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Definição do preço mínimo da uva fica para janeiro de 2013

Representantes do setor assinaram um 'acordo de qualidade'. Representante da Conab disse que tendência é a do valor do quilo pago em 2012, de R$ 0,57, se repita no próximo ano

Após três horas de discussão, representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR) da região, do setor vinícola e do governo federal não chegaram a um consenso sobre o preço mínimo da uva para a safra 2013. Entretanto, o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Isopo Porto, ressaltou que o debate será levado adiante para discussão dos governantes, mas a tendência é a de que o preço mínimo pago pelo quilo da uva permaneça em R$ 0,57, o mesmo praticado na safra de 2012.

O encontro foi realizado na noite de segunda-feira, dia 17, na sede do STR de Flores da Cunha e Nova Pádua. Apesar de intensas manifestações dos sindicalistas, o assunto foi adiado para o início de janeiro. Em contrapartida, as entidades do setor produtivo entraram em concenso e assinaram um 'acordo de qualidade', que prevê um limitador para o recebimento de matéria-prima (uvas) por parte das cooperativas e vinícolas. "Esse acordo começou a ser construído há mais tempo. Neste ano, o que fizemos foi acrescentar algumas regras para o recebimento de matéria-prima, uma tabela de aumento da qualidade ano após ano. Isso envolve todo o plano de ajuste construído em conjunto com o setor e governo, no plano de modernização dos vinhedos. Isso objetivando entregarmos para o consumidor um produto com qualidade cada vez maior", explica o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Henrique Benedetti.

O acordo somente foi assinado pelos sindicatos mediante a retomada das discussões e uma posterior inclusão de três condicionantes: o prazo de pagamento da safra, o preço mínimo da uva e o ágio e deságio entre as variedades. "Acredito que a qualidade é fundamental em todos os setores e produtos, e com a uva não é diferente. Sempre defendemos esse pesamento e se quisermos ter um setor e uma agricultura fortes, um produtor de uva bem estruturado e que tenha sustentabilidade de suas atividades, temos de primar pela qualidade", aponta o presidente do STR de Flores e Nova Pádua, Olir Schiavenin.

A expectativa do sindicalista é de que o assunto preço mínimo seja retomado antes no início de janeiro de 2013. "Mas também acredito que o agricultor precisa ser bem remunerado, pois ele tem um custo de produção, tem de investir na propriedade e na família, e tem de ter perspectiva para o futuro. Caso o contrário ele vai abandonar a atividade. Por isso assinamos com a ressalva de que voltemos a discutir imediatamente esses pontos", argumentou Schiavenin.

Conforme o representante da Conab, além da manutenção do preço de 2012, deve haver mudança na fórmula de implementação de ágio e deságio. "Em consonância ao que foi assinado hoje, se trabalharmos numa perspectiva de que a partir de R$ 0,57 os graus superiores, acima de 15º babo, sejam melhor remunerados, talvez com a ideia sugerida de 7,5% para 2013 e 10% para 2014. Para baixo, da mesma forma, ou seja, as uvas com menor qualidade passam a ter um deságio maior, não mexendo no referencial atual. Esse é o debate que levarei ao governo para que possivelmente possamos aprovar no mês de janeiro, para termos tranquilidade durante a comercialização da safra", pondera Porto.

Leia mais sobre o assunto na edição impressa do jornal O Florense do dia 21 de dezembro, a última de 2012.


Reunião no STR, na noite de segunda, durou três horas. - Mirian Spuldaro
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