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Embarque e desembarque permanecem inalterados após o fechamento da Estação Rodoviária

Serviço continua na Avenida 25 de Julho. Passagens são vendidas dentro dos ônibus

O anúncio feito no início de janeiro foi cumprido pela empresa Aldino Francescato & Cia, concessionária da Estação Rodoviária de Flores da Cunha desde 1996. No sábado, dia 28 de fevereiro, os proprietários do empreendimento encerraram a atividade após 19 anos. Não houve empresa interessada em assumir o negócio e, assim como outros 39 municípios gaúchos, Flores da Cunha não terá um terminal rodoviário por falta de interesse dos setores público e privado. Desde domingo as passagens são comercializadas somente dentro dos ônibus – os horários e rotas permanecem inalterados.

Um documento enviado ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS) pela Aldino Francescato comunicou que, por uma série de motivos que resultam na inviabilidade financeira em continuar no serviço, a empresa estaria abrindo mão da concessão. A direção da empresa ainda aguardou pelo edital de uma nova licitação, quando o Daer-RS ofereceria melhores condições econômicas, o que não ocorreu. “Não tivemos qualquer proposta, então estamos encerrando nossas atividades em função de não termos mais condições financeiras para seguir. As perspectivas não são nada positivas e um auxílio financeiro não resolve esse problema grave em relação à situação do setor no Estado”, explica a diretora da Estação Rodoviária, Camila Francescato.

Desde então, o Daer pediu ao município o auxílio para divulgar a disponibilidade da concessão, com o objetivo de não deixar o local fechar as portas. Como não houve interessados, a Estação deixa de existir em Flores da Cunha a partir de amanhã. Com isso, a prefeitura fica responsável por indicar um local que deve servir de ponto de parada para o embarque e desembarque de passageiros do sistema intermunicipal, atualmente praticado pelo Expresso Caxiense.

Conforme o prefeito florense, Lídio Scortegagna, são estudados pontos para a venda de passagens das linhas intermunicipais, mas o embarque e desembarque, em princípio, permanecem no mesmo local, na Avenida 25 de Julho, entre as ruas John Kennedy e Ernesto Alves. Nesta semana a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) enviou servidores ao município para dar orientações aos passageiros que porventura não estejam devidamente informados.

Relembre
No início de janeiro a Aldino Francescato & Cia anunciou que abrira mão do serviço no município por dificuldades financeiras. A frágil situação das estações rodoviárias do Estado não é nenhuma novidade e a justificativa é uma só: a conta ‘despesas x receita’ não fecha mais com resultado positivo. Um cenário que se repete em diversos municípios gaúchos se agravou depois de 2012, quando o Estado lançou um processo para regularização das concessões. Três anos depois cerca de 60% das estações continuam funcionando sem a garantia de um contrato, entre elas a de Flores da Cunha. Dos 274 editais abertos desde 2012, somente 60 tiveram êxito, 129 não tiveram interessados e outros 25 fracassaram por problemas na documentação. Para completar, 39 rodoviárias foram fechadas a pedido dos concessionários. O Daer-RS suspendeu os processos licitatórios sem interessados, como é o caso da Estação de Flores da Cunha, até que sejam concluídas as mudanças no Plano Diretor do Transporte Coletivo Intermunicipal, o que inclui reformular o atual modelo de licitação. Essas mudanças, porém, ainda não têm prazo para serem efetivadas.


Concessionária florense alega dificuldades financeiras para encerrar o negócio após 19 anos. - Antonio Coloda
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