Geral

R$ 0,55 ao kg da uva americana ou híbrida com 15 graus glucométricos. Isso é o que a Comissão Interestadual da Uva reivindica como piso para a remuneração pela uva na safra 2009/2010. O valor corresponde ao custo variável de produção (o que, efetivamente, é considerado pelo governo para estabelecimento do preço mínimo); o custo fixo é de R$ 0,20 ao kg – somando R$ 0,75 e mantendo, portanto, os números apresentados para a vindima passada. Pois as informações acabaram tornando-se públicas por ‘vias tortas’: foi no final de reunião sobre o preço da uva realizada na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, na tarde de quarta-feira, 25, que os valores foram revelados. “Queríamos que o governo fosse o primeiro a saber, mas a informação ‘vazou’: antes do encerramento do encontro, um vereador, que teve acesso aos dados, anunciou algo que não cabia a ele”, diz o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. De todo o modo, a reivindicação dos produtores, baseada em estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), seguirá para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão governamental que fixa o preço mínimo. “Vamos trabalhar de todas as maneiras para obter um preço justo”, afirma, a propósito, Schiavenin. Ele observa que o ideal seria um consenso, entre viti e vinicultores, a respeito da remuneração. “Mais ideal ainda seria começar a safra já tendo definidas questões como preço, prazo de pagamento, frete etc.”, assinala. Na vindima 2008/2009, contudo, de acordo com o líder sindical, houve produtores que chegaram a receber R$ 0,25 pelo kg da uva Isabel. “Uma média da remuneração pelas híbridas e americanas foi R$ 0,41, R$ 0,42 ao kg”, completa o coordenador da Comissão, segundo quem a estimativa é de que cerca de cem milhões de kg de uvas comuns na mais recente vindima tenham sido remuneradas por preço abaixo do mínimo – R$ 0,46 ao kg de uva comum com 15 graus glucométricos, valor vigente há três safras.