelos florenses. Outro ponto a ser analisado é a arrecadação do município com a coleta, que atualmente gira em torno de R$ 400 mil, enquanto que o investimento foi de R$ 1,42 milhão no ano que findou. “Existem regiões em que a coleta é diária; em outras, é em dias alternados. Como o cálculo é feito sobre a metragem quadrada do imóvel, o valor pago pela taxa de recolhimento é o mesmo. Isso é injusto e precisa ser revisto”, explica Ribeiro. A empresa Presente em mais de 50 municípios, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, a Conesul é especializada em gestão de resíduos, serviços de manutenção urbana, coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos. Realiza o recolhimento de detritos de saúde, coleta de óleo vegetal usado e faz manutenção de redes hidráulicas, capina e varrição mecanizada de vias públicas. A empresa alugou parte da estrutura erguida pela Biasotto na localidade de Nossa Senhora Medianeira, no Travessão Alfredo Chaves, para operar no município. O restante do prédio foi alugado pela associação de recicladores. Um número de telefone para sugestões ou reclamações será divulgado pela prefeitura assim que a empresa instalar seu escritório em Flores.

Associação fará triagem do seletivo

Formada no segundo semestre de 2009, a Associação dos Recicladores Amigos de Flores da Cunha é integrada por 17 pessoas, a maioria de baixa renda e que já trabalhou com coleta e separação de resíduos. Os recicladores seguem o modelo de autogestão, em que tudo que é produzido é dividido igualmente entre eles. “Estamos transformando a coleta de lixo em trabalho social que gera emprego e renda. Com o tempo, queremos oferecer subsídios para qualificação do trabalho dos trabalhadores”, destaca o secretário de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Paulo Ribeiro. Jaqueline Farias Mendonça, 25 anos, vice-presidente da associação, é natural de Lages (SC) e veio para Flores da Cunha em 2006, acompanhada do marido, Acemir Amarante, 30 anos. Ele é o organizador dos trabalhos no pavilhão alugado da Biasotto e também ajuda na separação do lixo. Como tinha experiência na área, o casal trabalhou na Biasotto. Como o contrato com a prefeitura não foi renovado, ambos estavam desempregados quando surgiu a oportunidade oferecida pela prefeitura para montar, com outros ex-funcionários, a nova associação. Conforme Jaqueline, ainda falta conscientização de parte da população florense, a qual não faz a separação correta do lixo. “A maior dificuldade encontrada é que ainda falta esclarecimento à comunidade sobre como se separa o seletivo do orgânico”, relata. Para tentar resolver esse problema, ela adianta que a associação pensa em fazer um trabalho em parceria com a prefeitura para visitar escolas e entidades para informar e conscientizar a população. “Muitas coisas ainda precisam ser feitas para mudar esse quadro, mas acredito que os moradores de Flores são conscientes e podem trabalhar conosco para reverter essa situação”, salienta. Amarante acredita que dentro de um ano a entidade estará plenamente estabelecida e gerando lucro aos associados. “Essa é a hora de trabalhar para que possamos colher os frutos no futuro”, projeta.

Diretores da entidade salientam que falta conscientização de parte dos moradores na separação. - Mirian Spuldaro
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