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Dengue é realidade em Flores da Cunha

Caso importado foi diagnosticado no município

Muito se fala dos cuidados com a Dengue, doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Em Flores da Cunha, até semana passada, dezenas de focos do mosquito haviam sido encontrados, principalmente no Centro, mas nenhum caso até então de pessoa infectada. 
O cenário mudou, e na última sexta-feira, dia 30 de abril, um caso importado foi registrado, ou seja, uma moradora do município foi picada pelo inseto em outra cidade: Erechim. “A munícipe viajou para lá, foi picada lá e quando retornou ao município já estava doente. Não temos nenhum caso que é autóctone, quando a pessoa adquire no município”, relata a coordenadora de Endemias, Maria Mabília.
Mas, com a constatação desse caso, a Secretaria de Saúde voltou a reforçar a importância de redobrar os cuidados em possíveis locais e objetos que possam acumular água, eliminando qualquer ambiente propício para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos. “Queremos fazer um apelo à população que cuide para não ter água parada, não deixe água parada nos vasos, cuide das cisternas, das calhas, olhe para o seu pátio para que não venha a ser um criadouro do mosquito. Registramos um caso importado, mas se a população não se conscientizar, podemos ter, daqui a pouco, um caso aqui, pois temos bastantes focos, principalmente na área central”, relata Maria que aponta que durante o ano de 2021, 40 focos do mosquito foram encontrados, principalmente em cisternas para coleta de água da chuva e em calhas.
De acordo com o médico Leonardo da Silva Severo, que atende no Centro de Saúde de Flores da Cunha, a Dengue, por não ser realidade no nosso município, prejudica o diagnóstico precoce, ainda mais nesse momento de pandemia da Covid-19, onde alguns sintomas se tornam bastante semelhantes. “A Dengue é uma doença transmissível, e toda doença transmissível é séria, pois pode gerar facilmente uma epidemia como já é visto em diversas regiões do Brasil”, relata Severo. De acordo com o médico, a doença tem uma taxa de mortalidade razoavelmente considerada se não tratada. “No geral, a maioria das pessoas vão ter sintomas que lembram os da gripe, mas o que pode ser bastante evidenciado é a febre alta, acima de 38 graus”, enaltece Severo, que ainda elenca outros sintomas: dor nos ossos, dor muscular e dor de cabeça. “O principal divisor de água para não confundir a suspeita de Dengue com a Covid-19 é a febre e questões respiratórias as quais são bastante pobres na Dengue”. 
Severo afirma que exames de sangue podem diagnosticar a doença. “Na maioria dos estados do Brasil onde se tem epidemia, a simples presença de sintomas já é suficiente para confirmar o diagnóstico. Já na nossa cidade, onde até então não tínhamos nenhum caso, é possível diagnosticar por meio de exames de sangue após três dias do vírus no corpo”. 
A Dengue não tem tratamento específico, de acordo com o médico, assim como a maioria das doenças virais. “É tratado a sintomatologia, dando suporte ao paciente durante os sete dias cujo vírus estará incubado no corpo. Mas é de extrema importância procurar atendimento médico”. 
Então se prevenir é a melhor escolha.
No município, a Vigilância Ambiental em Saúde, por meio dos agentes de Endemias devidamente uniformizados e identificados, visita residências e estabelecimentos a fim de evitar a proliferação do mosquito. Mas você pode fazer a sua parte. Em caso de possível criadouro, a Secretaria de Saúde deve ser comunicada pelo telefone (54) 3292 6800. 

Veja alguns cuidados de prevenção à proliferação do Aedes Aegypti

- Não acumule lixo nos pátios e nem jogue lixo nas vias públicas ou em terrenos baldios;
- Mantenha as lixeiras fechadas e os ralos limpos, fechados ou com telas;
- Mantenha os reservatórios de captação da água da chuva sempre fechados;
- Evite manter prato nos vasos de plantas, caso seja necessário, inspecione semanalmente (para vasos externos, o ideal é que não possuam pratos. Nas áreas internas, pode ser colocado areia no prato);
- Lave os potes de água e comida do seu animal de estimação com escovas, água e sabão, esfregando bem nas bordas;
- Inspecione e mantenha limpas as calhas de sua residência para que elas não represem água;
- As piscinas em período de uso devem receber tratamento adequado com cloro;
- Para as piscinas sem uso frequente, cobrir com capa ou tela de proteção e manter o tratamento com cloro;
- Retire a água acumulada atrás da máquina de lavar roupas, geladeira e ar-condicionado;
- Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
- As lonas usadas para cobrir objetos devem estar bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
- Não deixe pneus, garrafas, potes, baldes ou recipientes que possam acumular água da chuva em áreas abertas, eles comumentemente são focos do Aedes Aegypti.

Focos do mosquito foram encontrados principalmente em  cisternas para coleta de água. - Departamento de Endemias/Prefeitura de FC/Divulgação
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