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Em debate a ampliação da estrutura do Parque da Vindima

Nova área externa é estudada para apresentações e shows em proposta analisada pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente

Em menos de seis meses Flores da Cunha realizará sua festa mais significativa, a Festa Nacional da Vindima (Fenavindima). Com a intenção de resgatar as comemorações e atrair público para a programação, a Secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços, assim como a Comissão da 13ª edição da Festa, buscam aumentar os espaços de integração do Parque da Vindima Eloy Kunz, palco da festa desde 1973, quando foi realizada a 2ª edição. A proposta é retirar a vegetação de uma área de cerca de 36mx47m (1.692m²), ao lado do pavilhão principal, para ser projetado uma estrutura considerada ideal para shows externos, além de apresentações. O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comma) solicitou uma avaliação topográfica para discutir e avaliar o pedido feito pela Secretaria de Turismo, já que na área existem árvores nativas, como araucária.

Projetado na década de 1970 – adquirido e construído em 1972 –, o Parque da Vindima é hoje um dos principais locais para a realização de eventos municipais, contando com um pavilhão de exposição com 4,6 mil metros quadrados. De acordo com a Secretaria de Turismo, desde 1999 não são realizadas melhorias ou ampliações na área, sendo que em 2004 um dos pavilhões foi cedido para a instalação da Escola de Gastronomia UCS-Icif. A nova área proposta pela prefeitura, entre o pavilhão principal e a Casa Centenária, em parte do bosque utilizado também pelo Grupo de Escoteiros Alberto Mattioni, seria destinada como área para shows e apresentações. No dia 28 de agosto o secretário de Turismo, Everton Scarmin, e o presidente da 13ª Fenavindima, Ricardo Pagno, participaram do encontro mensal do Comma, apresentando a ideia de ampliação.

De acordo com Scarmin, a administração busca um crescimento da Festa nesta edição, por isso quer modernizar a estrutura. “Se queremos resgatar a Festa e essa identidade de Flores, precisamos de transformações. É necessária uma melhor e maior infraestrutura. Em 2004 um dos pavilhões passou a ser utilizado pela Escola de Gastronomia. Queremos ouvir a comunidade e fazer jus ao envolvimento que estamos tendo na Fenavindima 2015. Os florenses querem participar desta Festa”, alega Scarmin.

Embora ainda não tenha apresentado um projeto definitivo, a Secretaria de Turismo planeja a ampliação com a construção de um piso, onde podem ser montadas estruturas móveis para cobertura. Para isso, porém, dependendo da área, além de vegetação seja necessário o corte de araucárias. “Essa estrutura não serve apenas para a Fenavindima, que aliás estamos estudando para que ocorra com uma periodicidade menor, como a cada dois anos. O Parque da Vindima é palco para outros importantes eventos municipais. Se queremos atrair público precisamos de atrações. Infelizmente isso causa contrapontos, mas precisamos pensar grande”, pondera o secretário.


O que diz o Conselho do Meio Ambiente


Presidido pela diretora de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Franciele Zorzi, o Comma ouviu a proposta do Turismo com alguns pontos negativos. De acordo com Franciele, assim que recebeu o pedido, o Conselho fez uma visita técnica ao Parque e solicitou ao secretário Scarmin um levantamento topográfico para apontar os danos e a viabilidade ou não da ampliação do espaço turístico. Em visita ao Parque da Vindima, os membros sugeriram outro local para a ampliação, este nos fundos do pavilhão principal, onde existe menos vegetação.

Para Scarmin, o local, porém, acaba dispersando os visitantes. “O Conselho não recebeu nenhum projeto físico, a ideia foi apenas exposta verbalmente e aberta para discussão entre os integrantes. Fomos até o local e solicitamos um levantamento, uma topografia da área para avaliarmos melhor o pedido. Se é viável ou não ainda não sabemos. O Conselho não chegou a nenhuma conclusão, até porque não sabemos qual a área total para a construção”, explica Franciele, lembrando que a decisão será tomada com base na legislação.


Criado para desenvolver o turismo

Depois da 1ª Festa da Vindima de 1967, a preparação para a segunda edição, em 1973, incluía um local considerado ideal para receber os visitantes, abrigando a feira agroindustrial, a exposição de uvas finas, vinhos, aperitivos e mostra da indústria do município e das comunidades vizinhas. Na época, os pavilhões contavam com 1,8 mil metros quadrados, projetados pelo engenheiro Angelo Guizzo Neto, situados no Parque da Vindima, área com 22 hectares.

A construção do Parque da Vindima iniciou em 1972 e o primeiro pavilhão foi inaugurado com a festa presidida por Januário Bulla. “A compra do terreno, a construção dos pavilhões e a realização do encontro dos pequenos agricultores de soja e vinho, que motivou a presença do ministro da Agricultura, na época Luiz Fernando Cirne Lima, a inauguração da central telefônica e da Pousada do Galo Vermelho, de Eloy Kunz, foram fatores que motivaram a todos”, relembrou Bulla em uma edição comemorativa da Fenavindima divulgada pelo jornal O Florense em 2002.

Além do pavilhão utilizado para feiras, eventos e shows, hoje com aproximadamente 4,6 mil metros quadrados, o Parque da Vindima conta com a Escola de Gastronomia UCS-Icif, o restaurante Parque da Vindima, o Monumento do Galo, a Casa Centenária com memorial das famílias Falavigna, Soldatelli e Antoniazzi, as réplicas de casas típicas, o Memorial da Fenavindima e o Núcleo de Produção Audiovisual (NPAV), hoje fechado, além do bosque onde fica a sede do Grupo de Escoteiros Alberto Mattioni.

Construção de novo espaço objetiva qualificar o Parque da Vindima. - Arquivo O Florense
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