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Em obras desde o final de 2008, ginásio poliesportivo de Flores precisa de mais R$ 1,5 milhão para ser concluído

Projeto original do prédio recebe adequações há quatro anos. Agora, nova intervenção se faz necessária. Resultado: não há previsão para que espaço projetado para sediar competições e shows seja concluído. Prefeitura pretende discutir com a comunidade o que fazer. Total investido até ontem é de R$ 1,6 milhão

Os esportistas terão que esperar ainda muitos meses para ver ou participar de um jogo no ginásio poliesportivo de Flores da Cunha. As obras que avançaram em setembro do ano passado estão novamente paradas e dessa vez não são trâmites burocráticos que as estagnaram, mas problemas no projeto iniciado em 2008 e refeito algumas vezes nos últimos anos. Com parte das paredes e arquibancadas prontas, agora se constatou que a visão de algumas arquibancadas para a cancha ficaria prejudicada. O problema deve ser resolvido antes de dar andamento às obras, o que não há previsão para acontecer. Algumas etapas devem ser refeitas com o objetivo de resolver o impasse. Ou seja, mais tempo em obras, mais verbas gastas e novas indefinições a cada mudança de administração. Até hoje o prédio custou aos cofres públicos mais de R$ 1,2 milhão, além dos R$ 409 mil de recursos vindos do governo federal.

Os últimos avanços no ginásio foram executados no final de 2012. As arquibancadas foram colocadas e a licitação do piso finalizada (a empresa vencedora é a Pisossul, do Paraná, obra orçada em R$ 360 mil). Após a quadra, a previsão era a colocação das janelas e portas e as instalações hidráulicas e elétricas nos banheiros e vestiários. As obras pararam quando foi constatado o problema da visibilidade das arquibancadas para a quadra. O projeto foi refeito, aumentando o nível de altura da quadra. Na época a obra custaria R$ 1 milhão para ser concluída.

Discussão com a comunidade
Hoje, nove meses depois de mais uma etapa finalizada, o valor para a conclusão do ginásio não será mais o mesmo. Isso porque o projeto está novamente tendo alterações, inclusive em etapas que já tinham sido concluídas, como a colocação das arquibancadas e o nível da quadra. A secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, explica que quando a atual administração assumiu o projeto estava sendo modificado na tentativa de resolver o problema da falta de visibilidade. “Quando assumimos nos foi relatado que não havia visualização da linha da quadra para quem está sentado nas arquibancadas. Isso porque o projeto foi alterado anteriormente, aumentando o número de andares. Nós optamos por não dar andamento às obras até não resolver isso. Melhor parar agora e acertar do que continuar só porque já temos algumas coisas prontas. É um investimento super alto e um local que queremos que funcione”, admite a secretária.

O problema foi verificado na administração passada, que então fez mais modificações no projeto: aumentou em 60 centímetros o nível da quadra, com previsão para aumentar ainda mais. Porém, com a altura, o local destinado aos cadeirantes (no térreo) perderia a visibilidade, além da necessidade de construção de escadas e rampas de acesso. A medida também inviabilizaria a realização de jogos oficiais de vôlei em função da perda de altura em relação à cobertura.

Segundo Ana Paula, a próxima medida deve ser o nivelamento de onde ficará a quadra, retirando escadas ou rampas. “Estamos repensando o projeto. Talvez modificando as arquibancadas certamente alguns lugares devem ser retirados. Após essas adequações queremos ouvir a população para definir o que de fato será feito. Teremos que dar as opções e chegar a uma escolha”, garante.

Desde o início de 2013 nenhuma ação foi feita no local. A licitação do piso foi concluída, mas a das janelas e portas não, o que inviabiliza a colocação do piso, que em contato com as condições climáticas externas acabaria sendo prejudicado. O projeto, garante a secretária, está quase finalizado e deve ser colocado em debate em pouco mais de 30 dias. Hoje, para entregar o prédio pronto, seria necessário mais R$ 1,5 milhão – além do R$ 1,2 milhão já gasto.

Relembre o caso com o prefeito e os ex-prefeitos envolvidos
Foi no último ano da administração do prefeito Renato Cavagnoli (PMDB), em 2008, que as obras do poliesportivo se iniciaram. Na época, somente o projeto da primeira etapa estava pronto, contando com a estrutura externa e um depósito subterrâneo que armazena água. “Deixamos uma verba reservada para o andamento da obra, mas podemos ver que o atual projeto possui falhas. Na minha administração me interessei pela obra porque achava uma necessidade. O poliesportivo está inserido em uma praça esportiva que também pode ser melhor aproveitada. Agora, com a vinda das Olimpíadas e da Copa do Mundo, a oportunidade é ótima para que o município busque verbas e conclua essa que é uma prioridade e que já se arrastou demais”, opina o ex-prefeito Cavagnoli.

Nos três anos seguintes, durante a administração do prefeito Ernani Heberle (na época PDT, hoje PSB), o local ficou parado devido a processos burocráticos (quatro licitações não tiveram inscritos) e serviu, inclusive, como moradia de andarilhos. A expectativa era o recebimento de verbas federais para a conclusão no ginásio. O projeto sofreu alterações para adequar-se aos moldes federais. Em junho do ano passado as obras foram retomadas – fechamento externo em alvenaria, paredes internas para os dois vestiários e banheiros e estrutura das arquibancadas. “Quando colocamos as arquibancadas constatamos que o que estava no projeto não aconteceu na prática, ou seja, a visão das arquibancadas ficou prejudicada. Aumentamos então o nível da quadra e acredito que se aumentada mais deve resolver o problema”, diz Heberle. A colocação das arquibancadas e fechamento das paredes custou mais de R$ 600 mil. Na época o valor para conclusão do ginásio era estimado em R$ 1 milhão.


Até hoje o prédio custou aos cofres municipais mais de R$ 1,2 milhão, além dos R$ 409 mil de recursos vindos do governo federal. (Foto: Camila Baggio)

Desde que assumiu a prefeitura, o prefeito Lídio Scortegagna (PMDB) busca resolver os dois principais problemas que atrasam a conclusão do poliesportivo: as deficiências no projeto e a falta de verbas. “Na minha primeira ida para Brasília um dos pedidos foi por verbas para a conclusão do poliesportivo. Por meio do deputado federal Assis Melo (PCdoB) encaminhamos o pedido ao Ministério dos Esportes, como aconteceu no ano passado. O valor é em torno de R$ 1,5 milhão. Estamos agora analisando o projeto em função do problema das arquibancadas. Temos a possibilidade de aumentar mais o nível da quadra, mas aí teremos um ginásio com problemas de altura e acessibilidade. Queremos discutir com a comunidade e queremos que fique um espaço bom”, argumenta Lídio.

Até hoje o prédio custou aos cofres municipais mais de R$ 1,2 milhão, além dos R$ 409 mil de recursos vindos do governo federal. - Camila Baggio
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