Geral

Data para fortalecer as lembranças

Para algumas pessoas o feriado de domingo, dia 2 de novembro, é motivo de luto. Para outras, de homenagens. O importante é que o Dia de Finados seja também para lembrar aqueles que foram especiais em nossas vidas. Saiba mais sobre o assunto, o serviço das missas em Flores da Cunha e Nova Pádua e detalhes do valorizado mercado dos rituais funerários

No domingo, dia 2 de novembro, será cultuado em todo o Brasil o Dia de Finados. Uma data para dedicar orações a familiares, amigos ou conhecidos queridos que não estão mais conosco. A morte tem um momento de dor e sofrimento, mas também de tomada de decisões que devem ocorrer em um curto período, que vai do anúncio da morte ao sepultamento ou cremação do corpo. Com isso, inúmeros são os serviços oferecidos por funerárias buscando o conforto das famílias. Em Flores da Cunha, a média investida em sepultamentos gira entre R$ 4 mil a R$ 6 mil, somando todos os gastos – da urna ao transporte. Uma facilidade que ganha cada vez mais adeptos no município é a dos planos funerários, que têm custos reduzidos.

Esses planos, conhecidos como contratos de assistência funeral, possibilitam diluir os gastos pagos de forma gradual por valores baixos mensais e que cobrem as despesas que chegam com a morte. De acordo com o agente funerário Eduardo Duarte, da Funerária e Capelas São Luiz, o aspecto econômico é a principal preocupação de quem resolve aderir a um plano, principalmente os jovens. “Existem casos de pessoas que estão passando por doenças e por isso nos procuram, mas o que de fato está crescendo é a adesão por jovens, pessoas de 40 anos para baixo que estão prevenindo suas famílias destes gastos, além de deixar uma situação mais confortável para quem fica”, conta Duarte.

Para o proprietário da Funerária CCR – Grupo Santo Cristo, Rodrigo Pradella, que disponibiliza planos funerários desde 1998, os contratos deixam a sensação de tranquilidade para que a morte não seja ainda mais difícil para a família. “A morte não avisa quando vem, então, além de lidar com a perda de um familiar, fica a conta para pagar. Com isso temos uma carta grande de associados e de todas as idades”, complementa Pradella.

Fotos/Camila Baggio

Proprietário da Funerária CCR – Grupo Santo Cristo, Rodrigo Pradella tem 15 anos de experiência no ramo.

Em Flores da Cunha as pessoas que aderem a um plano funerário pagam um valor mensal que, na ponta do lápis, fica mais baixo do que procurar o serviço quando realmente é necessário. O preço da assistência é único e varia de acordo com a idade do associado. Abaixo dos 60 ou 65 anos o valor varia de R$ 7 a R$ 8 mensais. Acima destas idades a média é de R$ 12. “Ajudamos a fazer as contas levando também em consideração que os valores sempre sobem de ano para ano. Mas existem pessoas que assimilam melhor essa ideia e outras não”, lembra o agente da São Luiz. Para os associados da Funerária Santo Cristo, existe ainda o aporte com produtos ortopédicos que podem ser cedidos, emprestados ou vendidos. “Temos essa preocupação com o cliente desde a enfermidade, não somente depois da morte”, complementa Pradella.

Variações de tipo e de preço

Com caixões que variam de R$ 1 mil a R$ 23 mil, o gasto mais significativo em um funeral é a compra da urna – ou caixão. Para o proprietário da Santo Cristo, o funeral pode ter diversas variações dependendo da vontade e do bolso da família. “Hoje um funeral inicia pela urna, que é a parte mais cara, depois as coroas, a preparação do corpo, onde será o velório, as flores, roupa, véus, notas de rádio e anúncios em jornais, serviço de coveiro. Todo esse trabalho parte de R$ 2 mil”, indica Pradella. A família pode precisar ainda transladar o corpo, e os valores também são diferentes conforme a cidade ou Estado. Com isso, somando todos os serviços necessários, a média em Flores da Cunha é de R$ 4 mil a R$ 6 mil para a realização de um funeral.


Décio Ledur e Eduardo Duarte, da Funerária e Capelas São Luiz, aprovam a evolução dos serviços.


Serviço que virou comércio

Aos 65 anos de idade e mais de 30 de trabalhos funerários, Decio Ledur, proprietário da Funerária e Capelas São Luiz, destaca que são significativas as mudanças nos sepultamentos. Os serviços foram ampliados, tornando este momento triste em um negócio rentável. “Quando comecei era bem diferente, as funerárias eram mais vendedoras de caixões do que funerárias, pois não tinham serviços como hoje. Atualmente é um comércio e isso aconteceu graças à evolução, até mesmo na fabricação de urnas, preparação dos corpos e nos locais de velório. Já fiz muitos velórios na própria casa da família”, recorda Ledur.

Com estrutura, os serviços foram se profissionalizando e tornaram-se cada vez mais qualificados, incluindo a preparação do corpo para o velório e funeral. Na Santo Cristo, Rodrigo Pradella, com mais de 15 anos de profissão, é formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Tanatopraxia, uma técnica que possibilita a conservação do corpo por mais tempo por meio de um processo pouco invasivo, que devolve a aparência natural ao corpo. “Hoje o cliente é exigente e com todo o direito. Nossa equipe é qualificada para a preparação facial e tanatopraxia, possibilitando um velório tranquilo, trazendo segurança para traslados, cerimônias fúnebres, dando maior conforto à família e amigos. Esse é o nosso diferencial, pois vender caixão toda funerária sabe”, opina Pradella.

A preparação do corpo inclui a reconstituição em casos de acidentes, cabelos, unhas e maquiagem. “É um trabalho de enorme cuidado, pois estamos lidando com um humano e, mais, a família toda dele. É um verdadeiro trabalho em equipe”, finaliza Pradella. Além de Flores da Cunha, a Funerária Santo Cristo atende em Nova Pádua e Nova Roma do Sul.


Aumenta a compra de pacotes de cremação

Apesar de ser um costume muito antigo, a cremação é considerada um serviço de funeral moderno. Na região, o Memorial Crematório São José, de Caxias do Sul, é a opção para quem toma a decisão de cremar um ente falecido. A escolha pode ser própria e, por isso, hoje se pode até pagar pelo serviço em vida. De acordo com o assessor da direção do Grupo L. Formolo, Mateus Formolo, o número de pessoas que aderem à compra antecipada da cremação cresce cada vez mais. “A cremação caminha a passos lentos, mas muitas pessoas estão procurando a compra em vida e deixam pago para o dia em que acontecer o evento da morte”, cita Formolo. Os planos podem ser pagos em até 60 parcelas, variando da urna escolhida pela família.

A cremação tem um preço único de R$ 2.680, incluindo o cerimonial no crematório, a disponibilidade de telões com imagens da pessoa falecida, além do cerimonial online, com transmissão simultânea pela internet. O que muda é a urna escolhida que, dependendo do material, pode variar de R$ 60 a R$ 3,6 mil. “Existem urnas de madeira, granito, de pedra-sabão, as urnas ecológicas biodegradáveis, que podem ser jogadas no mar ou enterradas, de estanho, bronze e porcelana italiana. É obrigatório que as cinzas saiam do crematório dentro de uma urna devidamente lacrada”, complementa Formolo.

O destino das cinzas é uma opção da família, que pode levar a urna para casa ou dispersar em algum local que tenha significado especial para o falecido. O Memorial disponibiliza o Lóculo Cinerário, um local onde as cinzas podem ficar por meses ou anos, sendo alugado ou comprado pela família a partir de R$ 1,7 mil. O Crematório tem parceria com as duas funerárias de Flores da Cunha, que podem inclusive fazer os planos de cremação.


O temido, mas necessário luto

Embora a morte faça parte do desenvolvimento humano, lidar com a perda de pessoas queridas é sempre muito difícil, pois lutamos durante a vida com a ideia da imortalidade. Para Neusa Picolli Fante, psicóloga especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto pelo Instituto de Psicologia 4 Estações de São Paulo, rituais como os funerais têm o importante papel de demarcar que a perda ocorreu, “tornando concreta a realidade da perda”. Além disso, possibilitam a expressão da dor, promovem uma rede de apoio e constituem um espaço para homenagear a pessoa amada que partiu. Para a especialista, o Dia de Finados promove uma nova oportunidade de lidar com o luto que ainda não foi bem elaborado. “Muitas vezes as pessoas não vivenciam seus lutos de maneira saudável no dia a dia, se escondendo dele ou deixando que aquela dor lhes soterre. É preciso dar palavras à dor sentida para dar significado a essa caminhada sem esperar o Dia de Finados para entrar em contato com a perda”, explica Neusa.

No momento da perda, o luto é um tempo temido, porém necessário. Esse sentimento deve ser vivido, conforme explica a psicóloga Neusa. É preciso “sentir a dor e deixar-se atravessar por ela”, levando em conta que existem muitos mitos que prejudicam a elaboração de um luto. “Uma inverdade é que a dor expressa em lágrimas é sinal de fraqueza ou de que falar vai doer mais. Ao contrário do que se acredita, tais expressões expõem os enlutados ao silêncio e ao distanciamento. No entanto, considera-se que mais difícil que viver a dor da perda, é vivê-la sozinho”, reconhece .

Há quatro anos Neusa trabalha com o Grupo de Apoio a Pais Enlutados (Gape), realizado na Clínica de Psicológica e Centro de Estudos Especializada em Situações de Luto e Perdas (Luspe), de Caxias do Sul. No local se trabalha com o lema ‘dividir a dor e somar o amor’, permitindo que a união resulte em força, auxiliando a reorganização da vida dessas famílias, possibilitando uma reconstrução apesar e após a dor da perda. Para isso, Neusa explica que o sepultamento deve acontecer em primeiro lugar no coração dos familiares, para depois aprender a amar de uma maneira diferente: em separado, ou seja, à distância. “Essa aprendizagem é fundamental para seguir a vida. O Dia de Finados nos remete aos nossos laços de amor e de afeto de pessoas que de alguma forma fazem parte da nossa história, da nossa vida e não estão mais conosco”, acrescenta a psicóloga.

Por isso é importante que cada um viva o Dia de Finados do jeito que se sentir melhor, com seus próprios rituais. “É preciso respeitar a maneira com que cada um construiu suas verdades interiormente, assim como a forma de cada um de suportar a dor. Assim, enquanto para algumas pessoas ir ao cemitério é fundamental e valoriza a existência como um todo, para outras o mesmo acontece no contato com a natureza, com seus próprios sentimentos e com sua fé. As flores significativas que oferecemos a quem amamos são as que vêm do coração e não as que compramos na floricultura. Então, acima de tudo, esta é uma data para fortalecer as lembranças das pessoas que foram especiais para nós, e não da morte, da perda ou da separação, mas de tudo aquilo que a morte jamais alcança”, ensina a psicóloga Neusa.

Na Luspe (Avenida Júlio de Castilhos, 2.845, bairro São Pelegrino, Caxias) o grupo atendido por Neusa é aberto para novos integrantes gratuitamente. Mais informações pelo telefone (54) 3028.0015.


Programação das missas de Finados

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Flores da Cunha
Dia 1º de novembro – Sábado
19h – Missa na comunidade Nossa Senhora Medianeira.
19h – Missa na comunidade São João Bosco.

Dia 2 – Domingo
7h30min e 19h – Missas na Igreja Matriz.
9h – Missa no Cemitério Público (não haverá missa na Matriz às 9h).
10h – Missa no Mosteiro.
9h – Missa na comunidade Nossa Senhora do Carmo.
9h – Missa na comunidade São João Batista – Trav. Alfredo Chaves.
9h – Missa na comunidade de São Gotardo.
9h – Missa na comunidade de São Paulo.
10h30min – Missa na comunidade São Roque.
10h30min – Missa na comunidade N. S. do Rosário – Nova Roma.
10h30min – Missa em São Caetano.
10h30min – Missa na comunidade de São Martinho.
15h – Missa na comunidade N. S. das Dores – Sete de Setembro.
15h – Missa na comunidade N. S. de Fátima – Restinga.
15h – Missa na comunidade N. S. de Monte Bérico.
15h – Missa na comunidade S. J. Batista – Cavour.
16h30min – Missa na comunidade São Pedro – Linha 100.
16h30min – Missa na comunidade São Vitor e Corona.
16h30min – Missa na comunidade de Santa Líbera.
16h30min – Missa na comunidade de Santa Bárbara.
18h – Missa na comunidade de Santo Antônio da Linha 80.
18h – Missa na comunidade São Liberal.

Observação: haverá missa no Cemitério Público de Flores da Cunha em todos os domingos de novembro, às 16h.

Paróquia Santo Antônio – Nova Pádua
Dia 2 – Domingo
9h – Missa no Cemitério Municipal.
10h30min – Missa no Travessão Cerro Largo.
15h – Missa no Travessão Leonel.
16h – Missa no Travessão Accioli.
16h30min – Missa no Travessão Paredes.
17h30min – Missa na Igreja de Santo Isidoro.

Paróquia São Marcos – Otávio Rocha
Dia 1º de novembro – Sábado
16h – Missa na Igreja de São Francisco de Assis.
18h – Missa na Igreja Matriz.
19h – Missa na Igreja de Santa Justina.

Dia 2 – Domingo
9h – Missa na Igreja Matriz
16h – Missa na Igreja de São Bartolomeu
16h – Missa na Igreja de Nossa Senhora de Caravaggio
18h – Missa na Igreja de São Luiz Gonzaga

Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio – Mato Perso
Dia 2 – Domingo
8h – Missa na Igreja de São Victor e Corona.
9h30min – Missa na Igreja de São Tiago.
10h30min – Missa na Igreja de Santa Juliana.



 - Danúbia Otobelli
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário