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Diálogo é a melhor Prevenção

Setembro Amarelo visa sensibilizar e conscientizar a população sobre o suicídio

Atualmente, o suicídio no Brasil já faz mais vítimas que a Aids e mata mais do que vários tipos de câncer e, mesmo assim, muitas pessoas ainda não discutem o assunto e têm medo de encarar as doenças psicológicas que, muitas vezes, levam à morte. Segundo uma pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde, no Brasil, a cada 100 mil pessoas, quase sete tiraram a própria vida no ano de 2012. Além disso, para cada suicídio podem ter ocorrido mais de 20 outras tentativas que não deram certo. A vergonha, o desconhecimento e o desinteresse das vítimas e de seus familiares e amigos em tratar o problema são catalisadores que precisam ser combatidos. Essa é uma das metas do Setembro Amarelo, campanha de prevenção de suicídio. O movimento acontece durante todo o mês de setembro no mundo todo, e esse período foi escolhido porque o dia 10 de setembro é o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Iniciado no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, o Setembro Amarelo visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão.

O principal objetivo do Setembro Amarelo é quebrar o tabu que existe envolvendo o suicídio. Doenças graves, como o câncer e a Aids, já passaram por períodos nebulosos e foram combatidas através do conhecimento. Mas, para isso, foi necessário um esforço coletivo. Quebrar tabus não é fácil, mas é preciso esclarecer, conscientizar e estimular a prevenção para reverter situações críticas. Muitas vezes, familiares e amigos não reconhecem os sinais de que alguém querido vai tirar a própria vida. Aliás, muitas vezes, a própria vítima não entende que precisa de ajuda e acaba se afundando cada vez mais em uma solidão desesperadora. Por isso, é preciso falar sobre suicídio e discutir a depressão abertamente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nove em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos se a pessoa buscar ajuda e se tiver a atenção de quem está à sua volta.

Como conversar

Conversar com alguém que tenha tendências suicidas pode parecer complicado, mas, para saber o que dizer e como agir, basta ter paciência e escolher o tom certo. Quando alguém estiver exibindo sinais de risco, é fundamental falar de forma carinhosa e sem julgamentos. Escute com paciência, não julgue, não diga que a pessoa está fazendo drama ou exagerando, e nem fale que ela precisa ser mais forte. Não diga que ela deve se sentir com sorte pela vida que tem, e nem a faça se sentir envergonhada ou menor pelos seus pensamentos suicidas. Ao dizer esse tipo de coisa, você vai piorar a situação e fazê-la se sentir ainda mais determinada em tirar a própria vida. Ninguém mergulha nesse sentimento horrível por escolha própria, ninguém quer se sentir assim e ninguém deseja continuar nesse estado. Uma recomendação é ser direta e perguntar se a pessoa planeja algo ou pretende tirar a própria vida. Você vai sentir na resposta os sinais de alerta e, então, deve ligar para a emergência se souber que a pessoa já elaborou planos e precisa de ajuda imediata. Mas, não espere a pessoa dizer que quer se matar para buscar ajuda. Muita vezes, a pessoa com tendências suicidas não conta seus planos ou compartilha seus pensamentos. Por isso, se algum conhecido está exibindo os sinais de alerta ao lado, procure ajuda.

Quem pensar em cometer suicídio deve ligar para o Centro de Valorização da Vida através no número 141, mas quem convive com essa pessoa também pode entrar em contato com essa linha de assistência. Os atendentes podem ajudar e, inclusive, te instruir e te conectar com psiquiatras e psicólogos. Aliás, o tratamento psiquiátrico é fundamental.

Como reconhecer os sinais

Existem alguns sinais de alerta que podem salvar a vida de quem você ama. Veja quais são os principais:

Reconheça os padrões de pensamento suicidas: normalmente, quem pretende tirar a própria vida apresenta os seguintes padrões: elas remoem pensamentos obsessivamente e não conseguem parar, se sentem extremamente sem esperança, veem a vida como algo sem significado e, normalmente, descrevem uma sensação de nevoa nos pensamentos que dificulta a concentração.

Reconheça avisos verbais: quando alguém começar a falar muito sobre morte, preste atenção. Algumas frases são frequentes: “a vida não vale a pena”, “não vou mais ficar triste porque não vou estar mais aqui”, “você vai sentir minha falta quando eu for” ou “ninguém vai sentir minha falta se eu morrer”, “não aguento a dor, não consigo lidar com isso” ou “queria não ter nascido”.

Fique de olho na melhora súbita: muitas vezes, o maior potencial para o suicídio não é o fundo do poço, mas a súbita sensação de melhora. Isso pode indicar que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a própria vida e está aliviada por ter um plano. Então, se uma pessoa depressiva e com grandes tendências suicidas melhorar de uma vez, é melhor tomar providencias imediatas.

Reconheça mudanças de comportamento: quando você sentir que a pessoa está querendo fechar pontas soltas, doar seus pertences, fazer arranjos financeiros ou visitar vários entes queridos de uma só vez, é hora de intervir.

Perceba mudanças extremas na rotina: repare se a pessoa parou de frequentar, sem motivo aparente, eventos e lugares que sempre gostou de visitar. Quando alguém para de praticar atividades que, até então, lhe davam prazer, é um grande sinal de alerta.

Preste atenção na energia: pessoas depressivas ou suicidas normalmente têm pouca energia para tarefas básicas, têm dificuldade de tomar decisões e, por exemplo, falta de vontade de se relacionar sexualmente.

Não ignore fatores de risco: morte de um ente querido, perda de emprego, bullying e separações traumáticas podem afetar e intensificar desejos suicidas. Um histórico de abuso físico ou sexual também pode servir de gatilho, assim como tentativas prévias de suicídio.

Fonte: Setembro Amarelo

 

 - Divulgação
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