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Eles invadiram também o ambiente corporativo

Menos estresse e mais trabalho: ter um animal de estimação na empresa ou escritório só traz benefícios, ainda mais quando ele for adotado

Quem gosta de animais vai concordar, conviver com eles torna a rotina mais leve e divertida. Imagina isso também no trabalho, já que é lá que passamos a maior parte do dia. Veterinários explicam que a presença deles, de forma lúdica, traz a liberação de endorfina, substância responsável pela sensação de bem-estar, além de se tornarem facilitadores em ambientes com muito estresse. E quando essas vantagens se unem ao fazer o bem, como adotar animais que não têm um lar? Foi isso que fez a Mascarello Estofados, de Flores da Cunha.

Há pouco mais de dois meses os irmãos Sander e Luana Mascarello adotaram duas cachorrinhas que estavam na chácara da União Pela Vida Animal (Upeva). A companhia das peludas não é novidade, antes delas uma outra cachorra já era considerada a mascote da família e dos funcionários. “Sempre tivemos animais em casa e aqui ela vivia há pelo menos 10 anos. Quando ela faleceu, pensamos em adotar duas, para que elas também se façam companhia. A Laika e a Luna chegaram há poucos meses, mas já fazem diferença”, conta Sander, 24 anos.

Adotar faz parte da vida da família Mascarello, que sempre teve animais que antes estavam sem lar. A gratidão nos olhos das companheiras de quatro patas é demonstrada com muitos pulos e lambidas. “Elas ainda são filhotes e estão se habituando ao ambiente. Mas assim como nossos funcionários eram muito apegadas à antiga cachorrinha, essas também estão conquistando a todos”, aposta o empresário. “Além disso, elas ajudam na segurança da empresa. Incentivamos que outros empreendimentos adotem também, já que muitos, como nós, possuem um pátio fechado”, complementa Luana, 20 anos. “Além do mais, é uma valiosa ajuda para a Upeva”, acredita Sander.

Um ambiente mais alegre
De acordo com um estudo realizado pela Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos, o melhor amigo do homem pode trazer benefícios ao local de trabalho, incluindo redução de estresse, além de deixar o trabalho mais satisfatório para os funcionários. Na Delegacia de Polícia de Flores da Cunha, o ambiente um tanto pesado, natural de um local que lida com crimes, é quebrado pela presença simpática da gatinha Mia. Há alguns meses ela foi retirada da rua e levada para a delegacia pela titular Aline Martinelli. “Já fazia algum tempo que tínhamos a ideia de ter um animalzinho aqui, porque eles trazem alegria, descontraem e, como aqui é um ambiente que trata de crimes, acreditávamos que um bichinho iria trazer uma energia melhor”, conta a delegada.

E de fato Mia vem dando alegrias aos servidores e agentes, que se dividem entre a rotina de trabalho, as responsabilidades dos cuidados com ela e, é claro, aquele carinho quando ela está por perto. “Deveríamos ter adotado antes. Cada um que trabalha aqui ajuda nos cuidados da Mia, e ela está feliz. As crianças que as vezes vêm com os pais se distraem com ela e também os funcionários e agentes que estão mais alegres com a presença dela. Todo mundo que vem pra cá quer levar ela para casa, e isso é importante no aspecto da adoção de animais, pois muitos estão em busca de um lar”, acrescenta Aline.

A escolha por um gato foi pensada, já que ele costuma ser um animal mais independente. “Até porque, como a delegacia não abre à noite, ela fica bem sozinha. Acredito que adotar um animal só traz benefícios, claro que tem a responsabilidade com os cuidados, a adaptação com a rotina e o local, mas incentivo que empresas e pessoas adotem, porque o animal não pede nada em troca, ele só quer carinho. E também não precisa ser um cachorro ou gato, mas até mesmo um passarinho ou outro animal como um pássaro, desde que não seja exótico”, brinca Aline, que tem em casa dois gatos que também foram adotados.

Mais de 500 animais aguardam um lar
Atualmente, entre cães e gatos a União Pela Vida Animal (Upeva) abriga cerca de 500 animais, distribuídos na chácara localizada na capela Medianeira, no Travessão Alfredo Chaves, e em casas de voluntários. De acordo com a ONG, devido à quantidade de animais abandonados ter aumentado muito, a adoção fica cada vez mais difícil. “Temos que trabalhar bastante nisso, até porque temos muito cuidado na hora de entregar animais para adoção. E ainda falta muito para que as pessoas entendam a importância de adotar”, opina Justina Salvador, voluntária da Upeva.

E se a adoção de cães e gatos é penosa, a cultura do ato ser feito por empresas ainda, e infelizmente, ocorre em casos isolados. “Temos algumas pessoas que valorizam sim a adoção, mas muitas ainda pesam muito pela raça do animal. Acham que por ter uma raça ele será mais amoroso ou então mais prestativo, no caso das empresas”, complementa Justina, que cita que, pelo número elevado de animais, a entidade sofre todos os meses para fechar as contas. “Contamos com o auxílio do poder público com ração e alguns produtos de limpeza. Mas nos mantemos mesmo com a ajuda dos voluntários, que tiram dinheiro do próprio bolso para pagar contas. Não sei até quando”, lamenta.

Como ajudar
Os florenses podem auxiliar a Upeva principalmente não abandonando animais e também participando dos eventos promovidos, como os brechós e as feirinhas com venda de produtos. Uma rifa beneficente está sendo comercializada tendo como principal prêmio um Fiat Toro Endurance – Ano 2018/2019. Os números, a R$ 150 cada, estão sendo comercializados na Agrobichos Pet Shop (Rua Júlio de Castilhos, 2130, no Centro). Mais R$ 5,5 mil serão sorteados do segundo ao quinto número sorteados. O sorteio será realizado pela Loteria Federal no dia 21 de julho. Mais informações pelo telefone 3032.1525.
Além disso, a Upeva aceita depósitos bancários que auxiliam a manter os animais, inclusive com custos de veterinários e também do caseiro. Os dados para depósito são: Banco Sicredi, agência 0167, conta corrente 51337-7.

Os irmãos Luana e Sander, da Mascarello Estofados, adoram as cachorrinhas Luna e Laika para viverem na empresa da família. - Camila Baggio Na Delegacia de Polícia, a gatinha Mia foi retirada da rua e recebe carinho dos agentes e das servidoras Eva Lucia Gonçalves, Patrine Oliveira de Lima e Juliane Negrini. - Camila Baggio Chácara da Upeva, na capela Medianeira, abriga a maior parte dos animais. - Angelo Luís Scopel/Upeva/Divulgação
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