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Família, arte, religião, vida e morte. Os rituais tornam-se signos de sua narrativa expressionista. Uma artista que desconstrói a figura humana e prende as dores nas molduras. Estas são algumas definições da exposição Dolorosa, assinada pela florense Tere Finger, sob a curadoria da professora Silvana Boone. A mostra ocorrerá entre os dias 5 e 22 de abril, na Galeria do Instituto Estadual de Artes Visuais, na Casa da Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre.

São 15 obras, sendo quatro inéditas, formando a série que é um recorte da exposição Das dores às cores, proposta pela artista em 2017, em Caxias do Sul. É a primeira vez que ela expõe seu trabalho visual na Capital, e sente que é fruto da continuidade do seu trabalho.

A arte de Tere é intensa como a sua personalidade, justamente pela forma como permite a interferência do coração em cada pincelada. “É uma forma de cartarse para com as dores, a fim de ver a vida de forma mais leve. A via de ninguém é fácil, mas mesmo dolorosa pode ser colorida”, define a artista. Ela é graduada em Artes Visuais pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), mas durante muitos anos não lançou produções autorais. Nos últimos anos, ela aparece no circuito de artistas da região com frequência, revelando o crescimento da sua arte e referências.

Os traços soltos e obscuros desta série remetem ao expressionismo alemão, onde a artista constrói um universo imagético repleto de representações pessoais, mas que no fundo, são compartilhadas por meio das dores. “Na arte, a vida já não é mais a mesma. A dor não tem cor, mas na produção da artista as dores vestem-se de cor”, define a curadora. A visitação pode ser feita de terças a sextas-feiras, das 9h às 18h, e aos sábados e domingos, das 12h às 18h. A entrada é gratuita.

Ao mesmo tempo, Tere expõe seu trabalho no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi, em Flores da Cunha, com a artesã Lauristela Stuani. Enquanto Tere participa com quadros de exercícios por meio das cores e da sua marcante figura humana, Lauristela compõe com peças de artesanato com referência às bonecas de Abayomi, um símbolo de resistência, tradição e poder feminino na cultura africana. A mostra pode ser visitada de segundas a sextas-feiras, das 8h às 17h30min, sem fechar ao meio-dia.