Geral

Diagnóstico correto contra as intolerâncias alimentares

Há pouco mais de um ano e meio, a florense Carla Orlandi descobriu que tinha intolerância ao glúten, à lactose, ao açúcar e outros tantos alimentos que fermentam durante a digestão. Mas até o diagnóstico correto, ela sofreu com imunidade baixa, inchaços e dores abdominais e falta de energia, entre outros sintomas. Com o auxílio de uma nutricionista, a gerente de vendas de 31 anos mudou radicalmente seus hábitos alimentares para ter uma vida tranquila livre do desconforto causado pela alimentação. “Eu sempre me alimentei bem, mas não sabia que o pão, o leite, algumas frutas e vegetais também me faziam mal por causa das minhas intolerâncias. Ter o diagnóstico certo mudou a minha vida”, destaca.

A notícia no início pareceu restritiva demais, mas Carla foi se informando, estudando quais os ingredientes que poderia consumir e acabou criando as próprias receitas. “A adaptação é sempre difícil, alguns sabores mudaram, mas aos poucos fui me acostumando. Hoje vejo que ganhei qualidade de vida”, frisa Carla.

Da necessidade de comer alimentos especiais, ela passou a testar receitas sem glúten e sem lactose, e descobriu diversas possibilidades de agradar o paladar, sem sofrer as consequências de consumir algo de que é intolerante. “Hoje faço pão, brownie, bolos e salgados, para meu consumo e dos meus familiares e amigos. Todos adoram e sinto que ajudo quem também precisa eliminar ou diminuir o consumo de glúten e lactose”, ressalta. Para Carla, a dica é sempre ter opções saudáveis em casa para não cair em tentação e comer algo que faça mal. “Comer também é um prazer da vida, não podemos nos privar de tudo o que gostamos, mas é muito bom saber que existem opções deliciosas para quem tem algum tipo de restrição”, confidencia. 

 

Alergia ou intolerância?

O aumento do consumo de produtos alimentícios industrializados, repletos de conservantes, espessantes, corantes, gordura trans, além de outros aditivos comumente utilizados pela indústria, tem interferido diretamente na nossa saúde e bem-estar. Isso aliado a uma alimentação deficiente de itens naturais como frutas, legumes, verduras variadas, grãos (feijão, lentilha, ervilhas), cereais integrais (quinua, aveia, milho) e tubérculos (batata doce, inhame, mandioquinha). Segundo a nutricionista Marina Salvador, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e em Nutrição Esportiva Funcional, tais fatores têm contribuído para a alteração da mucosa intestinal e, consequentemente, ao aparecimento de alergias e intolerâncias alimentares, entre as principais, à lactose e ao glúten. Abaixo a especialista apresenta as principais diferenças dos problemas.

 

Entenda as diferenças

Intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite

– Intolerância à lactose: a intolerância ocorre quando há uma redução ou ausência da produção da enzima lactase, impedindo que ocorra a quebra da lactose, um açúcar presente no leite e seus derivados (queijos, iogurtes, molhos brancos). Os sintomas mais clássicos são diarreia, gases, distensão abdominal (conhecido popularmente como estufamento) e dor abdominal. Esses sintomas geralmente ocorrem minutos ou horas após a ingestão desses alimentos.

– Alergia tardia à proteína do leite: é uma condição em que o sistema imunológico está envolvido. Os sintomas podem ocorrer até 72 horas após a ingestão de derivados de leite e podem ir além da sensação de estufamento e gases abdominais. Outros sintomas comuns na alergia à proteína do leite são rinite, sinusite, otite, amigdalite, produção excessiva de muco, asma brônquica, cistite de repetição, gastrite, colite, esofagite, náuseas, dores de cabeça, enxaqueca e dermatite, entre outros.

 

O glúten, que é uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada (e seus derivados) pode provocar duas principais consequências: a doença celíaca e a sensibilidade ao glúten não celíaca

– Doença celíaca: é uma intolerância permanente ao glúten, mediada pelo sistema imunológico, caracterizada por um distúrbio inflamatório crônico do intestino, causando má absorção, diarreia, distensão abdominal, perda de peso, fadiga e deficiências nutricionais. Ocorre em indivíduos mais suscetíveis geneticamente.

– Sensibilidade ao glúten não celíaca: caracteriza-se pela ocorrência de sintomas digestivos e extradigestivos relacionados à ingestão de alimentos contendo glúten, nas pessoas não afetadas pela doença celíaca. A manifestação clínica típica é uma combinação de sintomas, tais como dor abdominal, flatulência, alterações do hábito intestinal (diarreia ou constipação), confusão mental, dores de cabeça, cansaço, dores musculares e nas articulações, dermatite, depressão, anemia, eczema e doenças autoimunes como artrose e doença de Hashimoto (que afeta a glândula tireoide).

Tratamentos

– O tratamento recomendado para estas complicações consiste na mudança da alimentação, introduzindo alimentos íntegros e naturais.

– É necessário adotar um hábito consciente, o que não significa apenas adotar restrições radicais de alimentos, mas sim de incluir aqueles que realmente contribuirão para uma melhor qualidade de vida.

– Por isso, recomenda-se buscar orientação com uma nutricionista para uma orientação condizente alinhada às necessidades individuais.

 

Carla Orlandi buscou ajuda e hoje faz sua própria comida, além de ajudar familiares e amigos. - Larissa Verdi/Jornal O Florense Nutricionista Marina Salvador. - Arquivo pessoal/Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário