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Foi acompanhando o irmão mais velho em alguns plantões médicos que, aos 18 anos, o florense Evandro Toigo vivenciou a Medicina. Apesar de ter percebido que não era esse o caminho profissional que queria seguir, deu-se conta de que gostaria de continuar na área das humanas, porém, desenvolveu uma outra paixão. 
“Lá no HPS, quando o pessoal acidentado quebrava o maxilar, os dentes, tinha um setor específico da Odontologia, o de buco-maxilar, que eu comecei a acompanhar e senti que estava mais lá do que no de Medicina. Então eu fui para a Odontologia e gostei, me encontrei”, lembra Toigo que, aos 52 anos, possui graduação em Odontologia e mestrado em Ortodontia. 
Com as capacitações concluídas, no ano de 1996, era chegada a hora de tirar do papel o projeto do consultório próprio, que teve como sede o município vizinho de Caxias do Sul, por 18 anos, até que o profissional passou a dividir a rotina com atendimentos em sua terra natal, Flores da Cunha e, nos últimos três anos, migrar definitivamente para a Terra do Galo. 
Por aqui, além de continuar um longo trabalho ao lado da esposa, Adriane – que inclusive conheceu em um congresso de Odontologia e formou-se dois anos depois dele –, desde 2021 Toigo passou a contar com o apoio do filho, Lucas Toigo, que seguiu os passos do pai e, hoje, é graduado em Odontologia e integra a equipe da clínica, que conta com oito profissionais. 
“O bacana é que o Lucas veio para dar um impulso para nós. Depois de quase 30 anos de formado a gente acaba se acomodando, pensando mais em aposentadoria do que propriamente em crescer na profissão. O Lucas iniciou agora e já fez uma revolução. A gente entra com a experiência, com o nome, o tempo de trabalho, e ele com esse incentivo. O consultório cresceu bastante por conta disso. Sem falar da parte social, das mídias, que ele tira fotos e posta, são coisas que a gente não faria e são muito importantes para divulgar o nosso trabalho bem feito”, orgulha-se Toigo, que deixa “carta branca” para o filho tomar iniciativas. 
Caminho que, conforme o florense, deve continuar a ser traçado pelo outro filho do casal, Nicolas, que ingressou na faculdade de Odontologia há um semestre: “Ele não se encontrou nessa área, mas, está indo para a parte de laboratório. A ideia dele é trabalhar junto com a gente, mas, fazendo o dente no laboratório, as próteses, e permitindo um trabalho mais personalizado. Ele vai agregar, ter um protesista dentro do consultório é muito bom”, comemora o dentista, acrescentando que ele e a esposa nunca estabeleceram que os filhos deveriam seguir com a profissão, pois cada um precisa se encontrar e fazer o que gosta, mas eles cresceram no meio da Odontologia e acabaram se envolvendo no segmento e abraçando as oportunidades. 
Em relação aos desafios de dividir a rotina profissional com a família, Toigo revela que existem pontos positivos e negativos, contudo, é necessário saber relevar algumas situações e estabelecer limites para que os possíveis atritos não afetem o relacionamento e o profissionalismo da Toigo Odontologia em oferecer bem-estar e autoestima às pessoas.  
“A odonto é muito de realizar um sonho, o paciente chega com vergonha de sorrir e você faz um trabalho que dá aquela gratificação. Eu sempre falo que a profissão tem dois lados: um que você faz por dinheiro, o outro que faz por amor. Mas eu diria que a questão do amor, do paciente te agradecer pelo trabalho, de ver aquele brilho no olho e ouvir ele dizer um muito obrigado, isso é muito mais do que a questão financeira no final de um tratamento odontológico, isso faz a gente seguir, e seguir cada vez com mais amor pela profissão”, emociona-se.
E em um futuro não muito distante, Toigo pretende passar o comando da clínica para seus filhos e caberá a eles darem continuidade a essa trajetória. “É tudo que um pai gostaria. Acredito que todos os pais gostariam que os filhos seguissem o negócio, porque a gente deixa um legado e esse legado tem que continuar, então é super gratificante para a gente e eu fico emocionado em falar isso”, destaca Evandro.
Um dos responsáveis por deixar os olhos do pai marejados é o filho mais velho, Lucas Toigo, de 23 anos, que foi se apaixonando pela Odontologia conforme conhecia mais a profissão. “Como eu me dava bem em matemática, em um primeiro momento pensei e iniciei o curso de Engenharia Civil, até porque eu queria ser um profissional liberal, ter meus horários e prezava bastante por essa flexibilidade. Fiz um semestre de engenharia, mas, nesse tempo, eu ajudava e acompanhava o trabalho do meu pai, para ganhar uma renda extra, foi quando comecei a ver a odonto como uma opção”, lembra Lucas que, a partir daí, ingressou na faculdade de Odontologia e cada vez gostava mais da área, além de ter outra faculdade em casa, ao lado dos pais.
De acordo com o jovem, poder vivenciar na prática a bagagem teórica aprendida na faculdade fez com que ele se encontrasse e acabasse beneficiando toda a família, servindo de motivação para seguirem crescendo juntos. Expansão que, pelo que depender dele, tem tudo para dar certo: “Vamos visar sempre melhorar os atendimentos, oferecer equipamentos de alta tecnologia, ter um maior conhecimento da odonto, se especializar, estar sempre em cursos e evoluindo. O objetivo é tentar fazer uma Odontologia diferente”, frisa, completando que está se especializando em implantodontia, na parte cirúrgica, para agregar ainda mais aos procedimentos, uma vez que a demanda também está aumentando. 
“É um privilégio ter os pais parceiros, tanto na profissão, que com 23 anos já tenho pacientes e a clínica, quanto nos esportes. Desde o início, eles sempre me incentivaram na prática de atividades físicas, quando tinha uns 9 anos já estávamos fazendo triathlon e andando de moto juntos”, destaca Lucas, sobre o fato de o quarteto compartilhar as profissões, a paixão pela prática de esportes e pelas viagens. 
Questionado sobre quais outros hobbies a família compartilha, o jovem elenca: “É mais fácil falar o que a gente não faz, que é o futebol, porque eu não sou muito fã. Mas, entre tantos, já praticamos skate, wakeboard, kitesurf, ciclismo, triathlon, natação, maratona, motocross. E estamos dispostos a fazer outros, só precisamos de tempo, porque somos aventureiros”, empolga-se, afirmando que sempre estão em busca de novidades porque um vai puxando o outro, todos vão se ajudando e motivando uns aos outros a enfrentar seus medos por meio dos esportes.  
E, para Lucas, seguir o caminho dos pais na construção de sorrisos, significa muito mais do que sucedê-los, trata-se de algo extremamente gratificante. “Definiria meu pai como um superpai, um pai completo. Só tenho a agradecer por tudo o que ele me ensinou e continua me ensinando”, finaliza.