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É difícil estacionar no Centro

Falta de vagas já é uma realidade em Flores da Cunha. Câmara de Dirigentes Lojistas busca a conscientização dos comerciantes para que não deixem seus carros defronte das lojas. Idéia de implantar rotativo pago começa a surgir

O assunto estacionamento rotativo pago, em Flores da Cunha, não é muito popular. Na tarde de ontem, a reportagem do O Florense circulou pela área central do município para coletar opiniões de motoristas e de comerciantes sobre o tema e sobre a dificuldade em estacionar. Poucos falaram, e ninguém quis se identificar. A questão, em debate desde o ano passado na cidade, foi tema de indicação do vereador Moacir Ascari (PMDB), o Fera, ao Executivo, solicitando a criação de uma campanha de conscientização junto aos comerciantes. “É uma dificuldade estacionar na área central de Flores da Cunha. Alguns proprietários de estabelecimentos residem a duas quadras do ponto comercial, mas vão de carro e estacionam bem na frente de sua loja ou de colegas. Se a campanha não funcionar, que seja implantado o estacionamento rotativo pago”, sugeriu o peemedebista, no final de julho. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Artêmio Mascarello, lembra que a entidade realizou um encontro com o poder público este ano para debater o assunto. Porém, as tratativas não avançaram. “O tema também foi debatido na assembleia da CDL, segunda-feira (dia 5). Alguns comerciantes presentes manifestaram-se favoráveis, mas a grande maioria prefere um trabalho de conscientização em vez do rotativo”, pondera Mascarello. Para efetivar a medida, a CDL encaminhou um informativo aos cerca de 300 associados para que os locais em frente aos estabelecimentos fossem liberados para eventuais clientes. A dificuldade em encontrar vagas ocorre principalmente no quadrilátero formado pelas ruas Frei Eugênio, Professora Maria Dal Conte e Raymundo Montanari e Avenida Júlio de Castilhos, num total de 12 quadras da área central. “Caso a modalidade paga fosse escolhida, precisaríamos estudar a melhor forma. Sem dúvida, a questão merece ser discutida”, sintetiza Mascarello. Poder público O secretário de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito de Flores da Cunha, Paulo Ribeiro, lembra que a questão é polêmica na cidade. “Certa vez, ao pintarmos uma faixa amarela na frente de um estabelecimento de saúde, os funcionários públicos foram repreendidos, pois a medida estaria ‘tirando’ uma vaga de alguém”, recorda. Outra questão levantada por Ribeiro é com relação a um grupo de pessoas que vão para Caxias do Sul de ônibus e deixam o carro estacionado o dia inteiro no Centro. “Vale destacar, ainda, que a grande maioria dos prédios do município não têm garagem, o que ajuda a complicar o estacionamento”, complementa.

Ribeiro é favorável à campanha da CDL, que visa conscientizar os comerciantes a não estacionarem seus veículos diante dos estabelecimentos, oportunizando vagas para a população. “Aqui na prefeitura fizemos um estacionamento nos fundos do prédio, destinado aos servidores. A parte da frente fica disponível aos cidadãos que procuram os serviços da prefeitura”, compara. Ele opina que, talvez em algumas quadras da área central, o estacionamento poderia ser pago, priorizando a rotatividade. “Mas acho melhor que a questão seja resolvida por meio da conscientização”, pondera. Outro ponto citado pelo secretário é a Rodoviária. A prefeitura está elaborando (em fase inicial) estudos de áreas que possam receber o empreendimento no futuro. “Nossa intenção é retirar a estação do Centro para também melhorar o tráfego de veículos. Para isso, buscamos um local com espaço para manobras e logística”, adianta Ribeiro. A preferência seria por áreas próximas a RS-122, o que favoreceria a implantação de novos itinerários, principalmente para a região Norte do Estado e para Santa Catarina – atualmente, todas as rotas para tais destinos são por São Marcos, por meio da BR-116.

No Estado - No Rio Grande do Sul, pelo menos seis municípios têm contrato com a empresa Rek Parking, a qual venceu licitações e administra o estacionamento rotativo pago – Caxias do Sul (desde 1998), Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Farroupilha, Taquara e Santa Maria. - Em Caxias do Sul, o valor tabelado por hora é de R$ 1,30 – existem 1.780 vagas tarifadas. Parte da arrecadação da empresa, assim como em outras cidades, é revertida à prefeitura ou a alguma entidade pública. - Em todas as cidades, os usuários podem pagar a tarifa (máximo de 2h, ou seja, em Caxias, R$ 2,60) com moedas (exceto as de R$ 0,01) nos parquímetros, ou comprar cartões com um número pré-definido de horas de estacionamento. - A empresa, em todos os casos, foi contratada em regime de concessão, e o gerenciamento do serviço é feito pela prefeitura. - A área rotativa e paga, geralmente denominada Zona Azul, funciona (o horário varia para cada município) de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 12h. - Caso o usuário desrespeite as normas, fica sujeito à tarifa de regularização (multa), cujo valor deve ser pago em prazo definido (valores e prazos variam para cada cidade).
Nos horários chamados de “pico”, motoristas não conseguem estacionar. - Fabiano Provin
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