Geral

Dezembro Verde contra o abandono de animais

Mês é dedicado à realização de ações de conscientização sobre a importância da adoção responsável

Além de ser um período de festas, férias e viagens, o mês de dezembro registra a maior incidência de abandono de animais. Por isso, em 2015, um ativista da causa criou a campanha Dezembro Verde, que visa alertar as pessoas da importância da adoção consciente e combater o abandono e os maus-tratos. A data também foi escolhida em razão do Dia Internacional dos Direitos Animais ser comemorado no dia 10. Na sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, dia 16, foi aprovado um projeto de lei, de autoria do vereador Clodomir José Rigo (Progressistas), que institui o Dezembro Verde no município.

Há 11 anos, a União Pela Vida Animal (Upeva) atua em prol da proteção dos bichos. Atualmente, a entidade abriga 150 cães em uma chácara localizada na Capela Medianeira, e outros cerca de 150, entre cães e gatos, estão nas casas de voluntárias ou em lares temporários. Segundo a voluntária Nicolle Costa, o aumento de casos de abandono é ocasionado principalmente por causa do período de férias. “A demanda é maior da metade de dezembro até fevereiro. As pessoas adotam durante o ano e quando chega nessa época percebem que não têm com quem deixar ou não têm condições de pagar um hotel para o animal e acabam abandonando”, declara. Conforme Nicolle, é muito comum encontrar bichos desamparados na Rota do Sol, estrada que vai em direção ao litoral. “Eles têm a coragem de levar o bichinho junto e no meio do caminho o largam”, diz. 

Diante das estatísticas, a campanha nacional difunde, por meio de ações educativas e informativas, a importância da adoção responsável. “Nós desenvolvemos um trabalho contínuo durante o ano. Realizamos palestras em escolas e também conscientizamos a população pelas redes de sociais”, conta a voluntária.

Quando um animal é abandonado, as ONGs precisam garantir que ele tenha condições básicas para viver. De acordo com Nicolle, como a chácara da entidade está lotada, não é possível recolher todos os animais. “Tudo depende do estado em que o bicho se encontra e do sexo. As fêmeas são sempre recolhidas porque precisamos castrar. Depois disso, a gente tenta conseguir um lar temporário, um adotante ou elas acabam indo para a chácara. Animais doentes, atropelados, que sofreram maus-tratos ou que precisam de tratamento são retirados da rua já que não conseguirão sobreviver sozinhos”, explica. Quando o bichinho é macho, a Upeva não costuma recolher. “É muito difícil adaptar os machos na chácara. Nós divulgamos nas redes sociais e pedimos para que as pessoas próximas cuidem e alimentem. Em alguns casos, até cedemos uma casinha”, relata.

Para diminuir o número de casos de abandono e garantir que os bichos encontrem lares, a entidade atua de forma incisiva nas redes sociais Facebook e Instagram. As postagens contam a história de cada animal, o que geralmente sensibiliza as pessoas à adoção consciente.

“Eles não são descartáveis”

Devota de São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais, a professora de Biologia Adriana Baggio Sonda sempre teve encanto pelos bichos. “Meu pai, desde que eu era criança, me incentivou a respeitar os animais e as plantas”, diz. Quando perdeu uma cachorra, há cerca de três anos, o sentimento de tristeza invadiu Adriana. Foi aí que a irmã Suelen Baggio entrou em ação e a presenteou com uma cachorrinha adotada na Upeva, a Mel, carinhosamente chamada de Melúcia. “Ela sabia que eu estava triste e me trouxe a Mel”, conta. No ano passado, Melúcia ganhou um novo companheiro, o Japa, recolhido por Adriana durante um temporal. “Ele estava pelas ruas e naquele dia eu o peguei. Depois disso, acabou ficando aqui em casa”, declara. Todos os dias, os três passeiam pelas ruas de Nova Pádua. “Graças a eles também sou menos sedentária”, ri.

Para a professora, a felicidade que os animais trazem é muito gratificante. “Qualquer tipo de vida merece respeito. Eles não são descartáveis e precisam da nossa ajuda e proteção”, finaliza Adriana.

A professora Adriana com os cachorrinhos Japa e Mel. - Bruna Marini
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário