Entidades atuam com redução de verbas
Devido à pandemia, eventos beneficentes foram cancelados, mas solidariedade continua
Flores da Cunha possui diversas entidades que auxiliam o próximo, mas com a pandemia do coronavírus valores que antes eram arrecadados não estão chegando neste momento de dificuldade. De acordo com os dirigentes das entidades, os eventos beneficentes, que eram a maior fonte de renda, foram cancelados. Agora, elas sobrevivem apenas com a solidariedade da comunidade. Mesmo assim, voluntários se dedicam a campanhas e ainda conseguem dar continuidade ao objetivo principal das entidade: ajudar.
Rotary Club
O Rotary Club foi afetado pela paralisação das atividades presencias, bem como pela suspensão da realização de eventos de arrecadação. “Tivemos que nos adaptar à situação”, declara o presidente da entidade, Rafael Schneider.
Conforme o presidente, dois eventos do Rotary foram suspensos: o Rota Bira, em março, e o Costelão Campeiro, em junho, que teria sua 17ª edição. “Temos pré-agendado o Vino & Formaggio para este segundo semestre, mas aguardamos se teremos condições de realizar o evento”, diz Schneider. “Quanto ao impacto, é evidente, já que deixamos de arrecadar com estes eventos que são as principais formas de arrecadação do clube e contamos apenas com as contribuições mensais dos associados”, declara. Mesmo assim, a entidade realizou doações em dinheiro e máscaras para o Hospital Fátima, bem como álcool gel para o CRAS distribuir para as famílias carentes. “O Rotary tem como objetivo servir a comunidade, seja através de ações, projetos e auxílios. Mesmo com a queda de arrecadação, estamos mantendo os projetos que estavam em curso”, garante.
Liga Feminina de Combate ao Câncer
A Liga Feminina de Combate ao Câncer suspendeu os atendimentos que ocorriam no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi e disponibilizou o acesso aos medicamentos em três farmácias: Farmácia Popular, Farmácia do Trabalhador e Farmácia São João (próxima ao Sindicato Rural). Conforme a presidente da entidade, Arlete Tronco, os pacientes cadastrados com a Liga devem procurar as farmácias portando a receita médica. “Além disso, estamos contatando os nossos pacientes por telefone para ver a necessidade de cada um e estamos dando esse apoio mesmo de longe”, garante Arlete.
Conforme a presidente, a entidade deixou de realizar o Jantar da Solidariedade, o maior meio de arrecadação de verbas da Liga. “Também tivemos que fechar nosso brechó e bazar e não estamos recebendo alimentos, pois não acontecem os eventos”, declara.
Arlete enfatiza que nesse momento de pandemia, as doações que estão recebendo são referente ao projeto ‘Parceria do Bem’, dos Postos Andreazza, com alguns depósitos e cestas básicas.
“Estamos, com todo cuidado possível, fazendo o que está ao nosso alcance e pedimos aos nossos pacientes que procurem seu médico para dar continuidade ao seu tratamento”.
Para doações e mais informações, os contatos disponíveis são (54) 9.9956.7816 (Arlete), 9.9600.2470 (Angélica) e 9.9173.8085 (Inês).
Apae
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Flores da Cunha está tendo aula à distância. “Nossos professores preparam a aula, enviam as atividades e recebem um retorno, além de atenderem os alunos por vídeo chamadas”, conta a diretora da Apae, Maria Branchini. A entidade continua atendendo os serviços essenciais da área da saúde. Os serviços de hidroterapia estão parados.
Em relação ao bazar, Maria explica que até o mês de junho ficou fechado. “Em julho, remodelamos e estamos atendendo nas segundas e terças-feiras, com horário marcado e intervalo de uma hora, com todos os cuidados possíveis e necessários”, informa a diretora. “Infelizmente a entidade vai ser afetada na questão financeira. Acredito que teremos uma desvantagem de R$ 50 a R$ 60 mil, renda dos eventos que proporcionávamos e que tivemos que cancelar”, esclarece.
Upeva
A União Pela Vida Animal (Upeva) também foi impactada fortemente pela questão do coronavírus. “Temos o brechó solidário, que acontece uma vez no mês ao lado da Agrobichos, e o bazar da Neura, que acontece na frente da Agrobichos, todos os sábados. Logo no começo da pandemia, não realizamos nenhum. No momento que foi liberado o comércio, o bazar voltou a abrir e fica fechado somente nas semanas de bandeira vermelha”, declara a voluntária da ONG, Nicolle Costa.
Segundo ela, o maior valor arrecadado é com o bazar, por ter produtos de mais qualidade e com o valor um pouco mais caro, “mas agora não podemos contar com cerca de R$ 2 mil que arrecadávamos no brechó todo mês”, informa.
Em busca de alternativas, “estamos confeccionando cobertas para pets que estão disponíveis na veterinária Cavagnoli e na Agrobichos e todo o lucro é revertido para a Upeva” salienta Nicolle.
Neste ano, não será realizada a tradicional rifa beneficente da entidade, a qual gera o maior lucro para a Upeva, mas, quem deseja doar, a ONG aceita ração e depósitos através de conta bancária ou PagSeguro. Acesse upeva.com.br/como-ajudar-a-upeva.
Grupo de Jovens Jucri
O Jucri tem o intuito de ser um grupo de convivência, fortalecimento e proponente de atividades para a comunidade do distrito de Otávio Rocha. Desde a determinação de evitar aglomerações, o Grupo de Jovens tem evitado reunir seus sócios – atualmente 64 – além de suspender as atividades que faria junto da comunidade. “Nossa entidade, como Sociedade Beneficente Recreativa e Cultural, não tem fins lucrativos, e destina o valor de suas ações totalmente para manutenção de atividades próprias, eventos com os sócios, além de desenvolver campanhas solidárias e prestar auxílio à entidades e questões sociais. Com a pandemia, o Jucri deixou de realizar eventos que trariam retorno financeiro” explica a presidente da entidade, Kelen Molon.
Há pelo menos três anos, o Grupo de Jovens também realiza o Filó do Jucri, junto à Festa de Santo Antônio da Paróquia São Marcos de Otávio Rocha, que neste ano foi cancelado. “Outro evento prejudicado será nosso almoço de Dia dos Pais. Programado para o segundo domingo de agosto”, comenta.
O Jucri, neste momento de dificuldade, se juntou com a diretoria da Escola Municipal Francisco Zilli, e desenvolveu uma campanha de arrecadação de mantimentos, direcionada a produtos de higiene e cuidados pessoais, além de cobertores. “Tivemos ampla participação dos sócios e apoio da comunidade. Foram arrecadados 462 itens. Estes produtos, somados a uma doação da própria entidade, foram entregues na segunda-feira, dia 13, organizados em kits familiares equilibrados que serão distribuídos às famílias que necessitam da comunidade escolar”, declara Kelen.
Leo Clube
Com o objetivo de desenvolvimento pessoal e de aflorar o espírito de liderança, o Leo Clube de Flores da Cunha realiza anualmente campanhas que ajudam a comunidade mais carente do município. Nesse sentido, durante a pandemia a entidade realizou uma grande campanha chamada ‘A Empatia Salva Vidas’. “O projeto abrange várias pequenas atividades, tanto virtuais, com campanha de conscientização e prevenção, quanto presenciais, como quando colocamos as máscaras nos bustos da Praça da Bandeira e no galo”, declara a presidente da entidade, Gabriela Sandri Bordin.
Gabriela também enaltece que o Leo Clube doou máscaras e roupas para o CRAS, além de auxiliar com R$ 1,5 mil para a campanha “Um Grupo Solidário”, encabeçada pelo Centro Empresarial para compra de respiradores ao Hospital Fátima e auxiliar na coleta de alimentos no PitStop Solidário. “Nosso clube foi afetado principalmente na forma de desenvolvermos nossas atividades, já que são, em sua grande maioria, presenciais”, informa. A entidade cancelou a tradicional campanha de Páscoa além do Brechó do Leo.
O Lions Clube não se manifestou, mas a entidade está realizando o 10º Menarosto Beneficente, que será realizado no dia 2 de agosto, no salão paroquial, no estilo ‘pague e leve’.
Rotaract Club
“No Rotaract Club as reuniões passaram a ser realizadas por vídeo e as ações, na medida do possível, passaram do presencial para o online”, afirma o presidente da entidade, Bernardo Cattaneo Pedroso.
De acordo com ele, o próximo evento da entidade seria o 17º Jantar Bingante, tradicionalmente realizado no mês de agosto e que visa arrecadar fundos para doações à Liga Feminina de Combate ao Câncer e demais ações realizadas pelo clube. “Ao contrário do que se pode imaginar, as ações do Rotaract não pararam com a chegada da Covid-19, mas sim aumentaram. O clube preza pela ajuda social e, em tempos de pandemia, o foco das ações se voltaram à causa”, garante Pedroso. Desde então, a entidade realizou uma doação de 160 máscaras de tecido para as UBS dos bairros União e Pérola. Também foi realizada a ação ‘Sempre tem uma peça sobrando, sempre tem alguém precisando’, campanha para arrecadar roupas, sapatos, acessórios de frio e cobertores, por meio de pontos de coletas em estabelecimentos comerciais da cidade, o que gerou um grande número de doações.
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