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Divergências no PDT e justificativas da derrota

Escolha interna à prefeitura dividiu o partido. Após eleição ter encerrado, assunto é retomado pelo prefeiturável Heleno Oliboni

Após o resultado da eleição municipal deste ano, representado nas urnas, o candidato a prefeito pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Heleno Oliboni, atribuiu, entre outros motivos, a “traição” do atual prefeito de Flores da Cunha, Ernani Heberle, também do PDT. As divergências que iniciaram antes da definição do nome pedetista dentro do partido resultou em uma eleição longe da vitória. A coligação União, Experiência e Responsabilidade (PDT/PR) teve 1.877 votos a menos que a segunda colocada, Giovana Ulian (PP), e 2.175 votos atrás da coligação vencedora, a Flores Unida, de Lídio Scortegagna (PMDB).

Em entrevista ao jornal O Florense na noite de domingo, dia 7, após conhecer o vencedor nas urnas, Oliboni avaliou a eleição e fez fortes críticas ao atual prefeito. Segundo Oliboni, o partido não contou com o apoio de Heberle durante a campanha eleitoral, o que, em sua opinião, justificaria o terceiro lutar. Para Heberle, esses mesmos números “falam por si”.

Para Oliboni, entre os fatores predominantes no resultado das eleições, o principal seria relacionado ao atual prefeito. “Enfrentamos uma coligação de nove partidos mais um prefeito traindo seu próprio partido. O prefeito municipal traindo a todos aqueles que elegeram ele, que o colocaram naquele cargo, toda a máquina pública contra nós. Esse foi um dos fatores”, criticou Oliboni após o término das eleições.

As críticas seguiram e deram a entender alguns rumos que o partido pode tomar, levando em conta a participação e até a expulsão de integrantes. “Quem sabe o prefeito que nós elegemos esteja satisfeito com a derrota do partido que o elegeu, aliás, essa não foi uma derrota, foi a vitória da reunificação do nosso partido. Derrota sofremos em 2008”, insinuou Oliboni, se referindo à eleição em que Heberle foi eleito.

Heberle, que buscou a reeleição dentro do PDT, preferiu não se manifestar muito sobre o assunto, mas foi enfático. “Os números mostram por si. Fiquei neutro, ninguém sabe em quem eu votei, não subi no palanque de partido A, B ou C e, principalmente, ninguém usou a máquina pública, até porque tenho respeito pelas pessoas aqui dentro. O que tinha que acontecer aconteceu. A minha preocupação não é olhar para trás e sim de dar sequência aos trabalhos encaminhados que temos. Vou trabalhar até o dia 31 de dezembro”, sustenta Heberle.

Até o final do ano os planos para o prefeito seguem para concluir a administração de forma “tranquila”, dentro e fora da prefeitura. “Independente do que aconteceu tenho grandes amigos dentro do PDT. Para haver expulsões é necessário ter um motivo. Eu não usei o poder e ele não me usou. Basta olharmos os números dessa eleição”, diz Heberle.

Divisão
O PDT teve uma divisão interna iniciada em março após a convenção municipal para definir o pré-candidato. O ex-prefeito Oliboni foi o escolhido, porém Heberle defendia o direito de preferência para tentar a reeleição. O resultado agradou alguns e desagradou a outros pedetistas, gerando o descontentamento. Um documento com assinaturas de partidários foi entregue pelo então presidente da Juventude Socialista do PDT, Paulo Couto (secretário de Administração e Governo que, após o imbróglio, pediu desfiliação do partido), ao diretório, endereçado à presidente da sigla, Claudete Gaio Conte, solicitando uma revisão do processo. Dos 21 participantes da convenção do dia 8 de março, 19 eram titulares e dois, suplentes. Oliboni e Heberle não participaram. A votação secreta teve como resultado 17 votos para Oliboni, três brancos e um nulo. Heberle não recebeu nenhum voto.
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